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Curtaflix | Guaxuma e a curadoria de Rosana Urbes
“Guaxuma” é um dos curtas selecionados pela curadora Rosana Urbes para o festival Curtaflix. O evento acontece do dia 8 até o dia 17 de abril e é totalmente online e gratuito.
O curta auto biográfico conta sobre a infância de Nara, autora da história, e Tayra e suas memórias do local onde nasceram, Guaxuma.
A obra só pode ser descrita como poética. As escolhas narrativas visuais misturam diversas técnicas, como stop motion, animação em areia e fotografia, de uma forma inovadora. As técnicas selecionadas casam perfeitamente com a história contada, tornando-a muito imersiva.
Se você tem interesse em saber um pouco mais sobre a produção do curta, pode assistir a uma entrevista com Nara Normande e seu processo de criação clicando aqui .
É como gentilmente mergulhar nas memórias ou no sonho de outra pessoa ou ser convidado a espiar um diário.
Em poucos minutos, criamos afeição pelos laços profundos desenvolvidos pelas meninas, pela amizade e o amor fraternal que existe entre elas. Com certeza o curta nos faz pensar em pessoas que ocupam um lugar semelhante em nossas vidas.
A história vai ter um apelo especial para crianças nascidas por volta dos anos 80 ou 90, filhas de pais hippies. O curta é lotado de fotos, personagens e eventos que remetem a essa época. Talvez, para essas pessoas, seja como relembrar um pouco do próprio passado.
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Guaxuma é uma coprodução Brasil-França e possui mais de 70 premiações, como SXSW, Palm Springs, Guadalajara, Ottawa, entre outros.
Vale muito a pena tirar 14 minutos do seu dia para conferir esse curta. É uma história suave, muito focada em sentimentos e emoções, um delicado tributo à Tayra e a Guaxuma.
Rosana Urbes e suas seleções para o festival
Rosana Urbes é uma artista com um currículo impressionante. Já trabalhou 8 anos no exterior, seis deles no Estúdio Disney, em filmes clássicos como “Mulan”, “Tarzan” e “Lilo & Stitch”. Possui uma produtora em São Paulo para projetos de curta metragem de animação e dá diversos workshops, tanto em seu estúdio quanto em outros espaços pelo Brasil. Além disso, também trabalha ilustrando livros.
Seus trabalhos possuem um cuidado e uma delicadeza quase onírica. Não é de se estranhar que as seleções que fez para o festival também tenham esse tom e que várias delas, assim como “Guaxuma”, abordem conteúdos que apresentem uma sensibilidade ímpar.
Mas não se enganem… apesar de serem todos curtas de animação, os temas abordados na grande maioria deles não é infantil. Muito pelo contrário, tratam de assuntos muito adultos, como a ditadura militar, luto, abuso e depressão. Algumas exceções são “Calango Lengo”, “Os Pelúcias” e “Virando Gente”, que podem ser assistidos tranquilamente com os pequenos.
Achei interessante de observar a recorrência de curtas envolvendo o tema “água” ou utilizando-a como metáfora. Creio que seja coerente, já que a água pode ilustrar muito bem vários aspectos dos sentimentos.
Para o festival, Rosana selecionou curtas para três categorias diferentes: “Curtas que mostram a diversidade da animação brasileira”, “Curtas clássicos do cinema de animação autoral no Brasil” e “Curtas documentais de animação”.
Talvez a sessão de “Curtas clássicos” seja mais interessante para pessoas que têm interesse no aspecto mais profissional das animações, visto que alguns dos curtas selecionados para ela têm um caráter mais técnico e experimental.
É possível notar o cuidado com que Urbes fez suas seleções. Sua extensa bagagem na área também fica evidente. Definitivamente vale a pena conferir todos eles, mas alguns dos mais impactantes são “Quando os dias eram eternos”, “Apneia” e “Viagem na chuva”.
Você pode assistir os curtas selecionados por ela entre muitos outros no site do curtaflix!
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