Chorão: Marginal Alado | Um presente aos fãs do Charlie Brown Jr.

O astro que viveu e morreu como bem entendeu.

Um dos principais nomes do cenário musical brasileiro, principalmente da nova safra do rock do país, foi a banda Charlie Brown Jr. Fundada em Santos, na década de 90, pelo vocalista e compositor da banda, Chorão, o grupo moldou a personalidade dos jovens daquela época, falando diretamente com eles, seja pelas letras das canções ou pela atitude que chorão e companhia tinham nos palcos.  

Banda Charlie Brown Jr.
Banda Charlie Brown Jr.

Pois bem, o longa Chorão: Marginal Alado, de 2019, teve exibição na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Festival do Rio. Mas eis que em 2021 o documentário chegou às plataformas digitais, e você pode assisti-lo na íntegra na Paramount+

O filme dirigido por Felipe Novaes traz um apanhado da trajetória do músico desde seu início no Charlie Brown Jr. até o seu trágico falecimento, que ocorreu em 2013. Tendo mais de 700 horas de material, Novaes conseguiu retratar bem esse recorte da vida de Chorão em pouco mais de uma hora. 

Logo no início, já entendemos a importância do skate na vida do cantor. Chorão era apaixonado pelo esporte e, em poucos minutos, já conseguimos perceber não só o prazer que ele sentia ao fazer umas manobras, mas como o skate o influenciou a entrar na música e consequentemente a escrever suas canções.

Não perdendo tanto tempo com esse começo, o longa já deixa claro quem era chorão em relação à música. Um cara que não tinha terminado a 7ª série, mas que conseguia escrever, numa caixa de pizza, Proibida pra Mim, um dos maiores hits da banda e canção feita para a sua esposa Graziela. Ou seja, Chorão sempre fez o que acreditava ser o mais verdadeiro possível. E no meio disso estava o Charlie Brown Jr.

Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr.
Chorão

A banda era dele e sempre foi. Logo, além do principal nome em cima do palco, Chorão era o cara que ditava os interesses do grupo nos bastidores. Algo extremamente relevante era a sua entrega em relação à música. Além de sempre acreditar no sucesso da banda, mesmo quando ninguém acreditava, ele sempre foi o cara que incentivava os músicos – no seu modo – a dar o melhor de si para a banda. 

O Charlie Brown Jr. era sua vida, sua responsabilidade… não só por ele, mas por todos os envolvidos nessa empresa. Chorão sentia isso, sabia de sua responsabilidade e, infelizmente, como todos nós, às vezes achava difícil ter que lidar com toda essa pressão.

E o diretor Felipe Novaes traz isso com maestria nesse documentário, quando intercala momentos explosivos do cantor com situações carinhosas que ele tem. Um exemplo ocorre quando diz lindas palavras a uma fã da banda, além de pedir para que ela baixe suas músicas e não gaste dinheiro na compra de CDs. Essa é uma atitude que poucos artistas teriam naquela época.

Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr. segurando um fone de ouvido na orelha.
Chorão

Chorão era esse cara! Como Champion, Rick Bonadio, João Gordo, Marcelo Nova e sua esposa Graziela dizem no filme, ele era um cara complexo, mas verdadeiro. Chorão era 8 ou 80, amado ou odiado, mas sempre fazia o que achava certo. 

Além de tudo, por trás daquela figura dura, mal educada, violenta… o filme mostra o quão amoroso Chorão era com seus amigos e família. Isso mesmo que haja momentos extremamente chatos, como aquele em que humilhou o baixista Champignon no palco.

Champignon em cena do documentário Chorão: Marginal Alado
Champignon em cena do documentário Chorão: Marginal Alado.

Um fato triste nesse documentário é o falecimento do Champignon 7 dias após a entrevista concedida para o filme. O baixista fez parte da primeira formação da banda, além de ser um dos principais baixistas da sua época. Seu nome era tão importante para a banda que, na sua volta, muito se fala de uma possível inveja vinda de Chorão, que é pincelada no documentário. 

Com várias facetas para esconder toda a sua melancolia, Chorão era amor e ódio, alegria e tristeza, às vezes sozinho e por muito rodeado de pessoas… o cara que sabia a hora de se esconder, por não querer preocupar quem estava ao seu lado. Ou seja, não queria afligir aqueles dos quais cuidava. Era um cara que, mesmo com a morte do seu pai, foi forte e deu toda a força não só para a sua mãe, mas para todos os seus familiares seguirem bem, financeiramente e psicologicamente. 

Com canções certeiras e retratos pontuais desse período do cantor, Chorão: Marginal Alado é um documentário extremamente cativante e nostálgico. Ele fará com que os fãs do cantor se entristeçam em vários momentos e aqueles que tinham um certo desprezo pelo astro passem a apreciá-lo, não só pela música, mas pela pessoa viva que ele era.

Trailer:

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Lucas Almeida
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