Crítica | O erótico e o escapismo pela arte em ‘Playdurizm’ – CineFantasy

Quem nunca teve um sonho com aquele grande ídolo? Em Playdurizm, somos levados a uma realidade onde o jovem Demir se depara com seu ator favorito. Preso naquele mundo, seu objetivo se consiste em ser possuído pelo seu ídolo. Entre erotismo e suspense, nos perguntamos a todo momento: como Demir foi parar lá?

(Escrito por Roberto Costa) Playdurizm faz parte do CineFantasy – Festival de Cinema Fantástico, e pode ser encontrado no catálogo da plataforma Belas Artes à La Carte.

Sem dúvidas um filme que vai ficar bem marcado para você decidir se aventurar assistindo, Playdurizm é um deleite visual e cheio de significado. Com uma atmosfera misteriosa e cheia de erotismo, ele é brilhante em todos os seus aspectos.

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Playdurizm é, como um todo, uma grande experiência para nossos sentidos. Os cenários brilhantes, coloridos, propositalmente cheios de elementos são um deleite visual. A trilha sonora, viciante e intensa, é como a realidade em que Demir se encontra.

Demir no filme Playdurizm.
Playdurizm entrega tudo em beleza visual.

O filme é uma grande obra sobre o cinema, sobre a arte. Contando muito sobre como usamos a arte de escapismo para nossa realidade, ele é extremamente preciso em sua construção, referenciando diretamente aspectos gerais do cinema e traduzindo em sua trama a experiência que ele nos proporciona.

Gem Deger, que além de Diretor e Protagonista do filme ainda teve o roteiro se baseando em um escrito seu, é um elemento fundamental para a obra. A genialidade do jovem de 23 anos impressiona, com uma atuação impecável que, com certeza, te leva aos extremos em momentos de grande sensualidade, erotismo e prazer para o choque e o drama num final anti-clímax.

Playdurizm: Fantasia e Desejo

Estranho ainda é pouco para definir o primeiro ato do filme.

Somos apresentados a Demir, que acorda sem memórias num quarto com seu grande ídolo masculino, Andrew, e a namorada desse ídolo. O garoto se encontra numa realidade em que tudo é arte, tudo é um deleite visual digno do cinema, e esse é o grande centro da história.

É inegável que em vários momentos somos levados a esquecer um pouco a estranheza da situação para focar em Demir e seu desejo. O erotismo é forte, tanto na atmosfera quanto no próprio desejo do protagonista de ser possuído por seu ídolo.

Andrew e Demir no filme Playdurizm.
Um ídolozão desses, bicho!

Todavia, Playdurizm não deixa nunca de lado a teatralidade da trama. Tudo o que vemos é feito de modo a remeter ao cinema, ao lúdico das artes, contrastando ainda mais com todo o estilo de ‘Drama Fantasy’.

Embora o filme se apoie muito em conceitos, na sutilidade da interpretação e no lúdico, tudo se justifica dentro do gênero de fantasia que ele ocupa. Se estamos acompanhando Demir em uma outra realidade, será que o vômito não pode ser colorido? Corpos precisam mesmo apodrecer?

Não naquela realidade.

Issy Steward como Drew
Issy Steward como Drew.

Também é importante deixar de lado um pouco do impacto positivo da mensagem do filme para informar que, mesmo se sua escolha for assisti-lo como uma obra de fantasia propriamente dita, Playdurizm consegue entregar essa experiência.

Do mistério para o Drama

Os três atos do filme seguem com uma fluidez ótima. Conseguimos perceber bem o momento de virada dos atos, no qual uma história termina para dar continuidade a outra, embora a trama central nunca seja deixada de lado.

Toda a confusão da trama, o mistério e o suspense se justificam de modo que o espectador consiga tirar suas próprias conclusões sobre a história. Embora Playdurizm tenha uma sutileza quando trata sobre seu tema, não é sutil ao ponto de passar despercebido.

Ao final do filme, nós encaramos Andrew como ele é, sua importância para Demir e como aquela estranha realidade não é tão estranha para nós que usamos da arte como forma de escape.

Gem Deger é Demir em Playdurizm.
O final não é nada menos que chocante!

Playdurizm é, no final de tudo, sobre como nós encontramos um lugar de refúgio e escape na arte, usando-a como um meio para fugir dos terrores humanos e das mazelas da humanidade.

Se utilizando de sutilezas e, pasmem, da própria arte para contar essa história, o filme mostra como as artes são refúgio e aceitação. Escape, para alguns, mas também de certo modo um jardim do éden no meio de tantas coisas com as quais não conseguimos lidar.

É um filme que, como espectador e crítico, vai ser muito difícil de esquecer.

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Luna | A Patroa da Redação
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