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Crítica | Explorando o folclore brasileiro em ‘Cidade Invisível’
A mais nova série brasileira da Netflix, Cidade Invisível, estreou nesta última sexta-feira (05). Uma criação de Carlos Saldanha (Rio e Era do Gelo) e estrelada por Marcos Pigossi e Alessandra Negrini, a série traz o folclore brasileiro de uma maneira totalmente diferente do que estamos acostumados.
AVISO DE SPOILER!
Roteiro
A narrativa se concentra na história do personagem Eric (Marcos Pigossi), um policial ambiental que acaba viúvo quando sua esposa Gabriela morre em um misterioso incêndio na floresta perto de uma comunidade ribeirinha local.
Por conta desse acontecimento e da morte misteriosa de um boto cor-de-rosa (um animal de água doce) na praia, somos transportados junto ao personagem para uma realidade onde as lenda do nosso folclore são reais.
É nessa colisão de realidade e fantasia que o roteiro nos introduz de maneira natural e orgânica aos personagens, instigando o público a tentar adivinhar quais figuras folclóricas estamos assistindo.
Infelizmente, pelo fato de a história estar centralizada em Eric, os personagens secundários não ganham tanto destaque, desenvolvendo muito pouco suas narrativas e deixando alguns furos de roteiro.
Os episódios também são muito curtos e diversas informações são apresentadas para o telespectador de maneira que fica um pouco difícil sentir fluidez.
Folclore brasileiro
A abordagem das lendas de uma maneira mais moderna e não deixando transparecer certos personagens é um dos pontos fortes da série.
Cada figura retirada do folclore é tratada de maneira única. Em todos os episódios temos uma cena de introdução contando um pouquinho da história de cada um dos seres místicos que habitam nossa realidade e muitas delas são diferentes das tradicionais histórias.
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Um exemplo é a maneira com que foi abordado o personagem do Saci, desde sua origem até a modernidade. Em uma das cenas , Luna, a filha de Eric, tenta capturar o Saci usando fubá e, quando o personagem aparece para ela, disse que preferia que fosse o biscoito.
Uma outra personagem, a Cuca, não é a bruxa em forma de Jacaré como muitos de nós estamos acostumados por conta de reproduções anteriores. Ela continua sendo uma bruxa, mas só que dessa vez em forma humana e tomando conta de um bar alternativo.
Isso mostra o cuidado que houve na hora da produção. O misticismo e características principais de cada lenda foram criados de forma que fossem reconhecíveis, mas também que pudessem abusar da criatividade.
Produção
Falando em produção, ela é o carro-chefe da série. A ambientação da história para as ruas do Rio de Janeiro se mostra muito bem feita e até mesmo quando estamos dentro da mente de um dos personagens podemos ver que houve cuidado com certos detalhes.
A escolha do elenco também foi umas das partes chaves dos projeto. Cada personagem foi bem trabalhado e bem representado pelos atores.
Os efeitos especiais foram pouco usados e também não foram tão satisfatórios. A produção claramente optou por efeitos mais práticos, sendo introduzido o CGI apenas quando necessário.
Considerações finais
A série teve muitos pontos bons e parece ser bem promissora, ainda mais com o final que já deixou um possível gancho para a segunda temporada. Mesmo sendo rápida, cumpriu bem o papel de introdução, estimulando os telespectadores.
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