Crítica | A resistência de Pluma Forte - Curtaflix

Pluma Forte (2018) retrata os estágios do corpo feminino. É majoritariamente narrado por poesias e não possui tantas falas. Os poemas são declamados contemplando a diversidade de mulheres existentes na nossa sociedade. São pessoas reais.

O plano detalhe, usado na maior parte do tempo, dá um toque intimista para o filme. As quatro protagonistas possuem lutas muito diferentes, mas que se complementam. Nós mulheres precisamos nos manter unidas, por nós.

Cena de Pluma Forte do festival Curtaflix. otageek — Cena de Pluma Forte do festival Curtaflix.

Os poemas falam sobre as transformações naturais sofridas pelo corpo em diferentes fases da vida, passando pela juventude e velhice. Os versos também se expressam sobre a aceitação de si e muita resistência.

Cada uma das protagonistas expressa suas dores e conflitos de maneiras diferentes. Uma pela dança, outra pela arte, outra pela música e outra por expor seu corpo como forma de autoaceitação.

Em um momento em que a sociedade está obcecada pelo virtual, Pluma Forte é uma declaração de amor ao real. O corpo das protagonistas vira instrumento de suas lutas, de suas militâncias.

O filme não nos deixa esquecer de Marielle Franco, Matheus Felipe e Dandara dos Santos, que foram covardemente assassinados. E que ainda estão em busca de justiça.

Uma das protagonistas de Pluma Forte, se expressando através da dança. Otageek — Uma das protagonistas de Pluma Forte se expressando através da dança.

O curta se encerra com uma crítica à sociedade brasileira, que consome conteúdos pornográficos envolvendo pessoas LGBTQIA+, mas ao mesmo tempo é o país que mais mata pessoas desta comunidade.

Pluma Forte é um curta-metragem necessário, que nos faz refletir sobre a nossa sociedade, nosso corpo e nossas lutas. O filme faz parte da sessão “Curtas que refletem sobre corpos diversos” e é de curadoria de Mariana Maurer, juntamente com as sessões “Curtas com olhares de mulheres sobre relacionamentos e descobertas” e “Curtas entre a imaginação e o mundo real para crianças”.

Para conferir este e outros curtas clique AQUI!

Texto escrito por Sabrina Ventresqui