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Crítica | Batman: Sina Macabra – Animação
Lembro quando essa HQ saiu em 2003 pela Mythos e não pela Abril Jovem (na época, o selo infantojuvenil da Editora Abril), Eu já tinha parado de ler HQs de super-heróis mas três coisas me chamaram a atenção: a capa desenhada por Mike Mignola, o traço pitoresco de Troy Nixey e o fato de a trama ser baseada em um conto e dois livros de H.P.Lovecraft.
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A DC tinha dois títulos que se passavam “nas realidades alternativas” quando ainda não se falava em multiverso: as esporádicas Um Conto de Batman (Legends of the Dark Knight) e Elseworlds, que saía no Brasil como Túnel do Tempo. Na época, eu ainda não tinha lido as três histórias de H.P.Lovecraft que deram origem a essa edição: Nas Montanhas da Loucura (o prólogo) e A Cor que Caiu do Céu (o desenrolar da história), com uma pitada de O Caso Charles Dexter Ward.
A história se passa em 1928 quando Bruce Wayne ainda não havia vestido o manto do morcego. Em uma expedição ao Ártico, encontra Pinguim e conhece o Sr. Frio, ambos numa roupagem lovecraftiana que os faz irreconhecíveis – e não me refiro ao aspecto. Bruce e a tripulação voltam a Gotham trazendo o Sr. Frio, que estava cuidando de uma das aberrações lovecraftianas. O Necronomicon da história é o Testamento de Ghul, o Darkhold da DC.
Levando-se em consideração que tanto o termo “cultuar” como “cultivar” vêm de “cuidar”, Sr. Frio estava cultivando um dos Grandes Antigos. Uma das cenas presentes nesta animação e também na HQ (que é apenas narrada no conto A Cor que Caiu do Céu) foi dramatizada com maestria e repetida no filme Aniquilação e no primeiro capítulo da série The Last of Us.
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Como é de se esperar nas animações da DC, o roteiro é praticamente idêntico ao original, como ocorre em Batman: O Cavaleiro das Trevas e Batman: O Longo Dia das Bruxas. O traço não é o incrível do quadrinho (da mesma forma que ocorre com O Longo Dia das Bruxas O Cavaleiro das Trevas), mas a mistura de mangá com ligne claire comum nos desenhos animados atuais.
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Batman: Sina Macabra não deixa nada a desejar como animação oficial mas também não tem nada para se tornar um clássico. Se você quer uma diversão despretensiosa e um bom desenho animado de terror para crianças, não perca essa oportunidade de apresentar o universo lovecraftiano para seus filhos. Se leu a HQ, não perca seu tempo. Leia a nossa nova entrevista com o autor da história (que não é o Mike Mignola) aqui.