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Crítica | A Voz Humana é um clamor de uma mulher apaixonada e abandonada
Especial, atrevida, submissa, superficial, adorosa e afortunada. Essas são as palavras descritivas de Tilda Swinton em mais uma obra fantástica de Almodóvar, A Voz Humana. Palavras bem ditas, e que ao ver durante o telefonema do curta, traz-lhe o sentimento de pena e solidariedade.
O curta, baseado em uma peça francesa que o diretor ama, acompanha uma mulher tendo a última conversa por telefone com seu amado que a largou.
Já de início, mesmo sem diálogo algum, a atuação de Tilda está perfeita e triste. Suas expressões cansadas e infelizes mostram alguém loucamente apaixonado, inconformado com o fim da relação de quatro longos anos, agonizando para que seja correspondido, se não mais amorosamente, apenas presencialmente
Perfeito e triste é o sentimento que fica enquanto se assiste Tilda macetar a roupa de seu amante, gritar com Dash, o cachorro, também abandonado pelo homem, tomar 13 pílulas (sim, ela contou) de remédios variados e cair mole e pálida na cama.
Os diálogos realmente começam assim que ele a liga. Colocando seus fones, vemos Tilda seguir por um monólogo mais sofrido ainda e primoroso.
A fotografia também é maravilhosa, tendo tons de vermelho para todo lado, algo já conhecido de Almodóvar. Você pode até se distrair da conversa e focar no fundo da cena. O roteiro é ótimo, mas em meu caso, não consegui tirar minha atenção de Tilda e de tudo que a cercava.
Com um fim, digamos que merecido, para o lugar em que o casal viveu, a personagem e Dash, agora pertencente a ela, saem do local ardente pensando em superar o abandono juntos. Seja chorando, gritando ou precisando do dengo um do outro, devem passar por todos os estados de uma perda juntos. Não importando o que.
Distribuído pela Synapse Distribution, o filme estará disponível – em versão legendada – para compra e aluguel nas plataformas Now, Amazon Prime, Vivo Play, Google Play e YouTube Filmes.
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