“Bagdá vive em mim” chega aos cinemas dia 02 de setembro

Ficção mostra vida paradoxal de artistas e ativistas iraquianos exilados

poster de "Bagdá vive em mim"

Os protagonistas de “Bagdá vive em mim” costumam se reunir em um café para encarar juntos a diáspora existencial que vivem, marcada por uma saudade insaciável de seu país de origem e a consciência de que nunca mais se sentirão confortáveis lá. Esses personagens, criados pelo diretor e corroteirista Samir, expõem os grandes tabus da sociedade árabe: o ateísmo, o machismo e a homossexualidade.

O longa é ambientado em Londres, pouco antes do Natal, e gira em torno de Taufiq, poeta iraquiano e guarda noturno. O sobrinho de Taufiq, Nasseer, se volta ao islamismo radical – Yasin, um pregador extremista, e seus seguidores parecem controlar o jovem. Taufiq fica contrariado –o comunista desaprova o fundamentalismo islâmico.

Taufiq busca conselhos com seus amigos no Café Abu Nawas, nomeado em homenagem a um dos maiores poetas de língua árabe. É lá que o escritor declama poesias e relembra com amigos comunistas seus antigos ideais.

O café também abriga outros iraquianos em busca de liberdade, entre eles a jovem Amal, que trabalha no local. Ela pediu asilo na Inglaterra como cristã perseguida, mas Amal na verdade estava fugindo de Ahmed, seu violento marido. Muhannad também procura refúgio no café. Ele deixou Bagdá para escapar da ameaça que sofria em seu país por ser gay.

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“Os personagens lutam contra as regras tradicionais arcaicas de seu país de origem, usando a liberdade que prevalece no país de acolhimento. A representação honesta de suas contradições e de suas lutas para superá-las tem o objetivo de criar empatia e conter a maré do discurso negativo predominante de exclusão. Vemos pessoas que têm arestas e falhas, mas com as quais nos familiarizamos, conhecemos seus sonhos e objetivos e torcemos por eles quando as coisas ficam difíceis“, define o diretor.

“Embora a Internet agora dê a todos a oportunidade de saber sobre tudo, o avanço da proliferação das redes levou a um florescimento de preconceitos sobre “estranhos” e “outros”. É quase impossível para muitas pessoas, mesmo liberais, imaginar que a maior parte do povo de um país islâmico tem tanto ou tão pouco a ver com religião quanto eles. Por outro lado, a pressão das forças religiosas no mundo árabe, tornaram-se tão fortes que obrigam os modernos e liberais a parar de se expressar, mesmo que vivam uma vida aberta”, continua Samir

De acordo com os dados da ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), 4,7 milhões de iraquianos vivem no exílio. Eles vivem uma diáspora existencial marcada por uma saudade insaciável de seu país de origem e o conhecimento de que nunca mais se sentirão confortáveis lá.

Bagdá vive em mim estreia nos cinemas dia 02 de setembro.

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Luna | A Patroa da Redação
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