Crítica | Donas de Alegria – My French Film Festival

O machismo, a forma como os homens tratam as mulheres como objetos ou propriedade e a violência extrema dessas ações são temas recorrentes no filme. Mas apesar disso, o foco é definitivamente a força e a coragem das mulheres.

Sinopse

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Donas de Alegria conta três histórias de mulheres durante um verão escaldante entre o norte da França e a Bélgica. Axelle, Conso e Dominique nada têm em comum a não ser que são colegas e que, todos os dias, juntas, cruzam a fronteira.

Conduzido por um trio de atrizes explosivas e luminosas, este drama feminista nos faz mergulhar no cotidiano de três profissionais do sexo, amigas, supermulheres empolgantes e dignas. (Fonte: Supo Mungam Plus)

Ficha técnina:

Diretor(es): Frédéric Fonteyne e Anne Paulicevish
Tempo de duração: 1:30:51
Elenco Principal: Sara Forestier, Noémie Lvovsky e Annabelle Lengronne

Poster de "Filhas da alegria", com as personagens principais de pé uma ao lado da outra. Da esquerda para a direita: Conso, Dominique e Axelle
Um filme intenso sobre a força das mulheres.

Força e coragem das mulheres é foco de Donas de Alegria

Filles de Joi conta uma história intensa e, por vezes, visceral. Através de cada uma das protagonistas, a narrativa toca sem rodeios em temas delicados como abuso, drogas, crises familiares e racismo.

Se você é sensível a algum desses temas, recomendo assistir com certo cuidado, pois o filme não floreia nenhuma dessas situações.

Leia também:

O machismo, a forma como os homens tratam as mulheres como objetos ou propriedade e a violência extrema dessas ações são temas recorrentes. Mas apesar disso, o foco é definitivamente a força e a coragem das mulheres.

As três personagens principais são cativantes e muito reais. Reais no sentido de que são construídas de uma forma muito humana e muito crível. A história mostra o mundo da perspectiva de cada uma delas, o que deixa a narrativa muito mais rica, pois suas experiências de vida são muito diversas.

É angustiante acompanhar seu sofrimento. O filme faz com que por vezes nos revoltemos e temamos pelo seu bem-estar. Mas é recompensador ver a cumplicidade, como se unem nessa hostilidade e como se tornam uma família que desconhece limites para defender e proteger umas às outras.

E no fim, o único lugar onde agem de forma realmente descontraída e ficam quase sempre distantes de todas as perturbações do mundo externo é o bordel.

Diretores falam em entrevista sobre inspirações para o filme

Na entrevista ao MyFFF, Anne menciona que sempre desejou falar sobre o heroísmo das mulheres, sobre a violência infligida nelas e sobre como elas se unem e se rebelam contra isso.

A inspiração para a história veio dessa necessidade e de um artigo que leu um dia por acaso, sobre mulheres que cruzam as fronteiras para se prostituir longe de casa e “manter a dignidade” no país de origem.

Para pesquisar e escrever, a diretora passou nove meses frequentando um bordel, conversando e convivendo com mulheres que a inspiraram e serviram de base para as fantásticas personagens do filme.

Frédéric, marido da diretora, só foi visitar o local tempos depois, e narra que:

As mulheres lá têm uma extraordinária potência de vida e fiquei extremamente orgulhoso de poder encontrá-las.

Inicialmente, o casal não planejava dirigir o longa juntos. Anne estava encarregada da escrita e Frédéric da direção. Mas como ele esteve presente durante todo o processo de desenvolvimento do projeto, a conexão dos dois com o trabalho era tão grande que co-dirigir o filme foi o mais natural a se fazer.

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Luna | A Patroa da Redação
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