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Crítica | Mergulhando no subconsciente com Black Box
Em Black Box, Mamoudou Athie (Underwater) interpreta o protagonista Nolan, um fotógrafo de notícias que perde sua esposa após um acidente de carro e tem que recomeçar sua vida quando acorda de um coma de três dias, mesmo tendo sua morte cerebral previamente declarada.
O protagonista tem que lidar ainda com sua amnésia, que lhe fez perder a maior parte dos momentos vividos com sua família e que marcaram sua vida. Nolan é apoiado por sua filha Ava (Amanda Christine), a qual se encontra em idade escolar primária mas teve que se tornar o adulto da casa, encarregando-se de rotinas básicas, treinando seu pai para reuniões profissionais e restringindo seus impulsos inexplicáveis para fazer coisas que nunca fizeram parte de sua vida pré-lesão, como fumar ou ter ataques de fúria socando as paredes.
A filha do protagonista é com toda certeza um dos pontos altos da trama. A jovem atriz consegue realmente entregar uma filha preocupada com o pai e que tem que conviver com a responsabilidade de cuidar de um adulto debilitado.
Nolan decide então participar de um um tratamento experimental para pessoas com quadro de amnésia, recorrendo à doutora Dra. Lillian (Phylicia Rashad), que o ajuda a recuperar pouco a pouco suas memórias a partir da Black Box.
Black Box faz questão de demonstrar os elementos característicos dos thrillers aos quais já estamos familiarizados, como uma trilha sonora de suspense, com sons de ossos se contorcendo e objetos arranhando. Esses elementos, que começam com maior intensidade entre o primeiro e o segundo ato, transitam aos poucos entre o tempo narrativo do longa para uma abordagem mais dramática e psicológica.
Além de toda a familiaridade envolvendo os elementos de thrillers, o filme da Amazon e da Blumhouse bebe bastante de Black Mirror, por apresentar um futuro não tão distante envolvendo a tecnologia e sua relação fantasiosa ou não com o imaginário humano. Além de lembrar de Corra, de Jordan Peele, por envolver o conceito de hipnose e manipulação do subconsciente.
Toda vez que Nolan tenta ir fundo em suas memórias, seu subconsciente se manifesta para eliminar a ameaça em sua psique, naqueles que geralmente são os pontos altos de horror envolvendo o filme. Isso graças ao trabalho de Troy James, o qual faz as coisas mais bizarras com seu corpo, contorcendo-se de forma única. Vale citar que Troy foi Baba Yaga no filme Hellboy 2019 e Jangly Man em Histórias Assustadoras para Contar no Escuro.
A trama do filme possui reviravoltas inesperadas e acerta em trazer o horror para uma experiência palpável e real para todos: esquecer a nossa história, nossa vida. Sendo assim, acompanhar a trajetória de Nolan em Black Box é um exercício de reflexão e uma verdadeira aula de empatia.
Assim como você pode gostar de reviver o seu passado ou não, Black Box pode ser uma experiência agradável para alguns, assim como pode não atender as expectativas de outros. Mas, de toda forma, vale muito a pena ser conferido no catálogo do Prime Vídeo, clicando aqui. Aproveite e confira o trailer:
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A série Welcome to the Blumhouse inclui oito filmes de diversos talentos emergentes. Black Box chegou nesse dia 6 de outubro ao lado de The Lie, estrelado por Mireille Enos, Peter Sarsgaard e Joey King. Em seguida, em 13 de outubro está The Evil Eye de Madhuri Shekar, com Sarita Choudhury, Sunita Mani e Omar Maskati; e Nocturne de Zu Quirke, estrelando Sydney Sweeney e Madison Iseman. A segunda safra de quatro títulos será anunciada.
Texto publicado originalmente por Riuler Luciano em 6 de outubro de 2020.