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Crítica | Barqueiro – Curtaflix
O curta Barqueiro fala sobre a morte. Acompanhamos um dia de um agente funerário que faz o serviço mais triste: buscar e levar crianças. O filme traz com sensibilidade e delicada fotografia um assunto tão duro e tão relevante nos dias de hoje.
Filmado em preto e branco, causando maior imersão no espectador, Barqueiro apresenta a rotina em um dia parado de um agente funerário que ouve de seus colegas a tristeza que é levar uma criança pequena para seu funeral.
Com cenas destacando diversos objetos e ambientes em situação já deteriorada do órgão público, são reforçados o vazio e o silêncio que dominam o cenário. A emoção e ansiedade do protagonista vão sendo apresentadas através de um close distante. Quando por fim ele recebe a triste chamada para buscar um pequeno menino de quatro anos, ele ali desabafa.
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O Peso da Morte
O peso sobre a morte de uma pequena criança, a família desesperada, o cuidado com o pequeno cadáver e a rotina ficam ainda mais pesados quando o velório é feito em uma residência, onde ele próprio veste o pequeno, cruza seus dedinhos e monta o velório.
O homem fala das expectativas que a família põe sobre ele e o consolo que tenta levar para a triste mãe aos prantos. Toda essa experiência e toda essa dor, diz ele: sou eu que vou levar para o túmulo.
O barqueiro assume um serviço que ninguém mais quer e diz, com pouco, muito. Em tempos como o nosso, a morte é um discurso às vezes banalizado, mas é a dor do fim que deixa uma marca em quem fica. O protagonista mostra um pouco de como é dura essa realidade e toca com delicadeza nesse tema tão atual.
Ficha Técnica
Direção: José Menezes e Lucas Justiniano
Produção: Fernando Capuano e Rodolfo Pellegrin
Fotografia: André Dip Elenco: Serio Mastropasqua, Paulinho Faria
Roteiro: José Menezes e Lucas Justiniano
Montagem: Thereza Menezes e José Menezes
Arte: Patricia Marins
Som: Tales Manfrinato
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