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Cobertura MIT Catalão | Como foi o Bate-papo Por que Teatro? com Gregório Duvivier
Desde o dia 7 de junho, a segunda edição da Mostra Internacional de Teatro de Catalão (MIT Catalão) toma conta da cidade. Com uma programação repleta de peças de teatros gratuitos, o evento tem como objetivo democratizar o acesso à cultura e contará com uma programação extensa que se estende até novembro.
Nesta edição, uma das novidades mais esperadas são os bate-papos, que iniciaram nesta semana (14 de julho) com a participação de Gregório Duvivier, que foi, como mencionado, “a primeira cobaia” do formato.
A MIT Catalão ainda reserva grandes surpresas! Além da participação da renomada atriz Denise Fraga, a programação contará com palestras imperdíveis ministradas por Teuda Bara, fundadora do Grupo Galpão e com mais de seis décadas de dedicação ao teatro. Para mais informações sobre a programação completa e garantir o seu lugar, acesse o site oficial da Mostra.
Mas falando sobre o bate-papo “Por que Teatro?” com Gregório Duvivier
Em clima descontraído e quebrando uma taça sem querer (risos), o bate-papo com Gregório Duvivier teve início sendo mediado pela também renomada Professora e Pesquisadora Luciana Borges da UFCAT. Onde Gregório nos convida a uma reflexão profunda: a importância do teatro para a civilização e seu papel fundamental no desenvolvimento da sociedade.
Segundo Gregório, nos últimos 100 mil anos, até o surgimento da literatura escrita, o teatro teve o monopólio das narrativas. As pessoas conheciam as histórias, assim como acessavam a religião e qualquer narrativa, através do teatro, até o surgimento das demais mídias e tecnologias narrativas. Portanto, uma pessoa contando uma história para outra está, essencialmente, fazendo teatro. Gregório enfatizou o poder do teatro em se conectar com o público e sua ausência de barreiras em comparação com outras mídias como o cinema.
Gregório Duvivier compartilhou com o público também como foi o processo de criação de suas últimas peças. A primeira, “Sísifo”, que será exibida no dia 15 de junho na programação da MIT Catalão 2024, foi criada junto com o diretor Vinicius Calderoni. A peça é uma alegoria sobre os problemas atuais da sociedade e se inspira no mito grego homônimo, intercalando 60 textos curtos com situações que envolvem a perspectiva tecnológica dos memes e gifs. Em “Portátil”, ao lado de Duvivier, estão João Vicente de Castro e Luciana Paes, com direção e improvisação de Gustavo Miranda e música de Andres Giraldo. O espetáculo é popularmente conhecido aqui no Brasil e em Portugal. Inclusive teve uma nova temporada anunciada em Portugal no próximo mês de julho.
Gregório também compartilhou sobre sua trajetória e processo de criação como escritor, mencionando seus livros já lançados. Ele relembrou brevemente como a democracia no Brasil parece seguir um ciclo a cada 30 anos (saudades Greg News), respondeu perguntas da plateia e discutiu a importância das Leis de Incentivo Cultural para os artistas, visando promover mais atividades artísticas no país.
Considerações do editor
Não quis transformar este texto em uma descrição detalhada de todo o bate-papo, pois acredito que tenha sido um momento único, sem telas, dedicado à plateia. No entanto, vou adicionar meu ponto de vista aqui.
Quando um amigo me disse que Gregório Duvivier viria a Catalão, duvidei e ri na cara dele, até que sua vinda foi oficialmente anunciada. Desde o surgimento do OtaGeek, conheci várias figuras que me inspiram e ajudam a manter vivo o sonho de um adolescente idealista e sonhador. Porém, jamais imaginei que teria a chance de prestigiar Duvivier ao vivo.
Em meio à era das telas infinitas e do frenético ritmo do TikTok, o OtaGeek se destaca por sua resistência e compromisso com a boa e velha leitura. Hoje, mais do que um sonho realizado, o OtaGeek é um refúgio para os amantes da literatura e da cultura pop. E quem diria que eu teria a oportunidade de escrever sobre um ídolo e inspiração que visitou minha cidade, Catalão?
O tempo parece ter perdido a cadência. Quase dois anos se passaram desde a partida de um dos idealizadores do projeto, e quase dois meses desde que me despedi de outra amiga, também uma das fundadoras e pilares deste sonho. Desde a primeira perda, o luto me envolveu em um manto de dor, me impedindo de produzir conteúdo. Expressar-me, revisitar esse capítulo crucial da nossa história, era como rasgar uma ferida ainda aberta. Mas a chama do OtaGeek não se apagou. Graças à dedicação dos outros editores, o projeto segue vivo, independente, carregando em si as memórias e os ensinamentos daqueles que partiram.
Mas o que isso tem a ver com a MIT ou com Gregório?
As palavras do Greg (Aqui já posso falar Greg, né?) foram um presente inestimável. Ouvir de perto os conselhos de alguém que admiro tanto, sobre como devemos parar de olhar para dentro ao criar e, em vez disso, buscar inspiração no mundo exterior, reacendeu em mim a paixão por algo que sempre amei fazer.
Um momento transformador, sem sombra de dúvidas, que ficará eternamente gravado na memória deste humilde goiano. Minha mais profunda gratidão à equipe da Mostra Internacional de Teatro de Catalão por proporcionar essa experiência inesquecível e ao Gregório Duvivier por sua simpatia e genialidade.
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