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Voltei! Filme do Cinefantasy mostra retorno às raízes familiares
‘Voltei!’ conta a história de duas irmãs, Alayr e Sabrina, que escutam pelo rádio um julgamento que pode mudar suas vidas. É quando sua irmã , que até então estava morta, Fátima retorna, para participar desse dia.
Enquanto aguardam a resposta, as duas conversam sobre o Brasil em que vivem, com diálogos repletos de críticas que refletem um pouco o momento em que o brasil vive atualmente. Elas falam sobre a saudade que sentem da mãe, é então que descobrimos que a mãe foi presa na ditadura militar.
Conforme a conversa anda, descobrimos também que a irmã delas, Fátima, também foi vítima de censura em determinada época: em uma festa de carnaval, ela cantou uma música, que segundo elas falam, era proibida.
O ponto alto do filme acontece quando elas escutam o julgamento que tanto ansiavam e dá empate, e Sabrina se levanta para procurar mais pilhas. É aí alguém bate à porta, e não é ninguém mais ninguém menos que a irmã, que até então elas achavam que estava morta.
Parece inexplicável Fátima ter voltado depois de 8 anos, mas conforme o filme avança, ela conta o que aconteceu para ter sumido durante tanto tempo. O que deveria ser motivo de espanto para as outra duas, pelo contrário, foi apenas alegria de ter de volta a irmã.
Os pontos altos do filme
O que mais chama atenção no filme, é que mesmo que elas não saibam o destino de seu país e vivendo a mercê da escuridão, a união entre elas é mais forte, e o que marca isso é quando elas aguardam o desempate, e Fátima, que precisou desaparecer por conta da censura, canta para as outras duas a música que custou sua liberdade durante anos.
O filme trabalha bem a relação entre as irmãs que a votação que elas tanto aguardam fica em segundo plano, e mesmo quando o resultado sai, isso se torna um pouco irrelevante, pois ficamos envolvidos na música e nos diálogos entre elas.
Ele finaliza da melhor forma possível, e mesmo se passando em um único cenário com pouca luz, a 1:17:00 em que o filme se passa, grande parte composto apenas por diálogos, não se torna cansativo.
Vale a pena assistir para refletirmos sobre o período em que se passa e as discussões sobre cultura, família e liberdade de expressão.