Jorge Bodanzky estreia o filme “Amazônia, A Nova Minamata?” na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Coproduzido pela Globo Filmes, documentário, que será exibido no dia 27 de outubro, acompanha médicos e pesquisadores que investigam a contaminação de mercúrio na Amazônia hoje e faz um paralelo com desastre ocorrido em Minamata no Japão, conhecido como o maior desastre ambiental da história; a distribuição é da O2 Play

O documentário “Amazônia, A Nova Minamata?”, do diretor Jorge Bodanzky terá exibição exclusiva na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo no dia 27 de outubro e 2 de novembro. Com distribuição da O2 Play, o longa-metragem acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral, enquanto revela como a doença de Minamata, decorrente da contaminação por mercúrio, ameaça os habitantes de toda a Amazônia hoje.

“Fiz muitos filmes sobre a região, mas este é seguramente um dos filmes mais importantes e difíceis da minha vida, pois alerta para os riscos que a contaminação de mercúrio tem para as novas gerações da região amazônica. Não podemos deixar que a Amazônia se torne a nova Minamata”, declara Bodanzky.

A ideia do documentário surgiu após o diretor, em conversa com o neurologista Erick Jennings, morador da Amazônia, que investiga com outras instituições, a razão de tantas crianças com problemas neurológicos na região, questionar se o local irá se transformar na nova Minamata.

Foto do diretor Jorge Bodanzky

Trata-se de filme desafiador no sentido cinematográfico, onde foi necessário equilibrar um conteúdo científico muito complexo com o drama humano dos indígenas que se veem ameaçados de forma trágica por uma doença perversa que compromete a saúde dos adultos de forma silenciosa, mas tem consequências desastrosas nas novas gerações.

“Difícil por que este é um filme que faz uma conexão contemporânea com a contaminação por mercúrio em Minamata, no Japão do século passado. Uma história que gerou cenas que impactaram o mundo com as fotos de Eugene Smith e os filmes de Noriaki Tsuchimoto retratando pessoas deformadas ou sem controle neuromuscular. Imagens chocantes que são fruto de uma doença conhecida como Mal de Minamata, que aparentemente começa a fazer as primeiras vítimas na Amazônia”, pontua o diretor.

Cena do documentário “Amazônia, A Nova Minamata” de Jorge Bodanzky

Jorge e sua equipe, também enfrentaram a resistência e a belicosidade da comunidade garimpeira, maior responsável pela contaminação por mercúrio, que empoderada pelo Governo Federal, criou vários obstáculos para a conclusão das filmagens, incluindo ameaças de morte à equipe e aos personagens. Situações que os personagens principais seguem enfrentando até hoje.

Um drama que se transforma em revolta, com mães munduruku temendo ter mais filhos, e em luta, com as lideranças se mobilizando para acabar com a destruição de seu território ancestral pelo garimpo que contamina a terra, a água, os peixes e os humanos com mercúrio. O filme encontra seu equilíbrio dando voz a Alessandra Korap, uma destas lideranças, como porta-voz dos Mundurukus

As informações sobre venda de ingressos e horários das sessões estão no site da Mostra

Horários:

27/10 às 20h30 no CineSesc

02/11 às 14h00 no MIS- Museu da Imagem e do Som

Sinopse

Lideranças Munduruku, como Alessandra Korap, percebendo que há algo errado com a saúde de seu povo, convidam médicos e pesquisadores para investigar se eles estão contaminados por mercúrio. O neurologista Erik Jennings e pesquisadores da Fiocruz fazem um diagnóstico e revelam os altos índices de contaminação por este metal pesado, tradicionalmente associado à atividade garimpeira de ouro e à destruição da floresta. Mas os médicos enfrentam resistência dos garimpeiros e até do governo brasileiro para poder apresentar os resultados aos Mundurukus. A história de Minamata, no Japão, foi marcada pela população que sofreu sequelas seríssimas no sistema nervoso central, levando muitos à morte e à geração de crianças com má formação congênita. Uma mensagem de luta e esperança é enviada do Japão para a população amazônica. Alessandra e as lideranças Mundurukus enfrentam as ameaças dos garimpeiros, incluindo outros indígenas, e se organizam para combater as fontes dessa contaminação, garantir a saúde de seus filhos e preservar a floresta.

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Luna | A Patroa da Redação
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