Crítica | Infinite: longa com Mark Wahlberg no Paramount+

Como tantas outras produções, Infinite faz parte da leva de filmes que originalmente estavam agendados para o lançamento nos cinemas. O longa tinha data de estreia marcada para agosto de 2020 e, após ser adiado por conta da pandemia, chegou como o primeiro grande blockbuster do estúdio no catálogo da Paramount+.

Pôster do filme Infinite.

Há alguns anos, a Paramount se propõe a correr menos risco quando o assunto é o lançamento de seus filmes. Percebendo um possível fracasso de bilheteria que eles possam vir a ter, o estúdio adotou a estratégia de vendas, colocando seus filmes em outros grandes streamings do mercado. 

Eis que entramos em 2021 e a Paramount relança seu serviço de streaming e começa uma nova forma de distribuição de seus filmes. Assim, Infinite é totalmente excluído dos cinemas, sendo exclusividade da plataforma, além de trazer um chamariz ao ainda pequeno catálogo da Paramount+.

Baseado no livro The Reincarnationist Papers de D. Eric Maikranz, Infinite é dirigido por Antoine Fuqua e estrelado por Mark Wahlberg, Chiwetel Ejiofor, Sophie Cookson, Wallis Day e Dylan O’Brien.  

Afinal, do que se trata o filme ?

Mark Wahlberg e Chiwetel Ejiofor em poster do filme Infinite
Pôster do filme Infinite.

Evan McCauley (Wahlberg) vive achando que possui problemas psicológicos por ter memórias de lugares que nunca visitou e habilidades que nunca aprendeu. Então, após um ataque alucinógeno, Evan é encontrado pelos Infinitos, que vão explicar do que se trata essas memórias e habilidades e mostrar que sua existência é muito mais do que ele está vivendo nesse exato momento. 

“Infinite” é um baita filme?

Antes mesmo de sua estreia, Infinite já trouxe para si algo extremamente complicado: ser a grande estreia de um novo serviço de streaming. Bem, o longa oferece até uma boa premissa, tanto para a trama que abordará quanto em suas primeiras cenas de ação. Temos uma entrega convincente do até então protagonista e uma curiosidade com o que a história e esse universo vão nos oferecer

Dylan O´Brian em cena do filme Infinite
Dylan O´Brian em cena do filme Infinite.

Porém, após estabelecer a temática, a ideia visual, o protagonista e o caminho narrativo, o longa aos poucos vai se tornando uma obra completamente genérica e sem impacto algum. Digo isso pois, mesmo as cenas de ação – que deveriam ser um dos pontos altos dessa experiência – não trazem o impacto que deveriam ter, seja visual ou sonoro. Por vezes, simulam Matrix e Velozes e Furiosos e até mesmo as bagunças impostas por Michael Bay em Transformers, mas não funcionam nem mesmo para entretenimento. 

Não dá pra saber se a pandemia influenciou diretamente na pós-produção do longa pois o projeto, que teve um orçamento por volta de US$ 100 milhões, acaba nitidamente mostrando a sua fragilidade nesses momentos. Além dos claramente inacabados efeitos especiais, as cenas não são criativas e muito menos empolgantes. Apenas estão lá, em meio a inúmeros cortes e momentos extremamente constrangedores.

E por falar em constrangimento, Chiwetel Ejiofor, que dá vida ao vilão Ted, encontra-se caricato e fora de sintonia com o filme. Seu personagem não transmite em tela a maldade que deveria ter, e sim o semblante de um “cara” eufórico e sem noção, que fará de tudo pra conseguir o que deseja. 

Chiwetel Ejiofor em cena do filme Infinite
Chiwetel Ejiofor em cena do filme Infinite.

Mark Wahlberg, que estrela o protagonista Evan McCauley, mesmo se esforçando para trazer o carisma de sempre, está no seu ápice do piloto automático de antigos trabalhos, trazendo o arquétipo “perfeito” do herói mocinho e bondoso de filmes do gênero. 

Torna-se meio decepcionante saber o material que esse projeto tinha em mãos e o que se tornou o projeto final. Mesmo que haja uma tentativa de discutir ideias filosóficas e qual o sentido da vida, o roteiro se perde nesses momentos, seja pelos diálogos fracos e expositivos ou até mesmo pelo motivo dos produtores terem apostado unicamente nas cenas de ação

Até mesmo a classificação indicativa do filme prejudica a experiência. Aqui, trata-se de um filme de ação com armas, facas, espadas…. mas sendo um projeto para maiores de 14 anos, acaba escondendo esses momentos de embates e desperdiçando ótimas ideias de luta nessas batalhas. 

No mais, Infinite chega como um grande projeto blockbuster de um serviço de streaming, mas acaba sendo uma mera adição de catálogo. E mesmo que tenha deixado uma semente para uma possível sequência, acredito que não vai acontecer pelo simples motivo de ter desperdiçado uma ótima ideia e, principalmente, não ter entregado um excelente filme de ação. 

Veja o trailer:

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Lucas Almeida
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