"Mundo Estranho": Por que precisamos falar sobre a nova animação do Disney+

“Mundo Estranho”, a nova animação da Walt Disney Animation Studios, chegou recentemente com exclusividade no Disney+ após estrear nos cinemas. A produção apresenta os Clades, uma lendária família de exploradores em sua tentativa de navegar por uma terra inexplorada e traiçoeira ao lado de uma eclética equipe que conta com: Splat, um travesso companheiro de aventuras; Legend, um cachorro de três patas e um monte de criaturas vorazes.

Dirigido por Don Hall e produzido por Roy Conli (“Operação Big Hero”, vencedor do Oscar® de 2014), o filme traz temas e discussões importantes, abordando sobre sexualidade, família e meio ambiente. Confira mais sobre abaixo:

O planeta de “Mundo Estranho”

Segundo o diretor da produção Don Hall, Avalonia é uma alegoria ao próprio Planeta Terra, onde as gerações atuais precisam pensar nas heranças que deixarão. A terra criada pelo diretor e toda à sua equipe traz para as telas inspirações de grandes obras, como o clássico livro do francês Júlio Verne “Viagem ao Centro da Terra” (1864), que em muitos momentos se conecta à trama da animação, trazendo o melhor das clássicas histórias de aventureiros e a estética dos quadrinhos franceses e belgas do início de 1900 chamados “Pulp Fictions”, outra grande inspiração do diretor.

“Mundo Estranho” coloca em xeque os interesses humanos e como eles podem prejudicar o local onde vivemos. Os personagens da trama precisam tomar uma escolha: seus interesses ou os do mundo. A animação reflete como sabemos tão pouco sobre o local em que vivemos e nos leva a pensar sobre o que deixaremos para o futuro, como estamos matando o Planeta Terra aos poucos e como, no fim das contas, a preservação é benéfica não apenas para os humanos, mas também para todas as formas de vida.

Entendo sobre o desconhecido

A intrigante história de “Mundo Estranho” traz as telas criaturas magnificas que, a princípio, não sabemos se são ameaçadoras ou não. Um exemplo disso é o Splat, uma criatura azul que faz amizade com Ethan, e guia ele e o resto dos Clades através da misteriosa terra subterrânea. O longa mostra que, no fim das contas, todos os seres vivos estão em busca de preservar a sua existência, além da sobrevivência de sua espécie e habitat tentando garantir o equilíbrio entre todas as vidas.

Fun fact! Os ambientes e as criaturas da animação são tão incomuns e impressionantes que os cineastas tiveram que tomar cuidado para não desviar a atenção dos personagens principais no centro do filme. Segundo o designer de produção Justin Cram, a equipe prestava atenção à cada cena, e se as criaturas e paisagens fossem tão bonitas que tirassem a atenção da produção, havia um recuo.

Toda forma de amor

Ethan Clade, o terceiro membro da linhagem Clase apresentado no longa, é um adolescente comum. Cheio de sentimentos, vontades e paixões, o jovem é apresentado em “Mundo Estranho” durante o período da vida onde começamos a nos descobrir. Um dos principais pontos tratados no longa é sua sexualidade. Ethan Clade é apaixonado por um outro garoto de sua turma de amigos. De forma totalmente natural e fluída, animação aborda o assunto e mostra como a aceitação familiar é um ponto chave para que jovens que estão se conhecendo possam se sentir seguros no mundo, mesmo em um local cheio de perigos como Avalonia.

Relações familiares

“Mundo Estranho” gira em torno da turbulenta conexão familiar entre três diferentes gerações. Após um reencontro inesperado dentro de um mundo completamente desconhecido, Jaeger, Searcher e Ethan Clade precisam lidar, após anos do desaparecimento do patriarca, com questões familiares mal resolvidas e laços enfraquecidos após o desentendimento de Searcher com seu pai Jeager e o pouco que Ethan sabe sobre seu avô.

Ethan admira tanto Jaeger, seu avô aventureiro do qual só ouvia histórias dos moradores de Avalonia, quanto seu pai Searcher, que escolheu a calma vida de fazendeiro e empresário. A situação desconhecida e perigosa que os três se encontram, porém, se torna o ponto de partida para que essas conexões perdidas sejam reestabelecidas e o diálogo – um dos fatores mais importantes das relações familiares – entre em campo para que todos possam voltar para casa sãos e salvos.