Crítica | 2ª temporada de His Dark Materials

A segunda temporada de His Dark Materials estreou em dezembro de 2020, mas com a chegada da HBO Max no Brasil, ficou ainda mais fácil assistir a esta nova aventura. A série acompanha a história de Lyra e do misterioso mundo em que vive, repleto de magia, ciência e daemons.

Continuando diretamente a trama da temporada anterior – e aqui fica um aviso de SPOILERS da primeira temporada -, a série continua seguindo Lyra, que após ter atravessado pelo portal criado por seu pai, Lord Asriel, encontra-se em um mundo completamente diferente. Junto a isso, temos Will, que também tinha encontrado uma das janelas entre os mundos, e está fugindo da polícia e tentando descobrir mais sobre seu pai.

O encontro entre Will e Lyra é o que movimenta e define o rumo desta segunda temporada, além de conectar todas as subtramas que foram desenvolvidas durante a primeira temporada. Fora isso, é muito interessante ver a interação entre os dois personagens, visto que são de mundos e culturas diferentes. Entretanto, mesmo em meio à diferença, surge uma relação de lealdade e proteção.

Quanto aos outros personagens, a série é muito boa em construir indivíduos multilaterais. Continua sendo difícil prever as ações de alguns, ou mesmo de que lado da história eles estão. A exemplo disso temos Marisa Coulter, sendo talvez a personagem mais dividida de His Dark Materials. E podemos ver sua luta interna através da conturbada relação que tem com seu daemon.

Mistérios e Misturas

Assim, esses personagens complexos também ajudam na estruturação do mistério, o que a série sabe fazer muito bem. O telespectador, assim como Lyra, não sabe muita coisa sobre os planos de personagens poderosos, ou mesmo a verdade por trás do Pó, ou Dust.

E assim, His Dark Materials alimenta esse mistério, nos contando o suficiente para não ficarmos perdidos, mas nos mantendo curiosos. E ao longo dos episódios, vai nos guiando, dando pistas, e no momento que temos peças o suficiente para concluir algo, o enredo nos recompensa, revelando e confirmando, ou não, nossa teoria.

As cenas de ação também são muito bem elaboradas. E isso já vem desde a primeira temporada. Apesar de serem poucas, as cenas são muito bem coreografadas e nos deixam extasiados ao assistirmos. E quando necessário, o uso do CGI é harmonioso e preciso. CGI que continua impecável em todos os momentos, assim como vinha sendo.

Iorek na segunda temporada de His Dark Materials - crítica OtaGeek

Ademais, outro aspecto de His Dark Materials que nos faz ficar de boca aberta é a equilibrada junção de magia e ciência. Ficção e Fantasia. E essa segunda temporada entra de cabeça no conceito, principalmente graças à introdução de uma nova personagem: a doutora Mary Malone.

E dessa forma, tão equilibrada quanto esta junção é a transição entre os mundos e realidades paralelas. São cenários tão distintos, que é difícil acreditar que pertencem a mesma série. Mas são tão bem feitos e bem encaixados na trama que só podemos ficar encantados.

As críticas em His Dark Materials

Além de tudo isso, outra coisa que a segunda temporada de His Dark Materials traz são as fortes críticas sociais. Mesmo que a primeira temporada já cutucasse alguns pontos, a segunda reforça assuntos sérios e importantes com discussões mais frequentes e precisas.

A exemplo disso temos questões feministas, ao compararmos o atrasado mundo de Lyra com nossa realidade (que também não é lá o paraíso). Assim, o choque de Marisa Coulter ao descobrir que mulheres podem ser acadêmicas em nosso mundo, é marcante.

Porém, mais presente ainda é a discussão sobre poder. E o que as pessoas que estão no poder são capazes de fazer para permanecer assim. Por exemplo, ao usar a religião e a fé para controlar e dominar. E tudo isso leva ao ponto principal da série: a guerra a favor do livre arbítrio.

E mais uma vez vemos personagens elaborados, pois temos do mesmo lado de uma guerra pessoas diferentes, pessoas que fizeram coisas erradas e pessoas bondosas, lutando por um propósito maior do que todos.

A segunda temporada também relembra rapidamente de alguns personagens queridos e dá mais espaço para outros secundários. E não tem medo de dizer adeus quando preciso. Porém, deve-se notar que a participação das bruxas tenha sido vaga, uma vez que elas parecem nunca atingir seu potencial como elemento narrativo, e sempre chegam cedo ou tarde demais para fazerem qualquer coisa.

Por fim, His Dark Materials entrega uma temporada curta, sete episódios, apesar de serem compridos, mas que nos deixa presos e empolgados do início ao fim. Assim, só nos resta ficar ansiosos pela próxima, e última, temporada, que já está em produção. Concluindo, assim, a adaptação da trilogia de livros Fronteiras do Universo.

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Nathalia Mendes
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