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Big Festival 2021 | Entrevista com Gustavo Steinberg e o cenário de games indies no Brasil
O BIG Festival de 2021 foi um tremendo sucesso e o OtaGeek fez uma cobertura completa de tudo que rolou no maior festival de jogos independentes da América Latina. Foram mais de 60 horas de programação em 5 dias e mais de 100 jogos gratuitos para os participantes do evento co-idealizado por Gustavo Steinberg jogarem e se divertirem.
Além dos games, a programação contou com 90 palestras e conteúdo voltado a rodadas de negócios para desenvolvedores, compradores, publishers e investidores internacionais e nacionais. Sabemos que o evento chegou ao fim, mas decidimos fechar nossa cobertura com chave de ouro entrevistando ninguém menos que Gustavo Steinberg, um dos idealizadores e diretor do Big Festival.
O cenário de jogos indies desenvolvidos no Brasil vem ganhando mais visibilidade graças a eventos como o BIG Festival. Qual a importância de eventos como esse na consolidação das desenvolvedoras de jogos no mercado nacional e internacional?
O BIG Festival é um evento com foco na criação de jogos e desenvolvimento de talentos. De um lado, oferecemos aos profissionais brasileiros uma janela para o que existe de melhor na produção de jogos no mundo. De outro, oferecemos a publishers e investidores estrangeiros uma seleção dos melhores jogos do Brasil e da América Latina e o contato com os melhores estúdios.
Vários estúdios de jogos vêm sendo criados no Brasil nos últimos anos. Com o seu contato com esse segmento, quais você acredita que sejam as maiores dificuldades que os pequenos estúdios têm enfrentado para publicar seu primeiro jogo?
A publicação em si não é um problema, uma vez que a autopublicação é uma possibilidade. O problema é atingir o mercado. E para isso é necessário construir uma rede forte, seja por conta própria, no caso da autopublicação, seja através do apoio de um publisher ou plataforma. Há inúmeras estratégias possíveis e o BIG mostra todas elas em suas palestras e abre o contato com os possíveis parceiros através de suas reuniões de negócios. Não existe uma receita única. Para hyper casual é uma estratégia, para jogos de PC outra, para console uma terceira. Há muita competição nesse mercado altamente internacionalizado, mas há também muitas oportunidades. É preciso ter foco e estratégia. Não falta apetite por bons jogos no mercado.
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Games como os da equipe Amanita Design têm enorme potencial artístico e um deles foi desenvolvido a pedido da Rede BBC. Há interesse na gamificação de órgãos como a TV Cultura?
Não sei dizer. Há sem dúvida um grande potencial a ser explorado nos canais de audiovisual tradicionais, como TVs e mesmo plataformas de streaming de conteúdo não interativo – não só gamificação, mas utilização de propriedades intelectuais. Há boatos de que a própria Netflix parece estar estudando lançar alguma forma de plataforma de jogos, mas não tenho informações de primeira mão sobre isso. Do meu ponto de vista, TVs e plataformas estão demorando para fazer esse investimento em jogos, uma vez que controlam muitas propriedades intelectuais e as possibilidades seriam enormes. Veja o exemplo de Cobra Kai, que foi desenvolvido por um estúdio brasileiro. É só um pequeno exemplo de uma quantidade infinita de possibilidades que não estão sendo exploradas.
Jogos como “Guerreiros Folclóricos” e “Trajes Fatais” trabalham o folclore e a cultura nacional. Você conhece mais jogos como esses que estejam em desenvolvimento?
Não tenho conhecimento de outros jogos com esse foco.
Quais suas expectativas para o futuro do cenário de games independentes no país e para o Big Festival?
Sem dúvida, vejo um futuro de crescimento para os games independentes. E, se tudo der certo, pro BIG também! 🙂
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Confira o como foi a nossa cobertura do Big Festival de 2021 em nosso podcast!