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5 motivos para assistir ao curta brasileiro Baile
Roteirizado e dirigido por Cíntia Domit Bittar, o curta Baile ( 2019) é uma produção da Novelo Filmes. Ambientada na cidade de Florianópolis, a narrativa tem como elenco Emilly de Jesus, Patricia Savary, Elaine Sallas, Adriane Canan, Adélia Domingues Garcia, Giovana Valgas, Chico Caprario e Osmarina Maria de Souza.
A obra apresenta um dia comum na vida de uma garotinha de 10 anos. E apesar de inicialmente não demonstrar grandes acontecimentos, traz consigo assuntos e pautas importantes da sociedade atual, que impactam todos nós diariamente, especialmente as mulheres, sejam elas crianças, adultas ou idosas.
Infelizmente, o curta Baile é mais uma produção extraordinária brasileira que não possui o destaque merecido. Todavia, nossa missão é tentar mudar isso, assim, elencamos 5 motivos pelos quais você deve ver essa obra.
1. Premiações e qualificação para o Oscar 2021
Baile estreou no 30º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, passou pelo 29º Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro e lá conquistou o Prêmio de Melhor Direção.
A obra ainda marcou presença em festivais internacionais como 44º Hong Kong International Film Festival 2020 e 38º Uruguay International Film Festival, entre outros.
Ao vencer o prêmio de Melhor Curta-Metragem Ibero-Americano no 60º Festival Internacional de Cine de Cartagena de Índias – evento que integra a lista de Oscar qualifying festivals, que são os festivais que são reconhecidos pela academia – Baile qualificou-se para concorrer ao Oscar 2021.
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2. Atuações fantásticas
No papel de bisavó, temos a Miss Florianópolis da Terceira Idade, Adélia Domingues Garcia. Seu papel, na maior parte da narrativa, é sem diálogos. Mesmo assim, sua presença é marcante e muito próxima. Além disso, nos últimos minutos da obra, somos contemplados com sua fala, feição e sorriso, que nos emocionam e carregam significados de uma vida.
Emilly de Jesus é a protagonista do curta Baile e é impressionante a sua atuação. Há uma cena em que ela e sua mãe estão no sofá conversando e a encenação de ambas é tão natural e próxima que parece ser real o momento, e não uma cena cinematográfica.
3. Uma obra feminista e antirracista
Baile é produzido e protagonizado por mulheres, elas são apresentadas em diferentes gerações. Nele temos a abordagem da mãe solo, que tem que se desdobrar para, sozinha, trazer o sustento da casa. Também é abordada a ausência de mulheres na política, especialmente as pretas.
A obra ainda faz questão de citar uma mulher importante na história do Brasil, especialmente no que se refere à educação e à politica. Contudo, ela não possui seu devido destaque nos registros históricos e em nossas memórias: Antonieta de Barros, uma das primeiras mulheres eleitas no Brasil e a primeira preta, foi a parlamentar que instituiu o dia 15 de outubro como o dia do professor. Saiba mais sobre ela por aqui.
4. A eternização em uma imagem
Assim que a narrativa se inicia, causa-nos certo estranhamento, pois, na maior parte do tempo, a história é transmitida em um formato ou janela vertical, que lembra bastante os retratos e as fotos tiradas de aparelhos celulares, o popular “em pé”.
Contudo, vale pontuar que o curta Baile inicia-se e encerra-se na famosa e não amada foto 3×4. Inicialmente, esse formato parece não ter muito sentido, entretanto, quando o vemos novamente na última cena, parece ter ganhado um milhão de significados.
Tal perspectiva sobre a fotografia traz um diálogo interessante sobre a avalanche de registros que fazemos e que podem ser vistos através das mídias sociais e como, por vezes, nos esquecemos da importância que tem uma imagem e seu tempo congelado em uma foto: sua capacidade de registrar contextos e acontecimentos históricos, momentos preciosos de nossas vidas, bem como sua importância em eternizar alguém já partiu.
Através da personagem Andréia, nos é revelado o poder que arte da fotografia tem de preservar uma história, uma vida, mesmo que o corpo padeça.
Outras críticas brasileiras:
5. Um universo de pautas em apenas 18 minutos
É isso mesmo: em somente 18 minutos, o curta Baile aborda várias pautas emergentes, urgentes e distintas de nossa sociedade de uma maneira bem fluida. Na diegese da narrativa, a passagem de tempo equivale a apenas um dia comum na vida da Andréia.
Ressalta-se que o curta apresenta tais pautas de maneira subjetiva, o que permite várias interpretações, aprendizados e reflexões sobre tais assuntos. Agora, para completar a leitura, dê um play abaixo e aprecie essa obra.
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