Análise | The Last of Us 1×06: E depois, o que nós faremos?

ATENÇÃO! A análise contém SPOILERS do sexto episódio da primeira temporada de The Last of Us!

O episódio 6 de The Last of Us nos expõe um Joel mais humano e discute o que é a família.

O inverno chegou. Um senhor caminha em direção à sua cabana de madeira no meio da neve, carregando um arco e três coelhos mortos consigo. O senhor entra em sua casa e observa os olhares de sua companheira, ele percebe que não estão sozinhos dentro da cabana.

Joel rende os dois com um revólver, ele precisa de mais informações sobre o próximo caminho a se seguir no mapa, o paradeiro de Tommy e a possível localização dos Vagalumes. Nenhuma dessas informações são muito esclarecedoras, porém um desses conselhos aterroriza Joel.

— Sabem o melhor caminho para o oeste?
— Sei. Vá pro leste.

Diálogo entre Joel e o senhor que mora na cabana

Saindo da cabana, observamos a primeira crise de Joel (que aparenta ser uma crise de ansiedade, mas não posso afirmar com certeza), os sons abafados trazem uma sensação claustrofóbica e de distanciamento da realidade.

O céu escurece, Joel e Ellie montam acampamento na entrada de uma caverna. A conversa aqui é interessante, pois traz duas perspectivas sobre o ato de “pensar o que faremos depois”. Por um lado, pensar que as coisas serão melhores após o fim da jornada atual, traz uma ideia de esperança.

Ellie e Joel fazendo acampamento na entrada de uma caverna

Um simples desejo de Joel de “criar ovelhas numa fazenda” é a expressão de que o momento de descansar está chegando (ou ele quer isso, pelo menos). Já Ellie olha pro céu, se imagina explorando o espaço (assim como Sally Ride, que ela mesmo cita) e estudando outro universo que não seja esse que ela vive cotidianamente. Fugir dessa realidade atual dá esperança aos dois.

Só que viver nesse futuro e nas várias possibilidades que podem acontecer, invoca ansiedade, o grande problema que Joel enfrentará ao longo de todo o episódio e o motor de uma discussão esclarecedora entre a dupla.

Ao amanhecer, os dois embarcam, novamente, na jornada até o oeste. Neste momento, Ellie se mostra mais confiante do que Joel. Numa cena bastante tensa, os dois são abordados por várias pessoas montadas à cavalo, uma das únicas vezes que vemos a dupla completamente encurralada. O encontro se desenrola de modo benéfico, a dupla vai de destino à Jackson, refúgio onde Tommy (Gabriel Luna) está localizado.

Jackson é um ótima surpresa, uma comunidade organizada (e comunista, diga-se de passagem), tal qual a esposa de Tommy, Maria (Rutina Wesley), explica durante o tour.

É explicado o porquê de Tommy cessar o contato pelo rádio com Joel, a comunidade é bem sigilosa e restrita qualquer visitante. A ideia de que o oeste é um local de morte e perdição foi somente um dos modos de afastar qualquer problema de Jackson.

— Ter má fama não é sinal de ser mau.
— Nem sempre, pelo menos.

Respectivamente, Tommy e Maria explicando sobre a má reputação de Jackson./
Encontro de Joel com Tommy em Jackson

O foco por grande parte do episódio é o medo de Joel. Ele tem outro momento de ansiedade e começa a pensar muito na sua falecida filha, Sarah. Nas conversas que ele tem com Tommy, vários pontos-chave levam ele a desabafar por completo, sendo esses pontos a revelação de que Tommy vai ser pai e quando ele revela seu medo de não conseguir proteger Ellie.

No fim da conversa, Joel pede para que Tommy termine a jornada por ele. Tommy, hesitante, acata o pedido.

Acho relevante pontuar a sequência que vem logo depois desse diálogo. Tommy vai ao encontro com sua esposa no cinema de Jackson, enquanto de fundo escutamos um diálogo dentro do filme que diz muito sobre o que Ellie e Joel discutirão posteriormente e sobre Tommy terminar a jornada de Joel em segredo.

— Tudo bem, mas tenha tato.
— Como assim?
— Minta.

Diálogo de fundo durante o encontro de Tommy e Maria no cinema

Interpreto que a afirmação de que “Ellie não é sua filha” é uma mentira (mesmo que não seja intencional), ele já vê a garota com certo apreço e senso de proteção, porém não admite. Argumento que pode ser validado pela próxima cena, onde um primeiríssimo plano (plano muito próximo da face do personagem) alterna entre o rosto de Joel e Sarah.

Não digo que ele vê Sarah em Ellie, mas carrega consigo o dever de protegê-la e um laço que fica mais forte a cada episódio. Joel fica com medo de Ellie morrer pois se importa com ela, não porque vai falhar na missão.

No dia seguinte, influenciado por essa responsabilidade de cuidar, Joel volta atrás e dá uma segunda chance para que os dois completem o trajeto.

Gosto de pensar que quando eles ganham novos equipamentos, isso sugere uma renovação tanto material quanto interna também. Durante a viagem à cavalo, os dois se abrem mais e Joel conta sobre os tempos pré-apocalipse que Ellie não teve oportunidade de ver.

A dupla chega, finalmente, na universidade onde supostamente deveriam ter Vagalumes aguardando. Estranhamente vazia, a dupla é atacada por algum grupo desconhecido. No confronto com um deles, Joel é perfurado na barriga por uma estaca de madeira, o que os obriga a fugir.

Plano Geral servindo de desfecho para o episódio

Gravemente ferido, Joel cai do cavalo totalmente desacordado. Ellie desesperada e sozinha se vê sem rumo. Dessa vez a câmera não se afasta mostrando eles seguindo o caminho, ela mostra o dois estagnados e sem uma trilha para seguir.

— Não vou conseguir sem você, não sei para onde ir nem o que fazer.

Ellie fala enquanto Joel fica no chão desacordado.

Novos episódios de The Last of Us são exibidos todos os domingos às 23:00 exclusivamente na HBO, e disponibilizados na plataforma de streaming HBO Max.

Confira o trailer do sétimo episódio de The Last of Us:

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Joel Neto
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