Crítica | ‘Sorria’ é terror barato que não sustenta sua grande premissa – os sorrisos!

Mesmo com grandes estratégias de marketing, o longa não se garante
Caitlin Stasey interpreta a jovem Laura Weaver. Foto: Divulgação/Paramount Pictures

A premissa de “Sorria” é simples. A psiquiatra Rose Cotter (Sosie Bacon) passa seus longos dias atendendo em uma emergência de um hospital psiquiátrico. É em um dos seus turnos que chega a paciente Laura Weaver (Caitlin Stasey), afirmando que está sendo perseguida por uma entidade. É aí que a doutora deduz que a garota está tendo um surto psicótico. O que se segue é uma cena bizarra. Com um sorriso no rosto, Laura corta a própria garganta. Após o evento, Rose passa a vivenciar alucinações e ver pessoas sorrindo. Posteriormente, ela passa a investigar tais acontecimentos e descobre uma cadeia de transmissão que se repete entre pessoas. 

O filme de estreia de Parker Finn sonha longe. Num estilo atrelado a “O Chamado” e “Corrente de Mal”, o diretor tenta criar, a partir de um sorriso, elementos de um filme de terror. É claro afirmar que tal premissa, usada como a grande questão do longa, não se sustenta e tão pouco é explorada. Parece mais que os sorrisos foram criados a fim de gerar marketing a favor da produção.

Buscando atrelar premissas como a de “Babadook”, tendo como fio condutor questões envolvendo saúde mental e uma dor emocional não superada pela protagonista, “Sorria” se perde no caminho. Parece que uma grande gama de novos filmes do gênero tem tentado tratar de questões mais profundas. No caso de “Sorria”, se tem um bom início de caminho pela linha das questões mentais, caminho esse que não se conclui. Se tratando disso, “Sorria” perde de vista o principal elemento do terror: gerar sustos de qualidade, ou pelo menos um certo quê de amedrontamento. 

Sosie Bacon como Rose Cotter em “Sorria”. Foto: Divulgação/Paramount Pictures

Com um amontoado de sustos baratos e as mesmices em momentos de tensão, me senti vendo o 3º filme da franquia “Invocação do Mal”, assinado por Michael Chaves. Tal a comparação não seja boa. Em ambas produções, as tensões e sustos causam mais risadas e, até mesmo, sono nos fãs mais treinados do gênero, do que o propósito principal de qualquer terror. 

Também incomoda a generalidade na utilização de pessoas à volta da protagonista principal, que a taxam como louca e não acreditam em quaisquer alegações dada pela mesma. É genérico, cansativo e entediante. 

Como num passe de mágica, a produção que se iniciou tratando de questões mentais, e debatendo até mesmo se a corrente de transmissão não estaria atrelada a tais pautas, se perde no terceiro ato, quando passa a tratar apenas de uma cadeia contagiosa de acontecimentos. 

No fim, “Sorria” tenta novamente retornar às questões mentais, em uma tentativa falha de explorar os traumas do passado da protagonista. Mas aí já é tarde demais. A produção já tratou de desmanchar tais assuntos. 

“Sorria” fica assinado como a estreia de Parker Finn, com desejos claros de conquistar seu espaço. O filme vale mais pela tentativa de ambição de Finn do que pela própria história. A falta de explicações em torno da entidade, bem como o desfecho do filme, um dos piores que já vi, trazem indícios de uma continuação. Será essa a mais nova franquia do terror? Veremos! 

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Isabella Breve
Isabella Breve

Graduanda em Jornalismo, leitora voraz, amante da Sétima Arte e eternamente fã.

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Juliana

Excelente comentário. Exatamente o que eu achei do filme! Ri de diversas situações ao invés de me assustar.

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