Crítica | A retomada de si mostrada em ‘Alcateia’

Curta faz parte do 13º Festival de Filmes Curtos e Direitos Humanos, o Entretodos, que acontece do dia 13 ao dia 26 de setembro

Antes de começar, é preciso deixar um AVISO DE GATILHO. O filme aborda a violência doméstica como tema principal e contém cenas fortes.

Cena de Alcateia com mulher olhando triste para baixo
Cena de Alcateia.

“Quando nós obedecemos aos outros, nós temos que ver de onde é que vem essa obediência. Porque quando cismamos de ser nós mesmos, as pessoas se afastam. Mas quando a gente quer agradar as pessoas, nós nos afastamos de nós mesmos.

Alcateia é um curta-metragem de 2020 dirigido por Carolina Castilho, que conta a história de uma mulher que está sofrendo em um relacionamento abusivo, mas ao mesmo tempo procura em si mesma e em outras mulheres forças para sair dessa situação.

O curta se inicia com um mantra de purificação e banimento, explorando os conceitos de paganismo e do sagrado feminino. Conseguimos sentir toda a força das mulheres. Todavia, a trilha sonora traz um pouco de leveza para um tema tão pesado e a fotografia é impecável.

cena de Alcateia com mulheres se reunindo em círculos
Cena de Alcateia.

Em seus 17 minutos de duração, é capaz de contar uma história completa e explorar conceitos tão profundos. A intolerância religiosa está presente, de forma sutil, com palavras que estamos acostumados a ouvir, mas que não deixam de ser preconceituosas e retrógradas.

Outro assunto abordado é o machismo, o qual é perceptível tanto no tema como em uma das cenas, quando a personagem mostra a medida protetiva contra o marido. Percebemos que mesmo na justiça, um órgão que deveria proteger todos os cidadãos, a mulher é desacreditada, humilhada e desmoralizada.

O curta também aborda a ideia de sororidade. Em meio à sua tragédia pessoal, a personagem consegue recuperar forças dentro de si com a ajuda de outras mulheres, assim retomando as rédeas de sua vida.

cena de Alcateia com o quadro de um anjo
Cena de Alcateia.

O tema é muito pertinente e importante para a sociedade brasileira atual, principalmente porque os casos de violência doméstica aumentaram 22% durante a quarentena. Além disso, o Brasil ocupa a posição no ranking mundial de violência contra a mulher. É preciso debater, é preciso dar voz para as mulheres. Quanto mais se fala sobre, quanto mais a população se informar, mais as mulheres saberão como se defender.

Alcateia é um filme intenso, mas que precisa ser visto e principalmente divulgado. Assim, ele poderá chegar a quem precisa de ajuda e essas mulheres saberão que não estão sozinhas, podem sair dessa situação difícil e ter um final feliz.

Clique AQUI para acompanhar todos os filmes do festival.

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Texto escrito por Sabrina Ventresqui

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Luna | A Patroa da Redação
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