Oscar cria novos critérios de inclusão para aumentar diversidade de indicados a partir de 2024

Após duras críticas às premiações do OSCAR, a academia resolve mudar os pré-requisitos para aumentar a inclusão. São muitas mudanças que vão impactar nas contratações e no elenco dos filmes para poder concorrer a tão aclamada estatueta de ouro.

Os aspirantes ao Oscar terão que atender a novos padrões, inclusive na contratação, para se qualificar como Melhor Filme. Essa mudança da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas espera levar a uma maior diversidade e representatividade tanto nas telas quanto nos bastidores.

As alterações fazem parte da resposta do Oscar às críticas sobre sua persistente falta de diversificação dos indicados. O pedido se tornou particularmente intenso cinco anos atrás, quando a hashtag #OscarSoWhite forçou a rever parâmetros dentro da organização. Desde então, a liderança da Academia tentou melhorar a diversidade dentro do corpo de votação e encorajou positivamente discussões dentro da indústria. Porém, esse novo conjunto de diretrizes tem como objetivo tornar obrigatório que os candidatos às premiações sejam mais inclusivos em relação aos que tradicionalmente foram marginalizados em Hollywood.

“Nós acreditamos que esses padrões de inclusão serão catalizadores de longa duração, com mudanças essenciais em nossa indústria.” O presidente da Academia David Rubin e o CEO da Academia Dawn Hudson falaram em uma declaração na Terça-feira.

As diretrizes têm alguns precedentes. A Academia disse que eles são modelos com requerimentos similares tanto ao British Film Institute, que determina fundos elegíveis para produções, quanto para o British Academy of Film and Television, com foco para participar de algumas categorias do British Academy of Film and Television Arts, o BAFTA.

Os novos regulamentos da Academia apenas se aplicam à categoria de Melhor Filme. Categorias como Melhor Animação, Melhor Documentário, Melhor Documentário de Curta-Metragem, Melhor Filme Internacional, Melhor Animação de Curta-Metragem e Melhor Curta-Metragem em Live Action terão aplicações em outra data.

As novas regras não serão obrigatórias nesse ano, pois quase todos os filmes já estão completos ou no fim de sua produção. Eles não serão desclassificados pelos próximos 2 anos, entretanto os participantes destas premiações deverão enviar um formulário privado documentando que os padrões foram atendidos.

Esta política será obrigatória apenas no 96° Oscar, em 2024, o que dará aos concorrentes três anos para atender ao menos duas categorias das quatro designadas, sendo elas A, B, C e D.

PADRÃO A: REPRESENTAÇÃO NA TELA, TEMAS E NARRATIVAS

Para alcançar o Padrão A, o filme precisa seguir um dos seguintes critérios:

A1. Ator principal ou coadjuvantes – Ao menos um dos atores principais ou um dos coadjuvantes de destaque devem fazer parte de um grupo ou etnia com pouca representatividade (asiático, hispânico/latino, negro/afro-americano, indígena/nativo-americano/nativa do Alasca, Oriente Médio/Norte da África, havaiano nativo).

A2. Elenco Geral – Ao menos 30% de todos os atores em papeis secundários ou menores devem pertencer a dois dos grupos com pouca representatividade (mulheres, grupos raciais ou étnicos, LGBTQ+, pessoas com deficiências físicas ou cognitivas).

A3. História principal/assunto — A história principal, tema ou narrativa do filme deve ser centrada em um grupo com pouca representatividade (mulheres, grupos raciais ou étnicos, LGBTQ+, pessoas com deficiências físicas ou cognitivas).

PADRÃO B: LIDERANÇA CRIATIVA E EQUIPE DE PROJETO

Para alcançar o Padrão B, o filme precisa seguir um dos seguintes critérios:

B1. Liderança criativa e chefes de departamento – Ao menos dois membros das seguintes lideranças criativas e chefes de departamento – diretor de elenco, cinematógrafo, compositor, figurinista, diretor, editor, cabelereiro, maquiador, produtor, designer de produção, decorador de set, editor de som, supervisor de efeitos visuais, roteirista – devem pertencer a grupos com pouca representatividade (mulheres, grupos raciais ou étnicos, LGBTQ+, pessoas surdas ou com deficiência auditiva severa).

Ao menos uma dessas posições deve pertencer a um grupo ou etnia com pouca representatividade (asiático, hispânico/latino, negro/afro-americano, indígena/nativo-americano/nativa do Alasca, Oriente Médio/Norte da África, havaiano nativo).

B2. Outras funções importantes – Ao menos seis cargos de equipe/time e posições técnicas (excluindo assistente de produção) devem pertencer a grupos raciais ou étnicos com pouca representatividade. Essas posições incluem, mas não se limitam, a Primeiro Assistente de Diretor, Supervisor de Roteiro e Técnico em Iluminação.

B3. Composição geral das equipes -Ao menos 30% da equipe técnica inteira deve pertencer a um grupo com pouca representatividade (mulheres, grupos raciais ou étnicos, LGBTQ+, pessoas com deficiências físicas ou cognitivas, surdos ou pessoas com deficiência auditiva severa).

PADRÃO C: ACESSO à Indústria E OPORTUNIDADES

Para alcançar o Padrão C, o filme precisa seguir os dois critérios a seguir:

C1. Aprendizagem remunerada e oportunidades de estágio – A distribuição do filme ou a companhia financeira deverá pagar a aprendizes ou estagiários que façam parte dos seguintes grupos com pouca representatividade (mulheres, grupo racial ou étnicos, LGBTQ+, pessoas com deficiências físicas ou cognitivas, surdos ou pessoas com deficiência auditiva severa).

Os grandes estúdios ou distribuidores devem ter um número substancial de aprendizes ou estagiários assalariados de grupos com pouca representatividade, incluindo grupos raciais ou étnicos em departamentos como: desenvolvimento/pré-produção, produção presencial, pós-produção, música, efeitos visuais, aquisições, administração, distribuição, marketing e publicidade.

Os estúdios ou distribuidores pequenos ou independente devem ter o mínimo de dois aprendizes ou estagiários assalariados de grupos com pouca representatividade, sendo ao menos um de grupos raciais ou étnicos em seus departamentos. C2. Oportunidade de treinamento e desenvolvimento de suas habilidades – A produtora, distribuidora ou companhia financeira deve oferecer treinamento ou oportunidades de emprego para pessoas de grupos com pouca representatividade (mulheres, grupo racial ou étnicos, LGBTQ+, pessoas com deficiências físicas ou cognitivas, surdos ou pessoas com deficiência auditiva severa).

PADRÃO D: DESENVOLVIMENTO COM O PÚBLICO

Para alcançar o Padrão D, o filme precisa seguir o critério a seguir:

D1. Representação no marketing, publicidade e distribuição – O estúdio ou companhia de cinema precisa ter executivos sênior pertencentes a grupos com pouca representatividade, incluindo grupos raciais ou étnicos nas equipes de marketing, publicidade ou distribuição.

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E você, o que achou dos novos critérios do Oscar? Deixe nos comentários o que você pensa sobre as novas regras de inclusão e diversidade no cinema Hollywoodiano. Mesmo sendo apenas de 2024 pra frente, muita coisa vai mudar, e que mude pra melhor!


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Pedro Hilário
Pedro Hilário

Nerd, gamer, amante de HQs, filmes de terror, colecionador de CDs de bandas que ninguém conhece, barman e Streamer. Prazer, eu sou Hilário.

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