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5 Jogos de plataforma para quebrar o controle de raiva
Quem nunca desistiu (quase jogando a mesa, o controle e a vida pra cima) de um jogo depois de tentar a mesma fase 3, 30, 300 vezes? Só pra voltar daqui algumas horas pra tentar de novo…. Pois é, a raiva vicia, e mais do que isso, a sensação de finalmente conseguir passar por aquele momento, aquele último pulo bem encaixado… é uma sensação inigualável. Portanto, venho recomendar cinco jogos de plataforma pra você quebrar o controle de raiva, como Cuphead por exemplo
Em defesa das plataformas de precisão
Plataformas de precisão existem há muito tempo e você, mesmo sem conhecer o termo, provavelmente já jogou alguma, principalmente se você teve um Super Nintendo em algum momento da vida. Estamos falando de jogos como Contra, que necessitavam de memória muscular para pulos e tiros milimetricamente calculados.
E a definição é basicamente essa: jogos que necessitam de um timing e, obviamente, precisão muito bem afinados. Porém, nem todos nascemos com habilidades sobre-humanas e, portanto, alguns pontos são importantes para que tais jogos sejam bem aproveitados. Esses serão discutidos conforme elenco os melhores (em minha opinião) do estilo.
1 – Super Meat Boy
Repetitividade e fidedignidade definem muito bem Super Meat Boy (SMB para os íntimos), um jogo feito por dois desenvolvedores no longínquo ano de 2010. Além de ser um marco para as plataformas de precisão, foi também um marco importante para os jogos Indie.
Meat Boy é um jogo em que a história não importa, o foco é terminar cada mundo e ir para o próximo, que será mais difícil ainda que o anterior. Mesmo assim, ele conta uma história peculiar de um cubo de carne que deseja salvar sua namorada, feita de band-aids, do maligno (e rude) Dr. Feto, com cutscenes muito bem feitas e com uma boa dose de humor negro (mas não ofensivo).
SMB é um jogo de memória muscular, com repetição rápida e várias fases curtas. Ele é feito para tentar de novo e de novo (e de novo) até finalmente aquele pulo que parecia impossível se tornar fácil. Essa repetição rápida é muito importante, uma vez que seria insuportável se cada morte do pedaço de carne fosse acompanhada de uma cena ou uma tela de carregamento.
Outros pontos de qualidade são seus controles tão bem programados, os quais fazem com que após um tempo de jogo o churrasquinho de esquina cru pareça se mover apenas com seu pensamento. E mesmo após meses sem jogar, é muito fácil readquirir a habilidade. Ainda existe a fidedignidade de cada tentativa: a cada morte, o level é reiniciado, incluindo locais de plataforma móvel, para que cada tentativa seja igual a outra, sendo o único responsável pelas mortes o jogador.
2 – VVVVVV
VVVVVV (lê-se vê vê vê vê vê vê) é um jogo peculiar, com um nome peculiar. Feito por um time de uma pessoa e também lançado no ano de 2010, não é um exemplo de gráfico, mas é uma aula de design de level, já que o jogo utiliza apenas três botões: esquerda, direita e inverter gravidade (sim, uma plataforma onde não há botão de pulo).
O jogo também realiza muito bem as repetições rápidas e fases curtas (substituídas por checkpoints bem posicionados). No mais, segue também a linha de uma história simples, na qual o personagem principal deve encontrar seus companheiros de viagem espacial após um acidente.
VVVVVV brilha no design de level, pois seus desafios são espalhados em telas unicamente nomeadas, distribuídas em um único mapa, sem interrupções do overworld. Cada parte, que pode ser livremente explorada, traz elementos novos, permitindo variedade e dificuldade sem que fique repetitivo, mas sempre mantendo o foco na inversão da gravidade.
3 – Cuphead
Desenhado à mão. Isso mesmo, um jogo onde cada personagem, inimigo, projétil e cenário foram desenhados quadro a quadro, em um estilo baseado nos desenhos da década de 1930. Por tudo isso, não podia ser nada menos que MARAVILHOSO. Animações fluidas mostram uma beleza agradável e fácil de ser digerida. Além disso, uma jogabilidade muito boa e simples fazem desse jogo um dos melhores da lista.
Um ponto forte do jogo é seu foco em chefões, que têm muita personalidade demonstrada em suas animações e cenários, o que permite uma variedade muito grande de desafios a serem vencidos pelo jogador, mantendo a bela fórmula do andar, pular e atirar (ou voar e atirar, a depender da fase).
E, apesar dos movimentos dos chefões terem um ponto de aleatoriedade, todos os ataques são muito bem coreografados, permitindo ao jogador saber qual ataque virá a seguir e se adaptar a ele. Então, nada de culpar o jogo pelas mortes!
4 – I Wanna Maker / I Wanna be The
A série de jogos “I Wanna Be The” teve início em 2007, com o jogo I Wanna Be The Guy, de gráficos e jogabilidade simples. Ela acabou, então, seguindo com vários fangames (grátis em sua enorme maioria), alguns com leves alterações de jogabilidade e quase sempre com mapas criativos e variados.
Não é uma série justa como as outras (se já jogou Catmario, é similar, mas se não jogou, recomendo pesquisar e jogar): nem sempre os espinhos ficam parados, nem toda plataforma é segura, porém tudo que aconteceu vai acontecer de novo na próxima vida, só é necessário se adaptar ao que foge do normal.
A série culminou, no início de 2020, com a liberação do beta de I Wanna Maker, um jogo gratuito de criação de mapas no estilo dos jogos citados. No estilo de Super Mario Maker, todos os mapas feitos pelos usuários são disponíveis para jogar sem custo algum. É uma bela introdução ao estilo de jogo, com mapas passando do automático ao quase impossível (é possível filtrar pela dificuldade!).
5 – Getting Over It with Bennett Foddy
Terror psicológico, essa é uma das categorias de Getting Over It listadas pelos usuários da Steam. É um jogo um pouco diferente dos anteriores: você controla, com o mouse, uma marreta de um jovem homem preso em um caldeirão. Ele é mais odiado por mim que todos os outros juntos.
Com o único objetivo de escalar uma montanha, controles não intuitivos e um único mapa que, segundo o criador, demora em média 5 horas para terminar, seus erros são GRAVES, podendo te levar ao início do jogo. É um treino de paciência que vai contra todos os pontos que levantei sobre a qualidade dos jogos anteriores. Mesmo assim, eu o recomendo… talvez não como um jogo, mas como uma experiência, como um teste de seus próprios limites.
Claro que essa não é uma lista definitiva, eu inclusive tenho muitas plataformas para o destilamento do ódio a serem jogadas (em especial Celeste e Dandara). E sua contribuição é muito bem vinda, comente quais jogos você acha que faltaram nessa lista!
Texto originalmente postado em Abril de 2020, por Bruno Caixeta.
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