Crítica | Cloudpunk – História e exploração no céu de neon

Já se perguntou como seria andar pelas ruas ou voar pelas estradas de Blade Runner? Como seria dirigir um dos carros voadores dos inúmeros filmes cyberpunk? Cloudpunk, jogo da desenvolvedora Ion Lands é o jogo para te dar uma resposta.

No jogo você controla Rania, nova entregadora da companhia de entregas Cloudpunk. A empresa funciona na semilegalidade, onde “nenhuma entrega é difícil demais”. Na primeira missão do jogo já temos a base do que será o trabalho de Rania: coletar pacotes, entregá-los e não fazer perguntas.

E isso é basicamente o que você vai fazer no jogo. Dirigindo seu HOVA, você vai explorar a cidade de Nivalis, lugar onde é sempre noite e a chuva é incessável. Fazendo companhia para Rania nessa missão está a Inteligência Artificial Camus, que assume a forma do cachorro de estimação da protagonista. O carisma e otimistmo de Camus causam um bom contraste com a cidade escura e chuvosa do jogo.

Confesso que demorei um pouco a controlar bem o HOVA. Acostumado com os jogos em que o carro só pode se mover na horizontal, levei algum tempo para aprender a me mover verticalmente como se deve pela cidade.

Nivalis é uma metrópole enorme, com vários níveis que você visita durante a sua noite de trabalho. Existem os postos para você abastecer seu carro, pontos de reparo onde você pode comprar upgrades e os estacionamentos para você parar seu HOVA e entregar seus pacotes.

Explorando a cidade

Na exploração à pé a cidade se prova tão viva quanto o céu movimentado, com barracas de comida, membro de gangues e várias outras pessoas que você encontra à caminho do seu destino.

As câmeras fixas podem atrapalhar um pouco a movimentação, com alguns obstáculos ficando invisíveis para sua personagem, mas nada que atrapalhe demais.

Você vai encontrar uma gama de personagens, alguns bem escritos, outros nem tanto, que vão aumentar e expandir seu conhecimento de como funciona a cidade e seus habitantes.

Temos, por exemplo, um detetive chamado Huxley que fala como se estivesse narrando um romance policial noir, frustra Rania com suas metáforas torturadas e a envolve em um trabalho quase suicida de investigar o desaparecimento de Pashta, uma menina com um implante cibernética na cabeça que traz segredos obscuros sobre seu pai.

À medida que você vai completando os trabalhos, você pode incrementar seu HOVA com upgrades para melhorar sua velocidade, estabilidade e outros atributos. Até mesmo trocá-lo por um modelo mais potente. Você também pode decorar o apartamento de Rania na cidade.

Vale a pena jogar?

Cloudpunk é um jogo focado na narrativa e exploração. A jogabilidade pode ser meio repetitiva e eu senti falta de poder customizar o meu carro, mas sendo uma entregadora para uma companhia eu até entendo o carro ter que manter seu padrão.

O jogo possui vários personagens cativantes, outros nem tanto. Mas você acaba se sentindo envolvido nas histórias e incentivado a descobrir mais sobre a cidade, a companhia que Rania trabalha e até mesmo a própria protagonista.

Então, se você é fã do gênero cyberpunk e sempre imaginou como seria andar pela cidade sem que metade da população esteja tentando te matar, Cloudpunk é o jogo pra você.

Caso você não seja e queira aprender mais, o jogo é um ótimo ponto de partida, que acerta a abordagem dos temas presentes no gênero e foca na narrativa. É um jogo bonito, relativamente tranquilo comparado com os shooters frenéticos geralmente associados ao gênero, que garante uma boa diversão.

Ficha Técnica

Data de Lançamento: 15 de outubro de 2020
Produtora: ION LANDS
Editora: Merge Games
Gênero: Ação, Aventura
Plataformas: Microsoft Windows, Xbox One, Playstation 4, Nintendo Switch

Foi disponibilizada uma cópia do jogo para análise. (PC)

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