Crítica | Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, mas de quem?

Sue e Reed são os protagonistas de maior destaque, mas Johnny e Ben não ficam apenas como coadjuvantes na trama do novo filme do MCU

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos chega com a responsabilidade de abrir a Fase 6 do  Universo Cinematográfico da Marvel. Convidando novos públicos a embarcarem nessa nova fase, o filme não está no mesmo universo tradicional do MCU (616), mas sim no universo 828, o que dá à produção uma liberdade criativa para explorar a Primeira Família da Marvel.

O filme se encontra em exibição nos cinemas!

Até o momento Quarteto Fantástico já conta com quatro adaptações para o cinema: os dois filmes de 2005 e 2007, o reboot de 2015 e a curiosa versão não oficial de 1994, que jamais chegou às telonas. Aqui a origem permanece nessa nova leitura: quatro astronautas, Reed Richards, Sue Storm, Johnny Storm e Ben Grimm, expostos a radiação cósmica que lhes concede poderes. Reed, brilhante cientista e líder, torna-se o Sr. Fantástico com sua elasticidade corporal; Sue, a Mulher Invisível, ganha o poder de desaparecer e criar campos de força; Johnny adquire o controle do fogo e a habilidade de voar como Tocha Humana; e Ben se transforma no Coisa, com força e resistência sobre-humanas.

Na direção, temos Matt Shakman, conhecido por WandaVision, que assume a responsabilidade de conduzir essa nova fase, trazendo um elenco de peso: Pedro Pascal como Reed Richards, Vanessa Kirby como Sue Storm, Joseph Quinn como Johnny Storm e Ebon Moss-Bachrach como Ben Grimm. Além disso, Ralph Ineson interpreta Galactus, a ameaça cósmica, e Julia Garner vive Shalla-Bal, versão feminina do Surfista Prateado, adicionando ainda mais peso ao núcleo dos vilões. Paul Walter Hauser e Natasha Lyonne completam o elenco como Harvey Elder, o Homem-Toupeira, e Rachel Rozman, personagem ligada a Ben.

Mas esse Quarteto é realmente Fantástico?

Em primeiro lugar, é importante destacar que, em Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, a equipe não está começando do zero — eles já atuam juntos há cerca de quatro anos. Para a Primeira Família da Marvel, podemos afirmar que o filme cumpre seu propósito: entregar uma história centrada na dinâmica familiar. Ao iniciar com os personagens já estabelecidos, a narrativa ganha agilidade e se torna mais direta.

Sue e Reed são os protagonistas de maior destaque, mas Johnny e Ben não ficam apenas como coadjuvantes; a dinâmica entre os quatro é bem construída e equilibrada. Embora haja cenas de ação e momentos de tensão, o filme não se apoia apenas nisso. Seu foco está em se firmar como um drama familiar, incorporando elementos de ficção científica, horror cósmico e uma ambientação em uma Terra onde a ciência prosperou graças à contribuição do Quarteto.

A estética do filme é uma mistura marcante dos anos 60 com elementos futuristas, criando um cenário retrofuturista que remete a obras como Os Jetsons. Essa combinação visual contrasta com a equipe e ajuda a convencer o espectador de que esse grupo realmente compõe esse universo único.

Em relação à trama, se você é da geração familiarizada com os filmes de 2005 e 2007, verá que este é um reboot mais próximo do material original, mas que também homenageia e referencia essas versões anteriores. A origem do vilão e sua relação com Franklin saem direto das páginas dos quadrinhos, sinalizando que a Marvel pode ter entendido que nem sempre adaptar por adaptar chama a atenção do público. Franklin é um personagem complexo, sim, um bebê muito complexo, que aqui realmente carrega o peso de dar os primeiros passos, como indica o título do filme.

O filme traz uma sequência no espaço que carrega uma carga enorme de ansiedade, devido à perseguição da Surfista Prateado ao grupo, que literalmente surfa entre as estrelas. Ela chega para anunciar seu começo, seu fim e a chegada de Galactus. Shalla-Bal, a arauto de Galactus, cumpre bem seu papel e consegue justificar sua presença no filme, deixando o público com vontade de ver mais sobre essa personagem, que tem cenas do seu passado, mas que não conseguem gerar uma empatia maior.

Outro ponto forte do filme é a forma como aborda a gravidez e a maternidade de maneira não caricata, principalmente graças a Vanessa Kirby, que dá vida a uma Sue Storm que rouba a cena com seu magnetismo e presença, atraindo todas as atenções. Já ouviu falar que uma mãe, para proteger seu filho, tira força até para virar um carro? Pois é, é exatamente essa força que Sue demonstra pela criança (voz da Inês Brasil). Reed ainda é o líder do time, mas Sue é o coração que une a família, enfrentando literalmente uma população que queria sacrificar seu filho durante o discurso. Mas, para quem enfrenta um ser cósmico, o que seria uma população revoltada com falsos Patati Patatá?

Mas é Fantástico???

Não vou afirmar que o filme é perfeito. É uma história fechada, para alguns até simples: uma família que quer proteger sua criança. Já vimos essa história antes. Sabemos que o filme teve algumas cenas cortadas do corte final e, recentemente, o diretor afirmou que não existe uma versão do diretor, mas me questiono se essas cenas não trariam mais “miolo” para a trama. Ainda assim, o saldo é positivo. Terminei a sessão querendo ver mais desse universo, mais dessa família que, apesar de estar ativa há quatro anos, ainda está aprendendo a ser uma família de heróis.

Estamos na era da opinião de manada e do “rage bait” nas redes sociais. Depois de ler várias críticas, ter a honra de participar da cabine de imprensa do filme, assistir no cinema da minha cidade e amadurecer melhor o que achei do filme, chego ao final desta crítica com a certeza de que gostei do que vi em tela. Se você não gostou, tudo bem, mas recomendo que assista antes de sair comentando qualquer coisa na internet.

Pela criança eu dou a VIDA!!! Não mexe com criança!!!

O filme ainda traz uma cena pós-crédito que empolga para o próximo capítulo. Apesar das últimas cenas dos filmes anteriores não terem levado a lugar algum, esta, dirigida pelos Irmãos Russo, conecta diretamente a Vingadores Doomsday.

Em resumo, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos pode não reinventar o gênero, mas acerta ao focar no coração da família, estabelecendo uma base sólida para futuras histórias dentro do MCU. É um começo promissor que merece ser conferido com mente aberta e coração aberto a primeira família da Marvel.

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Riuler Luciano
Riuler Luciano

Jornalista Cultural e Marketeiro, cresceu lendo quadrinhos dos X-MEN é amante de Cultura Pop e Pequi!

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