WoloTV chega ao Brasil como uma surpresa de representatividade

A representatividade tem estado em alta no mercado. Cada vez mais vemos espaços para vozes pretas criarem conteúdos serem abertos por grandes canais.

Mas não é bem a realidade brasileira, como observada por Licínio Januário (ator, produtor e dramaturgo angolano) quatorze anos atrás quando chegou ao Brasil.

Foto promocional com o elenco de A Casa da Vó da Wolo TV

Agora com seu amigo Leandro Lemos, profissional brasileiro com mais de vintes anos no ramo da tecnologia, decidiu lançar o streaming voltado para produção de conteúdo voltado para pessoa pretas: o Wolo TV.

Licínio tem grandes planos para direcionar o Wolo TV para o grande público, mas agora ele quer começar o streaming em passos pequenos apenas com a série A Casa da Vó, estrelada pela cantora e atriz Margareth Menezes.

A série vai contar a história de Teresa, uma ex-funcionária pública e bem-sucedida que está abrigando seus quatro netos em casa. A série ainda terá participações especiais do rapper e produtor musical Rincon Sapiência, Wilson Rabelo e dos influenciadores Dum Ice e Jacy Lima.

A intenção da dupla é que a série tenha um toque popular como séries americanas que atingiram um grande patamar no Brasil, como foi o caso de Todo Mundo Odeia o Chris e Um Maluco no Pedaço.

A série também usará o gancho das discussões raciais, como a do Vidas Pretas Importam, para debater a falta de oportunidades de jovens pretos no mercado de trabalho e a consequência do racismo estrutural no dia-a-dia negro.

Mas a série, além de debater racismo, quer mostrar o outro lado do cotidiano preto, quando pessoas pretas conseguem levantar a cabeça e olhar para o outro lado.

“No dia 20 de novembro acordamos com a notícia de um homem negro sendo assassinado no Carrefour. Isso ocorre diretamente porque a TV ensina que o homem preto é um perigo. Nascemos com a vontade de desmistificar isso, o audiovisual pode fazer isso em um piscar de olhos”, comentou Licínio Januário.

Streaming: representatividade como modelo de negócio – Meio & Mensagem

Lemos afirmou que as pessoas pretas brasileiras gastam, em média, um valor de 1,7 trilhões de reais ao ano, mas o conteúdo televisivo não representa o negro com poder de compra.

Mas diferente dos streamings da Amazon, Netflix e Globoplay. O Wolo TV disponibilizará cada material individual para compra, como um sistema de pay-per-view, popularizado pelos sistemas de TV a cabo.

Os sócios do streaming receberam cerda de 1,2 milhões de reais liberados pelo Dima, fundo do Qatar. A quantia foi investida na produção do primeiro show do streaming, A Casa da Vó. Agora buscam por uma nova rodada de 4 milhões de dólares para posicionarem a operação e desenvolverem outros projetos.

Para assistir a série Casa da Vó na sua estreia clique aqui

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Riuler Luciano
Riuler Luciano

Jornalista Cultural e Marketeiro, cresceu lendo quadrinhos dos X-MEN é amante de Cultura Pop e Pequi!

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