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Rainha Charlotte “I will stand with you between the heavens and the earth”
“Querido Leitor”, é assim que Lady Whistledown começa todos os seus periódicos e está prestes a contar ou “fofocar” sobre alguém importante da alta sociedade. Na minissérie “Rainha Charlotte”, produção original da Netflix com Shondaland e supervisão de Julia Quinn, autora de “Os Bridgertons”, o foco é a história do relacionamento entre Rainha Charlotte e Rei George III, e para além de fantasiar sobre o amor desses dois, a série aborda assuntos importantes como: racismo da alta sociedade, traição, relacionamentos homoafetivos e claro a doença que levou o rei a loucura.
Os comentários sobre a minissérie não param, e desde o seu lançamento permanece no Top 1 assistidos da Netflix, usuários das redes sociais ousam dizer que a série é melhor do que as duas primeiras temporadas de “Os Bridgertons”. Apesar da minissérie não ser baseada em livros (mas ter uma produção pela Julia Quinn já publicada), “Rainha Charlotte”, tem uma história surpreendente e que te prende desde o primeiro minuto, começando pelo fato da esposa do Rei da Inglaterra ser negra.
Racismo velado da alta sociedade
Embora a rainha Charlotte fosse uma figura real e tivesse desempenhado um papel significativo na história britânica, sua herança afrodescendente era frequentemente ignorada ou minimizada pela sociedade da época, isso é o que especulam pesquisadores e historiadores sobre a época em que ela foi rainha. Dito isso, a minissérie abordou de forma leve e incisiva o racismo, que é representado por comentários e atitudes sutis, como olhares desdenhosos, questionamentos sobre sua capacidade de governar e a constante busca por justificativas para sua inteligência e habilidades.
O principal ponto na narrativa é a luta de Lady Danbury para continuar com o título mesmo após a morte do marido, além de claro, do próprio Rei mostrar que admira a esposa mesmo sendo negra. A narrativa de também serve como um seguidor de que o racismo não se limita a manifestações explicitamente, mas também pode estar presente de maneiras mais sutis e insidiosas. Ao abordar o racismo velado, a minissérie “Rainha Charlotte” oferece uma oportunidade para reflexão sobre as questões raciais e para discutir como essas formas mais sutis de diminuir continuam a afetar as pessoas até os dias atuais.
Brimsley e as vontades da realeza
Outro ponto que deve ser destacado sobre a série, é o relacionamento homoafetivo entre Brimsley e Reynolds, ambos são retratados como membros da equipe de funcionários responsáveis pela segurança, bem-estar e conforto dos membros da família real britânica.
Brimsley é apresentado como o chefe dos guardas pessoais da rainha Charlotte. Ele é retratado como um homem leal, dedicado e comprometido em garantir a segurança do monarca, ele desempenha um papel importante ao zelar pela integridade física da rainha e ao garantir que ela esteja protegida de possíveis ameaças.
Por outro lado, Reynolds é retratado como o mordomo principal da corte real. Ele é responsável por coordenar todos os aspectos do serviço e dos cuidados com o rei. Reynolds é representado como uma figura meticulosa, atenta aos detalhes e extremamente profissional, ou seja, sempre cuidando para que a doença de George fosse fofocada.
Mas, o interessante da relação entre eles, é que mesmo em um relacionamento amoroso, em que a minissérie fez questão de mostrar o que ganha pontos de representatividade, é o fato que eles não conversaram em momento algum sobre eles mesmos, como Brimsley disse “Todos aqui estão para servir o Rei.” Fora o final aberto do casal, a história não mostra nem onde Reynolds está. Será que vem uma próxima temporada?
A doença do Rei é real?
A doença do rei George, também conhecida como “loucura do rei George”, foi um tema amplamente discutido na história e na cultura popular. Inclusive, na minissérie, a doença é representada como o elemento principal na narrativa. Até porque, George não quer amar e nem ter um relacionamento próximo com Charlotte, por causa das alucinações.
Assim, a narrativa explora os sintomas que ele apresentava, como comportamento errático, episódios de fúria, delírios e confusão mental. Essa doença coloca em risco a estabilidade do reino e a continuidade do governo. O que deixa a história da minissérie mais interessante e dramática é justamente como o rei e a rainha, em um relacionamento, lidam com os episódios de loucura. Primeiramente, o fato dos “tratamentos” de George serem basicamente tortura e como ele se esforçou para estar curado para Charlotte.
Segundo, que pode se dizer ser o ponto principal, é que para o gênero do romance, se ama de qualquer forma, independente de qualquer coisa ou empecilho, nesse caso, independente da loucura. Charlotte mesmo após George não se lembrar mais dela e as alucinações apossarem dele, continua sua esposa e o amando.
A minissérie conseguiu tratar de vários assuntos, como os ditos nesse texto, e inclusive a construção de família para a realeza de forma leve, dramática e que aproximou o público para o universo. E ainda deixou todos de queixo caído com as declarações de amor espetaculares. Seis episódios de amor, paixão, angústia, drama e várias sensações! Shonda mais uma vez, em direção, conseguiu deixar os fãs apaixonados:
“I will stand with you between the heavens and the earth. I will tell you where you are. Do. you. love. me? “ – Charlotte.
“I LOVE YOU! from the m- from the moment I saw you trying to go over the wall I have loved you desperately i cannot breathe when you are not near. I love you Charlotte. My heart calls your name.” – George
Trailer: