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Crítica | The Umbrella Academy surpreende em sua 2ª temporada
Na última Sexta-feira (31) estrou a 2ª temporada de The Umbrella Academy, série original Netflix inspirada nos quadrinhos de Gerard Way (vocalista do My Chemical Romance). A HQ foi ilustrada pelo brasileiro Gabriel Bá e conta as aventuras de uma família de jovens super poderosos.
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A primeira temporada de The Umbrella Academy chegou em 2019, chamando a atenção dos usuários da plataforma e de boa parte dos amantes do gênero de herói. Porém, nem todos foram fisgados no primeiro ano da produção original Netflix, e dessa vez a série surpreendeu em sua 2ª temporada, abordando temas atuais que vão muito além da fantasia.
A história continua logo após os eventos do último episódio. Os irmãos Hargreeves surgem em Dallas, nos Estados Unidos, em diferentes momentos da década de 1960, depois de entrarem no portal criado pelo Cinco instantes antes do apocalipse. Dessa forma, eles acabam vivendo suas vidas separadamente, enfrentando suas próprias lutas e dificuldades.
Mas logo de início descobrimos que eles foram seguidos pelo apocalipse, o qual vai acontecer novamente, só que agora em 25 de Novembro de 1963. Assim, Cinco busca encontrar e recrutar seus irmãos para que juntos possam descobrir as causas e impedir o novo fim do mundo.
A trama é desenvolvida novamente sob as consequências que os poderes de Vanya podem causar. Entretanto, para a felicidade de todos, a história não se resume apenas aos traumas da garota. Agora os problemas que Vanya tem para controlar seus poderes proporcionaram ao Ben (Justin H. Min), o irmão morto que vive como o fantasma de Klaus, uma importância maior para os acontecimentos finais. Ele acaba por trazer uma das cenas mais emocionantes quando decide ajudar sua irmã a controlar o dom, mesmo sabendo que assim iria desaparecer de vez.
Além do mais, Vanya acabou vivendo um amor proibido quando se apaixonou por Sissy, trazendo à tona o relacionamento de duas mulheres dentro do contexto daquela época, na qual homossexuais eram tratados como doentes. Assim, sabendo o quanto a intérprete de Vanya, Elliot Page, luta pelos direitos LGBTQI+, essa parte acabou sendo uma das mais sinceras e interessantes da série.
Indo mais além, o enredo ainda acrescenta o racismo e a brutalidade policial na vivência da população negra de Dallas. O interessante é que o preconceito racial é desenvolvido paralelamente à forma como Alisson (Raver-Lampman) volta a ter sua voz. E isso ocorre porque ela passa a fazer parte de um grupo de ativistas que buscam combater o racismo em todos os aspectos possíveis, e o fato dela não ter voz está associado com o contexto da época, sendo uma mulher negra no ano de 1963.
Em relação ao desenvolvimento dos demais, Diego (David Castañeda) acabou sendo um dos personagens mais interessantes dessa temporada. A nova relação amorosa, sua aproximação com os irmãos e um aspecto mais inteligente proporcionaram a ele uma maior importância narrativa. Já Luther (Tom Hopper), Cinco (Aidan Gallagher) e Klaus (Robert Sheehan) continuam bem parecidos com o que vimos na primeira temporada. Porém, com momentos ainda mais engraçados, Klaus serviu perfeitamente como o principal alívio cômico dessa segunda parte.
Uma das coisas que particularmente eu gosto bastante é a relação entre histórias fictícias e momentos verídicos do passado, ainda mais quando tudo é realizado de uma forma interessante, como foi feito em The Umbrella Academy. A série adiciona muito bem o assassinato do ex-presidente dos EUA, John F. Kennedy, como um dos pontos cruciais para o apocalipse. Além disso, também é adaptada a história do ainda jovem Pogo como o primeiro chimpanzé a ir para o espaço.
Novos personagens são acrescentados e eles ainda recebem bastante destaque na trama, como Lila (Ritu Arya), par romântico de Diego e filha adotiva da gestora (Kate Walsh), Raymond(Yusuf Gatewood), ativista casado com Alisson e Sissy (Marin Ireland), que vive um romance proibido com Vanya.
Ademais, vale dar um destaque para o design de produção da série, com uma boa fotografia e ótima ambientação dos anos 60. E a obra também conta com uma trilha sonora que é de deixar qualquer um animado, tendo “Everybody” de Blackstreet Boys, a releitura de “Bad Guy” da Billie Eilish e “Here Comes the End”, música inédita de Gerard Way.
Outro ponto bastante satisfatório está em suas cenas de ação. Optando por uma fotografia mais clara e explorando um pouco mais os poderes dos irmãos Hargreeves, a série é repleta de momentos de tirar o fôlego e batalhas que possivelmente vão te deixar de boca aberta em frente à TV.
The Umbrella Academy surpreende em seu segundo ano, ao acrescentar muito bem novos personagens e temas importantíssimos em prol da sociedade. Com uma preocupação maior nas cenas de ação e sendo eficaz em intercalar um tom maduro e outro mais divertido, a série entra para a lista de melhores produções originais da Netflix e promete ser ainda melhor no futuro.
Veja o Trailer:
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