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Crítica | A Vilã das Nove espera por você
Imagine só: um dia, você está vivendo sua vida, se divertindo, e decide se sentar com alguns amigos para assistir ao primeiro capítulo da nova novela das nove. Tá tudo muito bom, tudo muito bem. Mas, quando o episódio começa, para o seu espanto, é a história da sua vida que está passando na tela da TV. E, ainda por cima, você é a vilã! O que você faria?
Bom, pois essa é premissa do novo filme A Vilã das Nove. Mas vamos lá, do começo.
No início do longa, conhecemos Renata (Karine Teles), uma mulher de cerca de quarenta anos, divorciada, com uma filha, Nara, e que leva uma vida comum. Mas logo descobrimos um detalhe surpreendente: Renata, na verdade, é Eugênia. E Eugênia já teve outra vida – foi casada anteriormente e teve outra filha. Um dia, porém, ela resolveu deixar tudo para trás, pulando de um barco e desaparecendo.
Em seguida, conhecemos Débora (Alice Wegmann), a primeira filha de Renata, ou melhor, de Eugênia. Débora, agora com 23 anos, nunca desistiu de saber por onde anda sua mãe. Em sua busca, ela encontra um anúncio de um roteirista de novelas que convida pessoas a compartilharem suas histórias, que poderiam inspirar sua próxima novela. Débora aceita o convite.
Quatro meses depois, estreia a nova novela das nove, A Má Mãe, e o Brasil conhece Dona Eugênia: uma mulher fria, que abandonou a filha, maltratou o marido e ainda abriu uma clínica de aborto clandestino – a nova vilã das nove. Renata fica atônita ao descobrir que sua vida, ou pelo menos parte dela, está agora sendo transmitida para todo o país.
A Vilã das Nove é uma produção nacional que chega de mansinho, mas surpreende de forma muito positiva. Já pela sinopse, ficamos intrigados: será que Renata é realmente tão má quanto Dona Eugênia? Débora reencontrará a mãe? Por que Renata abandonou a filha? (E você consegue ouvir essas perguntas sendo feitas na voz dos narradores das chamadas de novelas, não consegue?)
É a busca por essas respostas que nos prende ao longa. Ao tratar dessas questões, o filme abre espaço para reflexões sobre temas sérios, mas sem nunca se tornar pesado ou denso. A produção equilibra bem o drama familiar e humano com momentos de comédia, especialmente nas cenas da novela fictícia A Má Mãe.
Além de explorar as questões entre Renata e Débora, o filme quase homenageia a teledramaturgia brasileira, revelando os bastidores da produção de novelas e brincando com elementos que conhecemos bem de emissoras como Globo e SBT.
Um exemplo é uma cena hilária em que o autor da novela e seus assistentes têm o seguinte diálogo:
“Mas a personagem está em coma!
- É reversível!
- Mas ela teve morte cerebral!
- É reversível!”
Assim, sempre jogando com os clichês do cinema e da novela, A Vilã das Nove é um filme cativante, com um elenco talentoso, que não só conta a história de Renata e Débora, mas também a de tantas mulheres brasileiras. A trama permite que nos identifiquemos com a nossa própria cultura, nos fazendo rir, refletir e garantindo um ótimo entretenimento.
A Vilã das Nove estreia em 31 de outubro nos cinemas brasileiros!
Confira o trailer:
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