Crítica | ‘A Casa do Dragão’ é uma digna história dos Targaryen

11 anos após a estreia de ‘Game of Thrones’, a prequela de Westeros desembarca na HBO Max
Emma D’Arcy vive a princesa Rhaenyra em "A Casa dos Dragões". - Otageek
Emma D’Arcy vive a princesa Rhaenyra. Foto: Divulgação/HBO Max

Em seus 11 anos no ar, “Game of Thrones” conseguiu ocupar a atração engajada do público. Já era rotina acompanhar aos domingos as intrigas de Westeros. É fato que o episódio final gerou a uma gama de fãs assíduos sentimentos de raiva e decepção. 

Quando “A Casa do Dragão” desembarcou na HBO Max, era visível e compreensível a desconfiança dos fãs em relação à qualidade da mais nova adaptação do universo de “As Crônicas de Gelo e Fogo“.

Em pouco tempo, “A Casa do Dragão” conseguiu de forma majestosa ocupar, novamente, as noites de domingo dos fãs. Para além disso, mais uma vez, um público engajado voltou a acompanhar as intrigas políticas de Westeros. Em meio a blockbusters sendo lançados simultaneamente, como “Os Anéis do Poder”, “Mulher-Hul“’, e “Andor”, “A Casa do Dragão” se destacou em termos de audiência e qualidade. 

Baseado a partir da prequela de George R.R Martin, em “Fogo e Sangue”, o objetivo da série é claro: apresentar a Casa Targaryen e a extinção da mesma

Remetendo a pelos menos 170 anos antes da sua antecessora, “A Casa do Dragão” é um amontoado de dragões, mas sem deixar de lado a maior característica do universo de Martin: as intrigas políticas, que, dessa vez, estão no seio familiar. 

Quando o rei Viserys nomeia a filha, Rhaenyra Targaryen, ao trono de ferro, diversas desconfianças passam a rondar pelo reino. Visível que tais acometimentos estão ligados ao fato da mesma ser mulher, no pensamento limitante dos homens do reino, ao concluírem que a princesa jamais conseguiria lidar com o fardo do Trono de Ferro. 

Num primeiro momento, a princesa Rhaenyra é interpretada pela brilhante Milly Alcock, que conseguiu de forma majestosa incorporar a visão e personalidade da futura rainha de Westeros. Ela passa de uma subordinada servindo bebida aos homens do conselho a ocupar as mesmas cadeiras dos senhores. 

Em cena, Daemon Targaryen, irmão de Viserys, é interpretado por Matt Smith, que também fez “The Crown”, no papel do príncipe Philip. De fato, Daemon conseguiu ocupar o papel de um dos bad boys mais legais da contemporaneidade. Seu personagem rouba todo o protagonismo, principalmente nos primeiros episódios, e se tornará peça importante para a guerra que se travará na próxima temporada. 

O rei Viserys, interpretado por Paddy Considine, foi também um dos grandes personagens construídos ao decorrer dos episódios e merece brilhantismo pela interpretação no seu papel. A partir de cada episódio, acompanhamos o rei definhando — mentalmente e fisicamente. Ele vê com os próprios olhos a ambição que corrompeu a família, e também protagoniza o melhor episódio da temporada, no qual discursa que as pessoas que mais ama se tornaram as maiores inimigas umas das outras. 

O trio Targaryen: Viserys, Rhaenyra e Daemon em "A Casa dos Dragões". - Otageek
O trio Targaryen: Viserys, Rhaenyra e Daemon. Foto: Divulgação/HBO Max

Apesar de grandes espetáculos, diálogos e interpretações brilhantes, “A Casa do Dragão” peca ao decidir dar saltos temporais grandes, que deixam buracos na história, principalmente na construção dos personagens, que, ao invés de acontecer gradualmente, acelera-se ininterruptamente.

Novos atores são postos em ação. Rhaenyra Targaryen agora é interpretada por Emma D’Arcy, que também deu conta de incorporar a princesa de Westeros. Com uma maturidade conquistada pelo tempo, Rhaenyra entende das suas obrigações e é a única mulher do reino a decidir não travar uma batalha de sangue (por enquanto). 

Por outro lado, Alicent Hightower, que antes foi interpretada por Emily Carey, de forma enigmática, agora é substituída por Olivia Cooke, que mostra saber o que quer e quem é. 

Por fim, a temporada poderia ter se estendido por mais 2 episódios, a fim de preparar a o terreno da batalha conhecida como A Dança dos Dragões. Apesar disso, longe de ser um fracasso, “A Casa do Dragão”, é uma história sobre ambição, sobre guerras que poderiam ser evitadas e, principalmente, sobre familiares motivados pelo poder. É, de fato, uma história muito mais intrigante do que a apresentada na sua antecessora.  

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Isabella Breve
Isabella Breve

Graduanda em Jornalismo, leitora voraz, amante da Sétima Arte e eternamente fã.

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