Acompanhe o Otageek nas redes sociais
Crítica | ‘Freaks: Um de Nós’: seriam os mutantes da Netflix?
Depois do sucesso estrondoso de Dark, a gigante Netflix mostra que ainda acredita no sucesso das produções alemãs. Freaks: Um de nós ocupa hoje o Top 10 da plataforma. E isso já era até muito provável pela escolha da temática do longa e pela falta dos grandes blockbusters de heróis nas telonas.
O longa tem a direção de Felix Binder e o roteiro ficou por conta de Marc O. Seng. Diferentemente da “complexa” série alemã Dark, aqui a narrativa percorre um caminho bastante simples, sem muitas surpresas e com soluções fáceis na trajetória dos personagens.
Freaks conta a história de Wendy (Cornelia Gröschel), uma mulher casada, com um filho e um trabalho rotineiro num pequeno restaurante. Wendy e sua família estão passando por uma situação financeira difícil e, por isso, ela busca constantemente uma promoção no trabalho. Tudo muda quando o morador de rua Marek (Wotan Wilke Möhring) chacoalha a vida da mulher ao demonstrar que ela possui um poder e dizer que ela é muito mais forte do que possa imaginar.
O longa se inicia de um jeito bastante interessante e que de fato nos desperta uma certa atenção. Nos primeiros minutos, somos apresentados a uma destruição causada pelo poder de uma jovem criança e, como nada é explicado, nos sentimos curiosos com o que aconteceu neste prólogo e para onde a trama vai se desenrolar.
Aqui a história também traz uma pílula alterando a relação dessas pessoas com seus poderes. Porém, diferentemente da outra produção original Netflix, Project Power, na qual o remédio era uma espécie de droga que proporcionava poderes à população, em Freaks o medicamento faz parte de um tratamento médico visando adormecer completamente quaisquer poderes que essas pessoas poderiam demonstrar.
E por mais que aparente ter uma trama original, o longa está de fato longe disso! Em uma certa parte da história, o filme lembra até o novíssimo Novos Mutantes, quando coloca pessoas presas dentro de uma espécie de instituição psiquiátrica. Todavia, o que até posso relatar como “original” é que no seu decorrer a trama se propõe a percorrer um caminho mais leve e divertido.
Um ponto bastante positivo é o fato do texto explorar temas que cercam a personagem e o seu crescimento dentro da narrativa. Por exemplo, quando ela está descobrindo seus poderes e acaba dando umas porradas em uns caras machistas, quando ela enfrenta a sua chefe em busca de uma promoção no trabalho e a força e admiração que ela adquire dentro da sua própria família.
Por conta do baixo orçamento, as cenas de ação acabam não surpreendendo, mas também não deixam tanto a desejar. Cornelia Gröschel, que interpreta a protagonista, traz um certo carisma e impõe em tela a importância que a sua personagem tem na história. Outro acerto está no desenvolvimento do vilão Elmar, ou melhor, Electro Man, vivido por Tim Oliver Schultz, que consegue transmitir até um carisma próximo da heroína, mas que ao contrário dela só vê suas habilidades para o uso do mal.
Freaks: Um de nós é divertido e competente, principalmente nos dois primeiros atos. Com apenas 1h 30min. de duração, o filme é prejudicado por parecer estar sempre correndo para conseguir contar toda a sua história. Já se fosse pensado para ser uma série de TV, facilmente esse projeto poderia ter se saído muito melhor. Contudo, o longa deixa um final aberto para uma possível sequência e, se continuar popular na plataforma, com toda certeza a Netflix não deixará passar essa oportunidade de explorar ainda mais esses personagens.
Veja o Trailer:
Leia também:
- Crítica | ‘Origens Secretas’ – Um filme dedicado ao universo dos quadrinhos
- Crítica | Project Power: filme com Rodrigo Santoro estreia na Netflix