Crítica | “Tudo o que nunca contei” de Celeste Ng

"Tudo o que nunca contei" é uma obra perfeita para aqueles que amam drama com um quê de mistério.

Escrito pela autora norte-americana Celeste Ng, “Tudo o que nunca contei” é um romance que aborda questões familiares. Com uma maestria sutil, a autora foi capaz de apresentar temáticas importantes e delicadas que se mostram conectadas naturalmente na vida dos personagens.

“Tudo o que nunca contei” de Celeste Ng

Temos como cinco personagens centrais os membros da família Lee: Marilyn Lee, uma mãe sonhadora e frustrada, sofrendo por tudo o que poderia ter sido; James Lee, um pai carregado de mágoas retraídas; Nath Lee, um filho ambicioso e sentimental; Hannah Lee, uma filha ignorada, observadora e com uma existência tênue e Lydia Lee, uma filha que os pais pensam conhecer, uma garota que carrega nos ombros um peso despercebidamente indesejado.

Acompanhamos a vida de um casal inter-racial, James, que é chinês, e Marilyn, que é branca. A história, que se passa no ano 1977, aborda o preconceito racial nos Estados Unidos sem fazer rodeios – mostra de forma nua e crua o racismo e a intolerância, bem como o impacto e traumas que isso causa na vida de uma pessoa.

Vemos a preocupação que os pais podem ter com os filhos de uma forma sufocante e nociva, projetando-lhes suas próprias expectativas e sonhos. No caso da obra, isso mostra-se majoritariamente na relação de James e Marilyn com Lydia. O pai, que sofreu com o racismo e a exclusão, quer desesperadamente que a filha se inclua na sociedade, que tenha amigos e um namorado e que seja “como todo mundo”. A mãe, que teve seu sonho de ser médica interrompido pela vida materna, quer desesperadamente que a filha se destaque e seja o que ela gostaria de ter se tornado.

A obra possui diversas perspectivas de vida e sentimentos, porém três delas chamam atenção: quem tem todos os holofotes voltados para si, de forma que se torna insuportável; quem recebe atenção, porém sofre por ser ofuscado pela pessoa com os holofotes e quem nunca recebeu atenção alguma e aprende a viver com isso.

A autora traz à tona o fato de nos voltarmos para nós mesmos de forma que nos tornamos cegos a questões alheias, até mesmo quando se trata de pessoas que amamos. Em uma narrativa não linear – nos levando do passado para o presente – construímos, destruímos e reconstruímos nossos conceitos sobre todos os personagens, passando a compreendê-los melhor a cada página.

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Isabelle Ferreira
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Oi, meu nome é Isabelle, pazer! Sou mineira e do signo de virgem.

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