Crítica | Quarta temporada de Castlevania finaliza com chave de ouro

Nesta quinta-feira, chegou no cartaz da Netflix a quarta e última temporada de Castlevania, série animada criada por Warren Ellis com base nos jogos da Konami. Sendo um dos maiores sucessos do stream, a série teve um final épico e fechou todas as histórias de maneira brilhante.

Sinopse: A influência de Drácula cresce à medida que Belmont e Sypha investigam os planos para ressuscitar o famoso vampiro. Alucard tem dificuldades para abraçar seu lado humano.

Antes que alguém entre em combustão, venho avisar que teremos spoilers a partir daqui

Recapitulando

Na terceira temporada da série, tivemos um grande desenvolvimento de arcos que ampliou a trama sem se perder, deixando os ganchos nos lugares certos para a última temporada.

No final, acompanhamos Trevor Belmont e Sypha Belnades batalhando com os monstros, enquanto Saint Germain (lembre-se bem dele) tentava fechar o portal do Corredor Infinito com ele ainda dentro. Tudo isso para evitar que algumas pessoas ressuscitassem Drácula.

Enquanto isso Carmilla, uma vampira ambiciosa à qual somos apresentados na segunda temporada, junto com o Conselhos das Irmãs composto por ela, Morana, Striga e Lenore, começa a executar o seu plano de dominação da região.

Para isso, Lenore seduziu o mestre da forja Hector e acabou colocando um anel no dedo do rapaz, o qual faz com que ela controle as suas criaturas da noite.

O mestre da forja Issac, por sua vez, continua com seu plano de vingança, criando mais e mais criaturas da noite e matando um mago de uma cidade.

E enquanto todos estavam envolvidos com objetivos maiores, o mestiço Alucard acolheu dois caçadores de vampiros, que acabaram se mostrando pessoas diferentes daquilo que diziam e sendo assassinados pelo descendente do Drácula. Após isso, seus corpos foram empalados e deixados na frente do castelo como aviso.

Enredo

Na quarta temporada, começamos pouco tempo depois dos acontecimentos da terceira. Ela tem sua trama central na ressurreição de Drácula, tema que também havia sido aberto na temporada anterior.

Mas mesmo assim, o enredo não se limitou apenas a isso, conseguindo desenvolver e fechar as tramas secundárias, o que levou a um episódio final totalmente coeso e sem pontas soltas.

Uma das coisas mais interessantes nessa temporada foi o enlaçamento das histórias e como cada detalhe se conecta. Boa parte dos personagens não é jogada de lado, tendo todos um papel muito bem colocado.

Um exemplo disso é o personagem Saint Germain, que foi introduzido na temporada anterior, no arco de Trevor e Sypha, e voltou nessa temporada no arco de Alucard. A série mostra bem que ele não voltou do nada e também não era apenas mais um personagem que desapareceu, e sim que tinha um papel bem maior a cumprir.

Já Carmilla talvez tenha tido o arco mais desinteressante, apesar de muito bem desenvolvido. Ela foi da estrategista que vimos nas últimas temporadas para uma mulher que se perdeu no poder. A nobre ficou, portanto, enlouquecida, o que a levou à morte. E isso acabou sendo um pouco previsível, já que desde sempre ela se mostrava ser uma vampira orgulhosa e ambiciosa.

Mas a maior revelação foi algo totalmente inesperado. Enquanto todos estavam preocupados em trazer ou impedir a volta do Conde Drácula, ninguém percebeu que uma entidade maligna estava por trás de tudo. Essa é a entidade à qual se referem como a Morte, que mexeu nas linhas dessa trama e apareceu apenas nos episódios finais.

A surpresa final do enredo vem junto com uma mensagem que fala sobre amor e recomeço, principalmente quando, por obra do destino, se recebe uma segunda chance. E é exatamente isso que acontece com Drácula e sua esposa após voltarem dos mortos.

Personagens

O desenvolvimento de cada personagem foi feito de forma conjunta e individual ao mesmo tempo, o que ajudou muito na imersão da narrativa. Isso mostra que um bom elenco só engrandece a história.

Se falarmos do trio principal, Trevor, Sypha e Alucard, vemos um grande desenvolvimento que foi completado nessa última temporada, mostrando exatamente onde os criadores queriam chegar com cada um.

Trevor deixou de ser um beberrão e se tornou um herói. Alucard foi cada vez se tornando mais humano e menos frio. E Sypha amadureceu, tornando-se uma personagem forte e astuta.

Enquanto isso, a briga entre Isaac e Hector que vimos desde as primeiras temporadas leva a um desfecho imprevisível, já que vimos Isaac sendo construído como um sujeito vingativo que iria matar Hector. Mas ele evolui e acaba perdoando o antigo companheiro.

Até mesmo personagens secundários, como Lenore e Saint Germain, apresentam histórias interessantes, com desenvolvimento e encerramento brilhantes.

Castlevania mostrou como explorar cada personagem de maneira certa e na medida certa, para que o público possa criar uma empatia ou antipatia com o que lhe é apresentado, dando respaldo suficiente para as ações de todos ali.

Batalhas

Falar de Castlevania é falar de batalhas sangrentas, violentas e épicas. E nessa temporada não só temos o auge de todas as batalhas, como também podemos nos deliciar com cada cena apresentada.

Isso tudo se deve ao fato da animação de alta qualidade ser o ponto mais forte na questão de produção. As cenas, mesmos que corridas, mostram um nível de detalhamento onde cada gota de sangue, cada musculatura de um personagem, cada particularidade das criaturas da noite faça com que nos percamos naquele visual magnífico.

Uma das principais batalhas ocorre no arco de Carmilla, quando ela enfrenta Issac e suas criaturas da noite. Cada parte ali é desenhada para mostrar que as movimentações dos personagens são fluidas e realistas, apesar de estarmos em um mundo de fantasia.

A batalha final entre Trevor Belmont e a Morte também coloca cada quadro como uma obra de arte final, dando a sensação de que algo épico está realmente acontecendo.

Conclusão Sobre Castlevania

A Netflix fez sim a escolha certa ao produzir esse material com uma qualidade tão rica. Castlevania foi de uma animação promissora para um dos seus maiores sucessos no gênero.

Para aqueles que acompanham os passos de Trevor, Sypha e Alucard, desde de 2017, a sensação de despedida e orgulho com o que foi feito , será totalmente garantida. Cada plot twist, cada batalha , cada dialogo que levaram a esse momento se mostraram incríveis .

Apesar de ser uma temporada final , ainda assim não se parece uma despedida, e sim um até logo.

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