Crítica | Minari: honesto e impactante na sua simplicidade

“Minari” está longe de ser bom. “Minari” é excelente!

Minari é um filme produzido pela A24, sendo um drama semi-autobiográfico do diretor Lee Isaac Chung, que assina o roteiro e também comanda a direção do longa. 

Família coreana composta por um Pai, mãe e dois filhos, andando de mãos dadas.
Poster de “Minari”.

Com 6 indicações ao canecão de ouro, Minari ganhou muito reconhecimento já no Festival de Sundance 2020. Após um circuito complementar, o longa adquiriu ainda mais notoriedade, chegando a ser indicado, entre tantas outras, a melhor filme no Oscar deste ano.

A história, como dito anteriormente, se baseia nas memórias passadas da vida do próprio diretor. Lee Isaac Chung busca, neste filme, lembrar, rir e reviver uma  época que claramente foi crucial na sua vida. Assim, seus desafios, desejos, conquistas e frustrações é o que essa história quer lhe mostrar. Acompanhamos do mais simples ao mais profundo sentimento esboçado no rosto de seu protagonista.

Porém, é válido ressaltar que essa história precisa ser acompanhada com muita atenção e sem nenhuma grande expectativa. O importante aqui é ter paciência e gostar desse tipo de narrativa.

Digo isso pois, em Minari, não há grandes revelações ou até mesmo enormes reviravoltas no decorrer de sua história. Aqui, o longa se beneficia nos mínimos detalhes e na composição e performance de todo o elenco.

Sinopse:

Após anos juntando dinheiro na Coréia, Jacob (Steven Yeun) e toda a sua família se mudam para uma fazenda em Arkansas em busca de sucesso e estabilidade em solo americano. Com o passar do tempo, os desafios aparecem e a união que existia entre eles começa a se quebrar. 

“Minari” é bom?

Pois bem, Minari está longe de ser bom. Minari é excelente! Aqui tudo é orquestrado na medida certa do começo ao fim. O que eu quero dizer com isso? Se prestarmos atenção na sinopse, é fácil relacionar essa obra com um outro – a propósito excelente – longa conhecidíssimo do grande público, À Procura da Felicidade. Mas essa semelhança se encontra apenas na sinopse ou até os primeiros minutos do filme.

O que diferencia fortemente essas duas obras é o peso dos acontecimentos que cercam os personagens. Em Minari, mesmo que tenha o senso de urgência e a responsabilidade das decisões tomadas pelo protagonista, tudo é levado com um certo toque de humor, junto de uma fotografia leve, ótima trilha sonora e planos que dão um “ar” mais puro e calmo a esse filme.

A atriz Han Ye-ri, agachada sorrindo em cena do filme Minari.
Han Ye-ri sorrindo em cena de “Minari”.

Ou seja, mesmo que haja momentos difíceis, a ideia do projeto é nos fazer embarcar e se encantar com essa família. E isso se torna fácil, visto que Lee Isaac Chung busca não só trazer os acontecimentos trágicos do seu passado, como enfrentar uma forte tempestade, falta de água, preocupação com o filho, etc. Ele também busca trazer boas recordações, como as pequenas conquistas, descobrimento de novos costumes, novas amizades, entre outras. 

A importância do elenco em “Minari”

E para tudo isso funcionar é claro que o elenco precisaria estar numa sintonia perfeita e completamente apaixonado pelo projeto. E se eu pudesse colocar em apenas uma palavra, apaixonados é como eu definiria a entrega desses atores a este filme. 

Foco no rosto do ator, Steven Yeun, olhando para frente em cena de Minari.
Steven Yeun olhando para frente em cena de “Minari”.

Dando ênfase ao indicado a melhor ator no Oscar: Steven Yeun encontra-se encantador. O ator consegue transmitir de forma deslumbrante a segurança ao lado do medo de um pai que busca de todas as formas sucesso financeiro em solo americano. Longe de maneirismos, Steven Yeun mostra um controle absurdo em seu personagem e, com toda a certeza, vem forte na disputa pelo Oscar

Também tenho que exaltar a atuação do garoto Alan Kim: o jovem e adorável que dá vida ao David prova o quão versátil consegue ser, seja nas brincadeiras de uma criança até todo o pânico que cerca a sua vida.

O jovem ator Yuh-jung Youn, em pé olhando para a câmera segurando um graveto.
Alan kim em cena de “Minari”.

Yuh-jung Youn, que lindamente concorre na categoria de melhor atriz coadjuvante, encanta-nos do começo ao fim. A experiente atriz desconstrói o arquétipo do que é ser uma avó, além de nos emocionar na leveza e no drama que sua personagem tende a mostrar.

No mais, Minari retrata com muito carinho a busca de uma família pelo American Dream. Junto de um capricho visual e sonoro em todo o filme, o longa chega forte na disputa do Oscar, tendo grandes chances de seu protagonista sair vitorioso da premiação.

Trailer:

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Lucas Almeida
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