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Crítica | Viajando com Nomadland
Nomadland é uma adaptação cinematográfica do livro homônimo escrito pela jornalista Jessica Bruder. O filme se passa em 2011 e conta a história de Fern (Francis Mcdormand), que após um acontecimento traumático, decide largar tudo e cair na estrada.
O drama é dirigido pela chinesa Chloé Zhao e estrelado pela ganhadora do Óscar Francis Mcdormand. Nomadland concorre a seis categorias no Oscar 2021, dentre elas: Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Diretor.
A narrativa é lenta, mas de forma alguma desinteressante. Por ela, acompanhamos Fern, após iniciar sua vida como nômade. Durante o longa, passamos por vários locais com paisagens de tirar o fôlego. A fotografia do filme é espetacular.
Em suas viagens, somos introduzidos a este estilo de vida e somos capazes de compreender melhor como funciona. De acordo com o filme, os nômades procuram trabalhos temporários e quando esses terminam, vão em busca de outro lugar com novas oportunidades.
Um dos momentos que nos faz compreender toda a solidariedade e companheirismo da comunidade é quando Fern vai ao encontro anual de nômades promovido pelo autor e youtuber Bob Wells.
No evento, os nômades compartilham seus saberes, trocam experiências e dão dicas para melhorar a qualidade de vida na estrada. Os adeptos ao nomadismo também fazem trocas de materiais e utensílios que não utilizam mais, mas que podem ganhar uma nova função com outros membros da comunidade.
O filme faz críticas ao consumismo exacerbado e ao capitalismo diversas vezes, principalmente nos diálogos dos personagens.
Além disso, um dos trabalhos temporários de Fern é na Amazon, empresa com um dos maiores valores de mercado do mundo, onde os funcionários que fazem a maior parte do trabalho pesado não ganham nem 10% do que Jeff Bezos fatura por mês. Em pesquisa recente descobrimos que em 2020 o dono da Amazon faturou cerca de R$ 9.300,00 por segundo. Este contraste é muito perceptível e eficaz.
Nomadland também nos apresenta a outros nômades e nos explica suas motivações por terem escolhido este estilo de vida. Uma das frases que mais chama a atenção é quando Fern diz “No, i’m not homeless. I’m just houseless”. A frase faz um jogo com os conceitos de moradia e lar. Fern não tem uma casa tradicional como conhecemos, mas isso não significa que sua van não seja seu lar.
“Não, eu não sou sem teto, eu só não tenho uma casa!”
Frase dita por Fern (Francis Mcdormand) em Nomadland, que faz um jogo com as palavras.
O drama possui elementos de documentário que confundem o público. A diretora Chloé Zhao é conhecida por transitar entre o real e a ficção e em Nomadland não poderia ser diferente.
O tom documental ganha ainda mais força quando sobem os créditos e percebemos que os atores estão interpretando a si mesmos, os chamados atores sociais. O filme possui sim, alguns elementos de ficção, mas boa parte dele é verdadeira.
A história é comovente e profunda. Nomadland trata o assunto com muita sensibilidade e nos traz um outro olhar sobre o movimento nômade, além de mostrar uma nova abordagem sobre o consumo, luto e família. É um filme imperdível que desperta os mais distintos sentimentos no telespectador. E que já ganhou a minha torcida para Melhor Filme e Melhor Diretor no Oscar 2021.
Texto escrito por Sabrina Ventresqui
Veja o trailer
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