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Crítica | Dreznica – Como os Cegos Sonham
Dreznica, de Anna Azevedo, é um curta-metragem feito em 2008 que traz cegos como protagonistas e mostra como é sonhar quando não se tem mais a visão.
O curta segue os relatos de Virgínia Mezenes, Flavinha Lara, Chico Gonçalves, Marcello Guimarães e Glória Almeida. Nem todos nasceram cegos, mas todos dão seus depoimentos em relação aos sonhos e as sensações sentidas.
A estética do projeto segue memórias de diversas pessoas, marcadas por imagens captadas por câmeras analógicas nos anos 70 em Super 8 e 8mm, que nos passam a sensação de que realmente estamos viajando através das memórias, muitas vezes como se estivéssemos mesmo em um sonho.
Uma das primeiras narrações fala sobre o cego ver “escuridão”, que dialoga diretamente com pessoas não cegas que imaginam que cegos enxergam tudo preto, quando na realidade simplesmente não há visão nenhuma.
No resto das narrações de outras pessoas, é possível entender melhor como as outras sensações são tão trabalhadas que a visão se torna um mero detalhe quando se sonha.
Observar como para eles a imaginação, o toque, sentimentos, a audição e outros sentidos se desdobram em suas vivências e em seus sonhos, com certeza é um fator que nos prende a atenção durante esse curta.
Dreznica pode ser assistido no Curtaflix e foi selecionado pela curadora Andréa Cals para exibição. Ao todo, foram selecionados 293 curtas para o festival.
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