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Crítica | A busca pela felicidade aos olhos de ‘Fortunata’
O longa Fortunata, dirigido por Sergio Castellitto, retrata a história de uma mãe que se encontra em meio a um processo de separação do marido abusador, enquanto busca de todas as formas cuidar da sua filha. Já é válido ressaltar que Jasmine Trinca, protagonista do longa, foi premiada no Festival de Cannes e no David di Donatello (Oscar Italiano) por esse desempenho.
Fortunata (Jasmine Trinca) – que também dá o nome ao longa – não tem emprego fixo, mora em um pequeno apartamento nos subúrbios de Roma e atravessa a cidade diariamente para tratar dos cabelos e o que mais for preciso de seus clientes. Ela é uma pessoa incrivelmente forte e tem um sonho que fará de tudo para alcançar: abrir o seu próprio salão de beleza, conquistando, assim, a possibilidade de viver de forma livre, independente e tranquila com sua filha.
Enquanto isso não acontece, Barbara (Nicole Centanni), que tem menos de 10 anos, começa a se incomodar com o distanciamento da mãe e a vida que as duas levam. Com isso, por ordem do governo, a solução foi encaminhá-la a um psiquiatra. Lá, Fortunata conhece Patrizio (Stefano Accorsi), e mesmo que seja proibido, o doutor não medirá esforços para se aproximar da moça e ajudá-la a reconstruir sua vida.
Primeiramente, temos que entender que esse projeto trata de uma história puramente íntima e pessoal, e por isso é necessário atenção a cada detalhe que o longa proporciona. Se isso ocorrer, certamente você vai embarcar numa história cativante e com atuações estupendas de todos que fazem parte do projeto.
Jasmine Trinca, protagonista e intérprete de Fortunata, entrega uma atuação poderosa e incrivelmente marcante. Com uma mistura de ingenuidade em meio à poderosa força de uma mulher, embarcamos nos erros que inevitavelmente ela vai cometer. Porém, a protagonista busca de todas as formas mostrar o amor incondicional que tem pela sua filha.
A pequena Nicole Cenatanni entrega uma atuação carismática, transmitindo todos os sentimentos que uma criança poderia sentir naquela situação. E temos Stefano Accorsi que, como sempre, traz uma atuação forte e segura interpretando o homem com o qual a protagonista acaba vivendo um intenso romance.
Não podemos nos esquecer do drama que envolve Chicano, interpretado por Alessandro Borghi. Com momentosdramáticos interessantíssimos, percebemos a lealdade incondicional do rapaz a Fortunata, ao mesmo tempo em que ele sofre de bipolaridade enquanto vê a sua mãe perdendo a cada dia mais a memória por conta do Alzheimer.
O filme ainda conta com uma ótima trilha sonora: Vivere de Vasco Rossi, Let’s Twist Again de Chubby Checker e Have You Ever Seen The Rain da banda Creedence Clearwater Revival, que contribuem ativamente para o fechamento de momentos específicos da vida da protagonista.
Como foi citado anteriormente, essa história é especificamente contada aos olhos de uma mulher que busca de todos os modos ser livre. Entretanto, a obra foi feita pelas mãos do cineasta e, por mais que Margaret Mazzantini (esposa do diretor e sua parceira em diversos projetos) fosse responsável pelo roteiro, há escolhas que facilmente poderiam ter sido retiradas e situações que definitivamente tinham que ser exploradas no longa.
Pois bem, Fortunata é um grande filme do cinema italiano, o qual tem um elenco fabuloso e uma história que retrata profundamente a busca pela felicidade de uma mulher que vive uma vida sem tempo. E por mais que algumas decisões visuais possam vir a ser questionadas, o ponto a se prestar bastante atenção é o texto que esse belíssimo longa traz.
Veja o trailer:
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