Crítica | Mestres do Universo: A Revolução

No dia 25 de janeiro estreou a nova temporada de Mestres do Universo: A Revolução. A série animada, que tem 5 episódios de até 25 minutos de duração, foi produzida para a Netflix pela Mattel e o estúdio Powerhouse Animation (responsável por Castlevania). A animação segue os eventos de Mestres do Universo: Salvando Etérnia, além do clássico He-Man e os Defensores do Universo da década de 1980.

Mestres do Universo A Revolução - Otageek
Fonte: Divulgação Netflix

A trama desta temporada gira em torno da decisão que o príncipe de Etérnia  deve tomar em relação ao trono do planeta, “Governar como Adam ou continuar sendo o Guerreiro He-Man”. Como em muitas histórias em que um dos elementos é a presença da monarquia, toda transição de trono gera uma disputa pelo reinado do local em questão, e aqui não é diferente.

A partir dessa disputa surgem diversos inimigos e também aliados, como já é esperado, porém nada que instigue o espectador a buscar por mais um episódio para descobrir o que vem a seguir. Existe uma dificuldade na criação de urgência na narrativa, parece que a produção ficou ancorada muito mais em aparições de certos personagens do universo de He-man, não se preocupando em contar uma história bem encadeada, como foi a primeira temporada.

É claro que houve uma expansão muito grande do universo de Etérnia, novos mundos e novos povos, porém fica a impressão de que essa expansão teve o propósito de estabelecer o terreno para uma próxima temporada, e não fortalecer a temporada atual.

Mestres do Universo A Revolução - Otageek
Apresentação de outros planetas e exércitos
Fonte: Powerhouse Animation/Netflix

É notável a influência, que as reclamações de grupos raivosos de “fãs” da série clássica, tiveram na produção desta temporada, pois muitas das construções propostas anteriormente foram de certo modo diminuídas em detrimento de mais ação e lutas frenéticas. E as cenas de ação são boas mesmo, mas é possível conciliar momentos de ação e momentos de desenvolvimento de personagens.

O núcleo de personagens é basicamente o mesmo das temporadas passadas, mas de certo modo não são aqueles que terminaram a história anterior. Mantem-se as conquistas físicas e de poder, mas perderam um pouco do direcionamento que vinham tomando. Um grande exemplo é a personagem Teela, que foi muito bem construída como figura feminina poderosíssima, e independente, mas nessa temporada, mesmo que com mais poderes mágicos e força física, foi deixada de lado na trama, buscando um objetivo secundário que não faz jus a sua grandiosidade como personagem. Bem como Adam/He-man, que aparentemente não aprendeu nada com os eventos da primeira temporada, e comete sempre os mesmos erros ou até piores.

Fonte: Powerhouse Animation/Netflix

Em relação a toda a parte técnica da série animada, o estúdio Powerhouse Animation, não deixa a desejar em nenhum aspecto, a animação é de encher os olhos, o traços dos personagens e dos cenários são ótimos, bem como a integração de efeitos visuais 3D com a animação principal em 2D.

O Elenco de Vozes continua incrível com as vozes de Mark Hamill (Esqueleto) e Lena Headey (Maligna), mesmo com algumas mudanças que foi o caso de Melissa Benoist que substituiu Sarah Michelle Gellar na voz de Teela, e as adições desta temporada são de alto nível como William Shatner (Keldor).

Fonte: Powerhouse Animation/Netflix

Mestres do Universo: A Revolução, é um bom passa tempo, para aqueles que gostam de animação e tem a vontade de manter a nostalgia dos anos 80/90. Mas fica muito atrás da temporada anterior, pois acabou sendo um “mais do mesmo” mais clichê do se pode esperar de produções de fantasia e aventura, e até mesmo da própria franquia.

Todos os episódios de Mestres do Universo: A Revolução, estão disponíveis na Netflix

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Leonel Brito
Leonel Brito

Um Jornalista que ama séries, filmes, livros, HQs, documentários, animações, podcasts, música e fotografia.

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