Crítica | Ben Falcone aborda super-heróis em Esquadrão Trovão

O novo filme de Ben Falcone, Esquadrão Trovão, chega à Netflix no dia 9 de abril e estrela Melissa McCarthy em comédia de super-heróis.

A sétima arte, hoje em dia, não estranha mais os super-heróis fazendo sucesso com o grande público. Além dos dez bem sucedidos anos do Universo Cinematográfico Marvel, agora a DC também tem investido no seu potencial, como também outras adaptações chegaram mais livres. E a Netflix não dorme no ponto e sabe da necessidade do público com quadrinhos, tendo lançado The Old Guard, The Umbrella Academy e agora Esquadrão Trovão.

O serviço de streaming está em um ano muito popular, tendo recebido diversas indicações ao Oscar, mantendo-se estável em premiações de televisão com Emily em Paris, The Crown e O Gambito da Rainha, além de ter estreado as populares produções Bridgerton, Cidade Invisível, Lupin e Fate: A Saga Winx. Portanto, Esquadrão Trovão vem nesse meio de produções gigantescas, podendo conquistar um amplo público.

Octavia Spencer e Melissa McCarthy em imagem promocional de Esquadrão Trovão
Octavia Spencer e Melissa McCarthy em imagem promocional de Esquadrão Trovão.

Esquadrão Trovão é dirigido por Ben Falcone e estrelado por Melissa McCarthy. Ambos já trabalharam juntos em A Chefa e Alma da Festa, porém o diretor também traz Octavia Spencer (A Forma da Água), Bobby Cannavale (Homem-Formiga), Melissa Leo (O Vencedor) e Jason Bateman (Ozark).

A trama foca na dupla Lydia (McCarthy) e Emily (Spencer), ambas amigas de ensino médio e com ressentimentos do período que passaram juntas. O mundo é controlado por super-vilões, e Emily trabalha dia e noite na tentativa de achar alguma solução que a transforme em heroína para vingar a morte de seus pais nas mãos dos mesmos.

Mas Lydia acidentalmente acaba tomando a solução que Emily conseguiu criar depois de tantos anos após o ensino médio, o que faz com que ambas precisem deixar suas mágoas de lado para trabalharem juntas contra os vilões.

O longa não adapta nenhuma HQ, na verdade, vem tudo da mente de Ben Falcone. Porém, as inspirações dos quadrinhos estão presentes, seja no plot ou em alguns elementos visuais que o filme utiliza. Logo na primeira cena, Ben opta por fazer um breve resumo, apresentando a ideia principal do filme através de quadrinhos e animações, logo depois leva o longa para realidade.

Lydia e Emily sendo apresentadas ao público
Lydia e Emily sendo apresentadas ao público.

Ben tenta extrair ao máximo a essência quadrinística popularizada nos anos 2000, quando o filme mostra Lydia não ganhando na vida, enquanto Emily está avançando os seus projetos. Emily traz a figura do herói gênio, já Lydia demonstra a imagem do herói fracassado. Misturadas, ambas parecem uma junção de Homem-Aranha, Senhor Fantástico e Jessica Jones.

Os elementos acabam sendo bem inseridos na trama, mas toda a inserção do humor pastelão em seu roteiro faz com que as figuras de heróis sejam mais bobas, quase como uma sátira ao gênero. Contudo, o mesmo humor não está tão bem inserido na escrita.

O humor de Ben parece um tanto quanto deslocado em alguns momentos, até mesmo um pouco forçado. McCarthy, indicada duas vezes ao Oscar, está fazendo um trabalho que não parece valorizar sua forma de criar comédia: ela gasta muito tempo com uma comicidade datada e piadas trazendo referências de filmes dos anos 90, sem falar nas músicas da época, que muitas pessoas podem não reconhecer. Além disso, quando a personagem é vista comendo frango cru, fica fora de tom com o elemento quadrinístico.

Lydia e Emily prontas para a ação
Lydia e Emily prontas para a ação.

Ben também cria muitos diálogos explicativos para o roteiro, fazendo com que nenhuma informação pareça confusa para o público que busca atingir. Às vezes, a obra até soa muito inflada de informações, dando algumas voltas para reafirmar explicações que o longa passa mais da metade do tempo mostrando. Assim, o filme subestima o público, mas toda a escrita de Ben é muito acessível.

O elenco, além de McCarthy, aparenta estar se divertindo demais. Spencer parece estar aliviada em cena por representar um papel que não demanda muito, porém, mesmo assim, a atriz consegue trazer uma interpretação carismática. Já McCarthy tenta extrair o máximo de sua personagem, até mesmo tentando adicionar camadas, pois é uma atriz que se esforça ao máximo para entregar uma boa performance.

No fim, Esquadrão Trovão é um filme muito divertido e de fácil linguagem ao grande público, com ambas as atrizes principais entregando performances recheadas de carisma e uma trama muito agradável aos fãs de quadrinhos. Escorrega no humor, porém, tem muito potencial de ser mais um grande sucesso da Netflix em 2021.

Confira o trailer do filme:

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Riuler Luciano
Riuler Luciano

Jornalista Cultural e Marketeiro, cresceu lendo quadrinhos dos X-MEN é amante de Cultura Pop e Pequi!

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