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Passolini, Criolo, Zélia Duncan, Orso Welles e Fanny Ardant são atrações do 33° Curta Kinoforum
Uma constelação de astros e estrelas se faz presente na grande festa do curta-metragem. A 33ª edição do Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum, que acontece no período de 18 a 28 de agosto, traz filmes com participações de nomes como Orson Welles, Fanny Ardant, Zélia Duncan, Criolo, Lea Garcia, Denise Fraga, Silvero Pereira, Enrique Diaz, Carol Duarte e Bruna Linzmeyer, entre outros.
Reconhecido como um dos mais importantes eventos mundiais dedicados ao filme de curta duração, o evento traz ainda filmes dirigidos pelas atrizes Sabrina Kouroughli, Karine Teles, Helena Ignez, Djin Sganzerla e Georgina Castro, ao lado de uma homenagem ao centenário de nascimento do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini. Na programação estão finalistas ao Oscar e premiados nos festivais de Cannes, Berlim, Sundance, Locarno e Tampere, além de debates discutem a arte em NFT, fake news, a importância dos coletivos e o metaverso.
Inteiramente gratuito, o festival volta a ser presencial, porém mantendo parte da programação de forma online. Estão programados 218 filmes, representando 41 países. A participação brasileira responde por 109 obras, estando representados 19 estados e o Distrito Federal. Fazem sua première mundial no festival 37 produções brasileiras inéditas.
A grade é organizada nas seções permanentes Mostra Internacional, Mostra Latino-Americana, Programas Brasileiros (este ano com Mostra Brasil e Oficinas de Realização Audiovisual), Mostra Infantojuvenil e Limite. Já os programas especiais em 2022 incluídos são: Pelas Mãos de Pasolini, Femmes Fatales, Nocturnu – Cine Fantástico e de Horror, O Efeito Queer Indígena, Curta Cinemateca, Conexão Juventudes, Por Uns Minutos a Mais, A Gente se Adapta e duas sessões inclusivas, com recursos de acessibilidade.
Complementam a programação o seminário Conexão USP Kinoforum (nesta edição discutindo fake news e metaverso), lançamento de livros, a masterclass “Entendendo o Audiovisual em Seu Interior e Hackeando o Sistema por Dentro” (ministrada pelo cineasta Jeferson De), duas mesas de debate em torno da arte com NFT, o webinar “Formação Audiovisual para Professores” e o encontro “A Importância do Coletivo na Produção dos Territórios Periféricos”.
O circuito de salas exibidoras em 2022 inclui CineSesc, Espaço Itaú de Cinema – Augusta / Anexo Sala 4, Circuito Spcine Lima Barreto / Centro Cultural São Paulo, Cinemateca Brasileira – Sala Grande Otelo e Museu da Imagem e do Som. Já o projeto Cinema na Comunidade leva filmes da programação para 17 locais, majoritariamente localizados nas periferias da cidade. As plataformas digitais de streaming parceiras são Sesc Digital, Itaú Cultural Play e Porta Curtas.
O acesso online para os filmes, debates e encontros pode ser feito através do endereço www.kinoforum.org.
O Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum conta com patrocínio do Itaú, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério do Turismo, da Spcine e da Prefeitura Municipal de São Paulo. É uma realização da Associação Cultural Kinoforum, Sesc, Museu da Imagem e do Som e Cinemateca Braileira.
Para a diretora do Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum, a produtora Zita Carvalhosa, “estar de volta às salas de cinema, depois de dois anos de programação exclusivamente virtual, renova nossa aposta na ideia de festival audiovisual como espaço de imersão compartilhada em conteúdos a serem fruídos e debatidos no coletivo. O conjunto de filmes aqui reunido revela que a produção recente de curta duração, no Brasil e no mundo, está antenada com os tempos atuais e os resultados alcançados trazem criatividade e potência”.
Mostra Brasil
Com uma seleção de 56 títulos, representando 17 estados e o Distrito Federal, a Mostra Brasil reúne produções finalizadas em 2021 e 2022. Destacam-se obras com participação de conhecidos nomes das artes brasileiras. É o caso de “Romance”, estrelado por Gilda Nomacce e Enrique Diaz, com direção da premiada atriz e roteirista Karine Teles (de “Bacurau”, “Pantanal” e “Os Últimos Dias de Gilda”). Já em “Tamo Junto”, o músico Criolo atua como ator e o rapper Emicida responde pela canção final do curta. Gilda Nomacce, uma das atrizes favoritas dos curtas-metragistas brasileiros, está no elenco de “Os Últimos Dias de Duas Amigas”, de filme de mistério dirigido por Rodrigo Lavorato,
No premiado “Chão de Fábrica” as protagonistas são interpretadas por Carol Duarte (“A Vida Invisível”, “A Força do Querer”), Helena Albergaria (“Que Horas Ela Volta?”, “Psi”), Alice Marcone (“De Volta aos 15”, “Noturnos”, “Todxs Nós”) e Joana Castro (“Madalena”). A dupla Maria Ribeiro e Fernando Alves Pinto emprestam seu talento vivendo os papéis principais de “Corpo Celeste”, de Renata Paschoal e André Sobral. Por sua vez, “Fantasma Neon”, vencedor do prêmio de melhor curta no Festival de Locarno, tem atuação de Silvero Pereira, conhecido pelo longa “Bacurau” e pela telenovela “Pantanal”.
Entre as obras inéditas em estreia no festival está “Antes do Amanhã”, o novo trabalho dirigido pela também atriz Djin Sganzerla (do longa “Mulher Oceano”), no qual uma bebê questiona o presente e futuro da humanidade. Outra atriz na direção, Georgina Castro (de “O Céu de Suely” e “Um Lugar ao Sol”) focaliza em “Hospital de Brinquedos” uma menina que se vê pela primeira vez sozinha na casa da avó e tem que lidar com sua ausência. Em “Ararat”, de Guto Gomes, dois irmãos donos de uma confeitaria tradicional armênia em São Paulo (interpretados por José Abujamra e Joaquim Muylaert, filhos da cineasta Anna Muylaert) têm um embate ao descobrirem que o suposto supervisor do evento é um representante turco. “Coletânea de Histórias Extremamente Curtas” reúne 27 micro histórias que retratam com sarcasmo a realidade fantástica de personagens autênticos e conta no elenco com Denise Fraga (mãe do diretor do filme, Pedro Fraga Villaça).
Também inéditos são “Através da Cidade Invisível”, de Paulo Grangeiro, que parte de fragmentos de memória do cineasta Carlos Reichenbach (1945-2012), e “Heroicas”, assinado por Evaldo Mocarzel e pelo cultuado autor teatral Newton Moreno, com denso texto off interpretado por Denise Weinberg (atriz premiada pelo longa “Quase Nada”).
Estão incluídos no 33º Curta Kinoforum curtas brasileiros premiados internacionalmente, como “Cantareira”, de Rodrigo Ribeyro, vencedor do 3º prêmio na mostra Cinéfondation do Festival de Cannes; “Chão de Fábrica”, de Nina Kopko, melhor curta-metragem internacional no Festival de Friburgo (Suíça); “Manhã de Domingo”, de Bruno Ribeiro, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim; e “Sideral”, de Carlos Segundo, selecionado para o Festival de Cannes e vencedor do Prêmio Aquisição Canal + no Festival de Clermont-Ferrand, entre outras premiações ;.
Mostra Latino-Americana
A seção selecionou este ano 24 filmes, representando nove países da região. O grande destaque é para o chileno “Bestia”, de Hugo Covarrubias, que focaliza episódio da vida de uma agente da polícia secreta durante a ditadura militar naquele país, foi finalista ao Oscar de melhor curta de animação e esteva na programação do Festival de Sundance.
Eleito como melhor curta-metragem argentino no prestigioso Bafici – Festival de Cinema Independente de Buenos Aires, “O Nascimento de Uma Mão”, de Lucila Podestá, se passa em uma noite de insônia e aborda a dor física após um acidente. Produção da República Dominicana dirigida por Rodney Llaverias, “Tropicalía” tem no enredo o surgimento de um estranho cachorro e figurou entre os selecionados para o Festival de Roterdã.
Também chileno, “Estrelas do Deserto” colheu elogios quando de sua exibição no prestigioso Festival de Tribeca (evento que tem como um de seus criadores o ator Robert De Niro) e sua ação se passa no deserto do Atacama, onde um garoto vê sua cidade desaparecer devido às secas e ao abandono. Já “Criatura”, de María Silvia Esteve, uma coprodução entre a Argentina e a Suíça, foi o grande vencedor do Pardino d’Oro de melhor curta autoral suíço no Festival de Locarno.
A animação argentina “Passageiro”, de Juan Pablo Zaramella, narra uma surpreendente viagem de trem, revelando a relação conflituosa entre um homem, seu ambiente social e seus códigos. Foi selecionado para o Festival de Annecy (considerado a “Cannes” do cinema de animação) e para o Animafest Zagreb, na Croácia.
Mostra Internacional
Das 2.734 inscrições internacionais recebidas, o 33º Curta Kinoforum selecionou para a Mostra Internacional 48 filmes, oriundos de 28 países diferentes.
Está incluído “Warsha”, uma coprodução entre o Líbano e a França eleita como melhor curta-metragem no Festival de Sundance. Trata-se de um surpreendente episódio na vida de um migrante sírio trabalhando como operador de guindaste em Beirute. A obra foi selecionada para os festivais de Sundance, Roterdã, SXSW e Clermont-Ferrand, além de colecionar premiações na França, Canadá, Finlândia, Índia, Sérvia e Macedônia, entre outros países
A revolução ucraniana de 2014 está no centro de “Revolução Gloriosa”, uma coprodução entre o Reino Unido, Alemanha e Ucrânia dirigida por Masha Novikova. No filme, uma mãe perde seu filho, que é morto enquanto protestava na Praça da Independência. Sua tentativa de enterrá-lo como herói colide com a corrupção no sistema burocrático, testando sua crença no país. O Festival de Cannes reconheceu o curta com o Terceiro Prêmio La Cinef.
Eleito melhor filme no Festival de Cinema Árabe de Mascate (Omã) e vencedor do prêmio de prata no Festival de Cinema Africano de Lovaina (Bélgica), “Frida” é produção tunisiana que focaliza uma professora que é confrontada com a recusa dos pais de sua melhor aluna em ver sua filha conviver com os meninos na sala de aula. A professora então se vê sozinha diante de uma conspiração que tentará afastá-la de seu trabalho.
“O Marinheiro Voador” é o aguardado novo trabalho da dupla canadense Amanda Forbise e Wendy Tilby, por duas vezes indicada ao Oscar de melhor curta de animação (com “When The Day Breaks”, 1999, e “Wild Life”, 2011). Inspirada em fatos reais, a obra é uma reflexão sobre a inesperada viagem de um marinheiro e foi selecionada para o Festival de Annecy, considerado como a meca do cinema de animação. Já o português “O Que Resta”, de Daniel Soares, focaliza um agricultor idoso e solitário diante da iminente venda do último aimal que lhe resta. Foi eleito como melhor curta nacional no festival IndieLisboa.
Produção francesa que faz sua estreia internacional na programação do 33º Curta Kinoforum, “Perdido” é assinado por Gaetan Vassart e Sabrina Kouroughli. A obra marca a estreia na direção cinematográfica da prestigiosa atriz teatral francesa Sabrina Kouroughli, que tem no currículo dezenas de peças encenadas a partir de 2001 e foi indicada ao Prêmio Molière.
Fanny Ardant, a grande dama do cinema e do teatro francês, está no elenco de “Bom Dia, Meia-Noite”, filme que focaliza Sasha, que, como em todas as noites, vai afogar sua solidão em álcool no bistrô local. Mas, desta vez, ela conhece um homem atraente que quer conversar com ela. Ardant já integrou o elenco de mais de 100 filmes – entre eles “8 Mulheres” e “Belle Epoque” e foi Premiada no Festival de Berlim e, por duas vezes, nos Prêmios César.
“Ruído Azul”, de Simon Maria Kubiena, foi vencedor de menção especial na seção Generation Kplus do Festival de Berlim. O júri da competição afirmou tratar-se de um filme que, com apenas alguns traços nítidos e precisos, retrata a luta de um jovem conflitante tentando encontrar seu lugar e seu lugar no mundo.
Do norte-americano Bill Morrison, que assina aproximadamente 50 filmes e já foi premiado no Festival de Berlim, o festival exibe seu mais recente curta, “Seu Beijo Violeta”. No enredo, uma mulher que vai a uma festa, é observada e finalmente conhece um convidado misterioso. Por sua vez, a animação britânica “Homebird” acumulou elogios e prêmios em eventos na Europa e na América do Norte ao focalizar uma jovem artista que se vê recuando para as memórias cor-de-rosa da vila por ela deixada para trás. A produção do Kosovo “Deslocados”, de Samir Karahoda, passa-se no pós-guerra daquele país e foi o grande vencedor na categoria de curta de não-ficção no Festival de Sundance, tendo passado também por Cannes e Toronto, entre outros eventos.
Por Uns Minutos a Mais
No programa especial Por Uns Minutos a Mais, composto por cinco títulos brasileiros com mais de 25 minutos de duração, uma das atrações é o filme “Uma Paciência Selvagem Me Trouxe Até Aqui”, obra da diretora Érica Sarmet premiada no prestigioso Festival de Sundance que é estrelada pela cantora Zélia Duncan e pela atriz e ativismo nos movimentos feminista e LGBTQIA+ Bruna Linzmeyer (de “O Sétimo Guardião”, “Pantanal”). No mesmo programa estão ainda produções assinadas por Paula Gaitán (“Se Hace Camino Al Andar”, exibido no Festival de Berlim) e Francis Vogner dos Reis (“A Máquina Infernal”, selecionado para o Festival de Locarno.
Pelas Mãos de Pasolini
Um dos programas especiais do 33º Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum celebra o centenário de nascimento do cineasta Pier Paolo Pasolini. Cinco títulos, realizados entre 1960 e 2021, que trazem participações do revolucionário diretor italiano como roteirista e narrador estão em Pelas Mãos de Pasolini. São filmes de rara exibição, como “Il Ragazzo Motore” (de Paola Faloja, 1967), “Stendalì (Ainda Soam)” (Cecilia Mangini, 1960) e “O Cinema de Pasolini (Notas Para Um Critofilme)” (de Maurizio Ponzi, 1967). Na programação está incluído o inédito brasileiro “Pierpaolo” (de Ivan Claudio) e o episódio “A Ricota” (1963), protagonizado por Orson Welles e dirigido por Pasolini para o longa “RoGoPaG – Relações Humanas”.
Femmes Fatales
Femmes de Femmes é programa especial organizado pelo pioneiro Festival International de Films de Femmes (FIFF) de Créteil, na França, evento criado em 1978. Estão programados filmes de gênero – filmes fantásticos/de terror – dirigidos por mulheres. Destaca-se o norte-americano “Suspense”, de Loïs Weber, um thriller surpreendentemente eficiente de 1913. Estão presentes também produções recentes, finalizadas no período de 2017 a 2021: os franceses “Novo Sabor”, de Merryl Roche, e “O Dia em Que Minha Mãe Virou Um Monstro”, de Josephine Hopkins, e a animação sueca “O Esperado” de Carolina Sandvik.
Curta Cinemateca
A Cinemateca voltou às suas atividades e o 33º Curta Kinoforum preparou, juntamente com a área de difusão da instotuição, um programa especial para marcar este momento. Curta Cinemateca tem títulos documentais, experimentais e ficcionais, assinados por cineastas brasileiros relevantes. “Nitrato” (1974), de Alain Fresnot, denuncia a situação precária da Cinemateca à época. Já em “Cinemateca Brasileira” (1993) o início da transferência das instalações da entidade para a sede atual é registrado pelo criativo diretor Ozualdo Candeias. Carlos Adriano faz em “Festejo Muito Pessoal” (2016) um ensaio poético inspirado no artigo “Festejo Muito Pessoal”, de Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977). A ficção “A Grávida da Cinemateca” (2016), de Christian Saghaard, acompanha o drama de uma jovem funcionária da Cinemateca Brasileira, quando ela descobre que está grávida. Ao mesmo tempo, ela recebe uma notícia bombástica: a Cinemateca vai fechar! E “Juvenília” (1994) é um polêmico trabalho de Paulo Sacramento à base de fotos fixas colhidas em p&b nas portas da Cinemateca.
O Efeito Queer Indígena
Com cinco produções canadenses e uma da Groelândia, produzidas entre 2014 e 2021, o programa especial O Efeito Queer Indígena revela um novo cenário audiovisual, com filmes feitos por cineastas dos povos originários dessa região. Está programado “Aviliaq: Entrelaçadas”, sobre duas mulheres inuítes que nos anos 1950 tentam proteger seu relacionamento quando a pressão da comunidade as obriga a se casar com homens. Também são exibidos “Fogo Selvagem” (de Bretten Hannam), “Jesse Jams” (Trevor Anderson), “Êmîcêtôsêt – Muitas Linhagens” (Theola Ross), “Suave Noite” (Jessie Ray Short) e “Tuullik” (Berda Larsen).
Nocturnu – Cine Fantástico e de Horror
Nocturnu – Cine Fantástico e de Horror é um dos programas favoritos do público do Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum. Este ano, um dos destaques é a produção dinamarquesa “Na Terra”, de Casper Kjeldsen. Vencedor do FANTBilbao – Festival de Cine Fantástico de Bilbao, o filme esteve selecionado para o Festival de Cannes. Na trama, a vida de Karoline vira de cabeça para baixo quando seu pai começa a cavar um buraco em seu quintal. Os dias seguintes se transformam em um pesadelo quando o poço se torna um túmulo e a terra puxa Kjeld cada vez mais para as profundezas.
“Algo no Jardim”, do chileno Marcos Sánchez, surpreende ao acompanhar a jornada de um jovem nas profundezas do quintal de seu vizinho, enquanto que o inédto brasileiro “Aperio”, dirigida por Patrick Hanser, no qual, depois da morte da mãe, uma filha e um pai encaram o luto em sua forma mais nefasta.
Limite
O espaço de destaque para a experimentação estética oferecido pela Mostra Limite celebra este ano o próprio cinema. Entre os dez filmes selecionados destaca-se o argentino “The Spiral”, selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e premiado no Festival de Vila do Conde (importante evento de curtas-metragens, sediado em Portugal). A obra parte de um áudio do WhatsApp e, com ele, uma espiral descendente se desenrola, já tendo sido classificada como “uma vibração psicodélica e existencial”. A diretora María Silvia Esteve tem outro filme no festival: “Criatura”, de 2021, ganhador do Pardino d’Oro de melhor curta autoral suíço no Festival de Locarno.
Do cineasta romeno Radu Jude, “A Semiótica do Plástico” reflete sobre a vida do ser humano, do nascimento à velhice. Para representá-la, os objetos criados pelos humanos para seus filhos (ou seriam filhotes?). O curta foi selecionado para o importante Festival de Veneza e seu diretor é conhecido do público brasileiro, já tendo exibido obras anteriores no Curta Kinoforum.
Elogiado trabalho de ressignificação de material de arquivo, “Train Again”, do austríaco Peter Tscherkassky, presta homenagem ao cineasta e seu conterrâneo Kurt Kren (1929-1998). O filme foi o vencedor do prêmio de melhor curta no Festival de Gijón (Espanha).
Mostra Infantojuvenil
São três programas na Mostra Infantojuvenil. Cuidar do Planeta é Tudo de Bom!, com nove títulos, e Amizade é Tudo de Bom!, com cinco filmes, são voltados ao público infantil. Já
A Voz da Juventude destina-se a adolescentes. Neste último está “Ibeji Ibeji”, que conta no elenco com a veterana atriz Lea Garcia. No enredo, a descoberta da morte mostra aos gêmeos Omar e Taú a herança ancestral da vida.
Oficinas de Realização Audiovisual
Iniciativas renovadoras do audiovisual brasileiro, nas últimas duas décadas oficinas de realização se proliferam pelo país e foram responsáveis pela inclusão – cultural, social, profissional – de um gigantesco contingente de jovens. O festival organizou dois programas, com 16 títulos realizados elos projetos É Nóis na
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