Crítica | Moxie: Quando As Garotas Vão À Luta

Moxie: Quando As Garotas Vão À Luta nos traz a história da adolescente Vivian, que começa aos poucos a entender o que significa viver em um mundo machista. Inspirada pela juventude rebelde de sua mãe e a música “Rebel Girl”, da banda Bikini Kill, a garota cria a revista independente Moxie, que tem por objetivo denunciar todas as injustiças que ocorrem em seu colégio e seus responsáveis e também mostrar a todas as meninas que elas não estão sozinhas.

O longa chega à plataforma como um refresco, pois traz em uma linguagem informal, através de um universo jovem, um assunto extremamente importante. Ele é baseado em um livro de mesmo nome, da autora Jennifer Mathieu, mas foi dirigido e produzido por Amy Poehler (conhecida por sua parceria com Tina Fey, como no filme Mean Girls e no programa Saturday Night Live), que também atua como a mãe de Vivian e traz consigo muitos acertos.

Moxie causa uma identificação muito forte entre as personagens e o público feminino, que certamente já se sentiu como alguma daquelas meninas, seja pela confusão por não saber como agir, raiva pelas injustiças ou gratidão ao nos vermos apoiadas por outras mulheres.

E é aí que se encontra o ponto alto do filme, ao retratar diferentes garotas tomando conhecimento do que significa sexismo e feminismo e o porquê é tão importante estar consciente disso. Por exemplo, ao indagar até que ponto um garoto ou um homem está sendo chato e quando ele passa a ser, na realidade, perigoso.

Através de acontecimentos facilmente encontrados no dia a dia de muitas meninas, o filme tenta mostrar como transformar as consequências dessas situações, e a raiva gerada por elas, em ações que podem efetivamente mudar as coisas, mostrando que o feminismo é muito mais do que odiar os homens.

Moxie também acerta em cheio ao nos mostrar que existem diversas maneiras de lutar, representado através das personagens Lucy e Cláudia, que possuem personalidades opostas. Pois assim como todas as pessoas são diferentes, sua maneira de lutar também pode ser e isso não significa que uma se importe mais ou menos com a causa.

Elenco de Moxie nos bastidores - Crítica Moxie - Otageek

A importância dos meninos conhecerem o movimento feminista, podendo levá-los a enxergar como as mulheres ainda são afetadas pelo sexismo e se conscientizarem da sua participação no meio disso também ganha seu papel de destaque na trama, através do personagem Seth.

Mas claro, o longa não é perfeito. Pode-se por exemplo questionar o protagonismo branco que mais uma vez prevalece, sendo Vivian uma menina branca e de classe média alta. É possível que Amy Poehler tenha tomado essa decisão por ser uma mulher branca e não querer tomar o local de fala que não lhe pertencia, mas isso é apenas uma suposição.

Para melhor ou pior, o filme reconhece o fato, tendo um momento reservado para reconhecer os privilégios que envolvem a protagonista.

De qualquer forma, Moxie: Quando As Garotas Vão À Luta pode se tornar uma obra importante e ajudar a introduzir muitas meninas e mulheres ao feminismo, as levando a estudar e aprender mais sobre o assunto.

Por possuir muitas personagens, o enredo não se aprofunda com entusiasmo em nenhuma, com exceção talvez de Vivian, mas mantém um ritmo contagiante que nos prende em tela. E ao fim, apesar de algumas falhas, faz prevalecer a importância da união entre as mulheres.

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