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Crítica | A Jornada de Vivo chega cheio de carisma e música à Netflix
Chegou na Netflix, nexta sexta-feira (6), A Jornada de Vivo, animação produzida em parceria com a Sony Pictures, estúdio responsável por Homem-Aranha no Aranhaverso.
Trata-se de uma aventura musical em animação com músicas inéditas de Lin-Manuel Miranda (vencedor dos prêmios Tony, Grammy e Pulitzer e criador de Em um Bairro de Nova York).
Sinopse
A Jornada de Vivo conta a história de um talentoso jupará (com voz de Miranda na dublagem em inglês) que passa os dias entretendo o público em uma praça de Havana, em Cuba, acompanhando o dono Andrés (Juan de Marcos González, do Buena Vista Social Club).
Apesar de não falarem a mesma língua, Vivo e Andrés se entendem através do amor pela música e formam a dupla perfeita. Um dia, Andrés recebe um convite para o último show da famosa Marta Sandoval (a lenda do pop latino Gloria Estefan, vencedora do Grammy) em Miami.
Os dois já foram parceiros e ela espera retomar o contato. Porém, uma grande tragédia atrapalha os planos de Andrés. Agora, Vivo precisa entregar uma mensagem a Marta: uma declaração de amor em forma de música, escrita por seu companheiro há muito tempo.
Para conseguir chegar até Miami e cumprir essa missão, Vivo vai precisar da ajuda de Gabi (a estreante Ynairaly Simo), uma adolescente cheia de energia que adora tambores.
Aventura e Palavras não Ditas
A química entre Vivo e Gabi é um show à parte, mesmo que possuam personalidades tão diferentes, podendo dizer que quase opostas: enquanto a garota é energética, porém solitária, o pequeno jupará é cauteloso e até mesmo medroso.
Vivo e Gabi se completam e a animação funciona devido às diferenças entre eles. Mesmo que não dividam o mesmo idioma, em todos os sentidos possíveis, a música conecta a dupla.
Gabi tem uma visão muito única das coisas e sua forma tão particular de encarar o mundo tira Vivo de sua zona de conforto, aquele espaço da praça em frente ao apartamento que o jupará dividia com Andrés, fazendo com que ele siga nessa aventura tão assustadora.
Durante o filme, descobrirmos que apesar de toda a alegria que Gabi expressa, a garota também passou por uma perda muito grande recentemente. Isso é o que faz ela querer ajudar Vivo a levar uma carta para o amor perdido de Andrés.
O longa fala muito sobre como não sabemos quanto tempo temos com aqueles que amamos, e o quanto é necessário deixarmos claros nossos sentimentos antes deles partirem do nosso mundo.
Por esse motivo, o luto é um sentimento muito bem trabalhado pela animação. Temos a oportunidade de ver como ele é encarado pelos personagens em diferentes fases da vida ao longo do filme.
Nina se arrepende de não ter dito ao pai o quanto o amava, e Vivo de não ter ajudado Andrés a entregar a canção que guardou por anos para sua amada. A jornada vai funcionar como uma espécie de processo de cura para os dois, um encerramento de ciclo.
Lin-Manuel Miranda acerta de novo com músicas delicadas e empolgantes
Como em todo bom musical, A Jornada de Vivo tem em seu núcleo melodias diversas para contar sua história e uma mistura de ritmos, como música latina, pop e até mesmo hip-hop. Essa é a prova da expertise de Lin-Manuel Miranda com esse tipo de história.
Cada um dos personagens tem o seu estilo, espelhando sua personalidade e inspirações. A primeira música lançada, chamada Keep the Beat, fala sobre como se adaptar às mudanças e seguir frente quando a vida toma rumos indesejáveis.
Lin-Manuel Miranda é conhecido por se importar profundamente com a cultura latina, e os personagens apresentados aqui são prova disso, assim como as canções. A primeira parte do filme se passa em Havana, uma cidade que parece respirar musicalidade.
Conclusão
Encontrar o seu lugar no mundo não é uma tarefa fácil e ter amigos que possam te ajudar nessa tarefa é muito importante, mesmo que você precise passar por um pântano com jacarés e cobras gigantes.
A animação é muito bonita e vai fazer você se derreter por esses personagens completamente amáveis. Vale muito a pena assistir! Com um plot simples e cativante, vai agradar toda a família.
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