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Crítica | ‘Homem-Aranha: No Aranhaverso’ se faz um filme necessário
Que o amigo da vizinhança tem uma maior facilidade para se aproximar do público, não é novidade para ninguém. Homem-Aranha: No Aranhaverso está aí para provar isso.
Nos quadrinhos, Miles Morales foi criado por Brian Michael Bendis em 2011, (na fase All New All Different Marvel), onde a editora trouxe novos personagens de diferentes gêneros, etnias e nacionalidades vestindo mantos de heróis já estabelecidos.
Entretanto, devido a sua popularidade rapidamente o personagem foi incorporado ao universo tradicional da Marvel e durante esse tempo, já acumulou um bom repertório de histórias e encontros com os outros times e heróis da casa das ideias.
Sobre o filme
Em Homem-Aranha: No Aranhaverso somos apresentados a Miles Morales (Shameik Moore), um jovem com origens negra e latina do Brooklyn, que se tornou o Homem-Aranha inspirado no legado de Peter Parker, já falecido naquele universo.
Ao visitar o túmulo de seu antecessor, Miles é surpreendido com a presença do próprio Peter. O que Miles não esperava, a primeiro momento, é que aquele Peter veio de uma dimensão paralela, assim como outras variações do Homem-Aranha.
O filme foi muito bem produzido e consegue ser equilibrado, mesmo conversando com diferentes tipos de animações e técnicas dentro da produção. Temos uma explosão de cores e várias referências aos quadrinhos como caixas de pensamentos.
Tudo acontece de uma forma tão fluida, que a sensação é a de que estamos vendo uma história em quadrinhos em tela. É nítido também o carinho que os envolvidos tiveram com a produção, pois eles não se apoiam somente nos quadrinhos do personagem.
Ao decorrer do longa nos deparamos com inúmeras referências a história do amigo da vizinhança. Conseguindo respeitar e transmitir muito desses quase 60 anos de aranha nas mídias.
O começo do Aranhaverso
Além do Peter (de outro universo), Miles conta com a ajuda de diferentes versões do herói de realidades paralelas, alguns bem peculiares como o Porco-Aranha (John Mullaney), Peni Parker (Kimiko Glenn), O Homem-Aranha Noir (Nicolas Cage), e a maravilhosa Spider-Gwen (Hailee Steinfeld).
Miles, Peter Parker e Gwen Stacy contam com um estilo de traços e animação semelhante ao universo do filme, mas os outros Aranhas são referências diretas a outros estilos de animação.
O Porco-Aranha lembra os desenhos dos Looney Tunes em 2D; Peni Parker, remete aos traços e estilos de animes e mangás; e o Homem-Aranha Noir é preto e branco.
O filme consegue agradar a todos os públicos e Miles é um personagem fácil de se identificar. Além de sua jornada do herói no longa não ser cansativa e se afasta dos clichês (já esgotados em Hollywood). Porém, vendo a animação, me senti mais próximo do Peter, do que Miles.
O personagem é um adulto que já viveu muitas aventuras como o herói, tomou decisões erradas e estava sem perspectivas, até que foi sugado para outro universo, onde ali teve a chance de recuperar o brilho de ser o Homem-Aranha, pode ensinar e aprender que nunca é tarde demais.
Talvez seja por que não sou mais um adolescente com dramas escolares e familiares ou por que me vi representado naquela barriguinha saliente (aliás, mais um ponto para a produção por uma ótima representação de personagens gordos não estereotipados ou sendo apenas alívio cômico, algo comum na TV, livros e cinema, mas isso é assunto para outro texto).
Em uma entrevista para o Fandango, os produtores/roteiristas do filme, Chris Miller e Phil Lord falaram sobre essa nova versão do Homem-Aranha original.
“Eu acho que a ideia é que esse Peter Parker representa um amálgama de todos os Peter Parkers que você já viu na cultura popular. Então há elementos do Homem-Aranha de Tom Holland em De Volta ao Lar, do Homem-Aranha de Andrew Garfield, do Homem-Aranha de Tobey Maguire e de diferentes interações do Homem-Aranha nos quadrinhos e séries de TV”, diz Miller. “Imaginamos ele como um Sr. Miyagi que não sabe nada. Eu acho que o imaginamos como se fosse um Homem-Aranha com a mesma idade do personagem nos filmes de Sam Raimi, e agora ele está um pouco mais velho, então qual seria seu ponto de vista acerca desse trabalho?”, completa Lord.
Uma produção com muitas vozes
Por fim Homem-Aranha: No Aranhaverso deixa claro que todos podem ser um Aranha e que o uniforme sempre cabe… eventualmente. Seja um homem branco, uma garotinha e seu robô, um adolescente negro, uma jovem roqueira, um detetive noir de 1933 ou mesmo um porco 2D falante.
O filme foi lançado no Brasil no dia 10 de janeiro com um orçamento de R$ 90,000 milhões de Trumps. Dirigido por Bob Persichetti (O Pequeno Príncipe), Peter Ramsey (A Origem dos Guardiões) e Rodney Rothman (Anjos da Lei 2), e roteiro assinado pelo próprio Rothman e Phil Lord (Uma Aventura Lego).
Inclusive a animação já conquistou uma indicação ao Oscar de Melhor Animação. Sendo a primeira indicação de um cineasta negro na categoria de Melhor Animação para Peter Ramsey.
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