Análise | “A Casa do Dragão” 2X02: Rhaenyra, A Cruel

No segundo episódio, os conflitos internos se revelam tão letais quanto os externos

ATENÇÃO: O TEXTO A SEGUIR NÃO É UMA CRÍTICA DO EPISÓDIO, APENAS COMENTÁRIOS

Alicent Hightower e Helaena Targaryen em “A Casa do Dragão”.
Foto: Divulgação/Max

O segundo episódio de “A Casa do Dragão”, que foi ao ar no último domingo (23/06), segue evidenciando que dever é sacrifício, uma mensagem que se aplica tanto aos membros da realeza quanto àqueles que os rodeiam. As consequências de decisões impulsivas – o assassinato de Lucerys e Jaehaerys, cada um por um lado das famílias rivais – resultam em uma avalanche de novas ações e sentimentos na batalha entre os Pretos e os Verdes, que culminará na fatídica “Dança dos Dragões”. Dessa vez, entretanto, as famílias rivais percebem que os grandes conflitos também se abrigam dentro de suas próprias casas. 

Ainda que a guerra tenha sido travada na temporada anterior, a morte de Jaehaerys foi o evento responsável por finalmente despertar em Aegon a consciência da guerra entre ambas as famílias, uma vez que a própria imagem parecia ser a única inquietação do escolhido pelos Verdes para ocupar o Trono de Ferro. Contudo, até mesmo a morte do filho permanece despertando preocupações em Aegon a respeito de si mesmo. “Não quero ser visto como fraco”, diz ele ao avô. “Você já é visto como um fraco, Aegon”, responde a Mão do Rei.

Otto Hightower, por outro lado, permanece exercendo sua habilidade de não transparecer seus sentimentos e, principalmente, de usar as piores situações para ganho próprio. Com a morte do herdeiro do trono, surge a ideia de organizar um cortejo fúnebre com o corpo do garoto e, logo atrás, Alicent e Helaena demonstrando o luto pela perda, numa tentativa de descredibilizar a imagem de Rhaenyra, torná-la cruel e, assim, conquistar o apoio do povo de King’s Landing por meio da manipulação da verdade. A cena culmina em uma espécie de surto psicótico de Helaena, acostumada a implodir ao invés de explodir com os acontecimentos que a acometem. Por trás das portas douradas do palácio, a realeza finge amar o povo, mas, na verdade, os manipula para manter seu próprio poder e luxúria.

Com a morte de Jaehaerys, Aegon assume uma nova persona e passa a tomar as suas próprias decisões. Assim, provocando uma ruína no plano do avô, ele decide eliminar todos os caçadores de rato da região. A decisão culmina em uma discussão com Otto Hightower, que confessa saber que Aegon não é o rei escolhido pelo pai. Na verdade, Aegon é um meio que tanto a mãe, Alicent, quanto Otto encontraram para obter poder, um fantoche em um jogo de ambições perigosas. Em cena, Aegon destitui o avô da posição de Mão do Rei e a concede a Criston Cole, outra figura sedenta por poder no tabuleiro de Westeros, que poderia ter evitado a morte do herdeiro ao trono, mas estava envolvido em um caso secreto de amor com Alicent. Mas disso, Aegon ainda não sabe. 

Emma D’Arcy vive Rhaenyra Targaryen em “A Casa do Dragão”.
Foto: Divulgação/Max

Do outro lado do oceano, Rhaenyra descobre estar sendo acusada pela morte de Jaehaerys, antes mesmo de saber o envolvimento de Daemon no assassinato do menino. Quando descobre, novamente, o casal é posto em conflito, mas dessa vez o resultado parece ser diferente. É claro que Rhaenyra nunca se sentiu completamente segura quanto ao apoio do marido em sua ocupação ao trono, uma vez que o Trono de Ferro já foi objeto de interesse dele. Daemon, na verdade, tem ambições próprias e encontrou na esposa um meio para alcançá-las, sem nunca apoiá-la por completo. Em uma cena que remete a “Cenas de um Casamento” (1973) ou à discussão entre um marido e uma esposa em “Anatomia de uma Queda” (2023), Daemon e Rhaenyra, por fim, expõem diretamente seus conflitos, culminando no desaparecimento dele, que deve ressurgir e ter a ausência explicada no próximo episódio.

Com Otto fora da jogada, a intenção é que ele parta para Vilavelha e se junte a Daeron, um dos filhos de Alicent e Viserys, mencionado pela primeira vez na série. Entretanto, a filha o convence a ir para Jardim de Cima. A essa altura, Alicent parece ter conquistado o respeito do pai e promete que continuará em King’s Landing buscando uma forma de retomar o controle perante Aegon. Alicent e Criston Cole, tomados pela culpa da morte do herdeiro ao trono, parecem ter encerrado o caso amoroso. Entretanto, no fim do episódio, ambos se entregam novamente ao desejo. 

Lidando com as consequências do caso secreto com Alicent, Cole assume uma postura hipócrita frente a seus juramentos de pureza e lealdade, que culmina na ideia de um plano arquitetado por ele: infiltrar Arryk Cargyll (apoiante dos Verdes) se passando pelo irmão gêmeo, Erryk Cargill (apoiante dos Pretos) no palácio da líder dos Pretos e matá-la. O plano, é claro, não passa de uma bobagem fadada ao fracasso e culmina na morte de Arryk pelas mãos de Erryk. Após assassinar o irmão, Erryk pede desculpas a Rhaenyra, numa referência ao seu juramento de protegê-la até a morte, e se suicida. Ainda que ambos estejam lutando por ideais diferentes, o amor entre irmãos é uma barreira que transcende a intriga entre Pretos e Verdes. Dever certamente é sacrífico, e família também. 

“A Casa do Dragão” vai ao ar todos os domingos às 22h na HBO e na Max.

Confira a prévia do próximo episódio de “A Casa do Dragão”:

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Isabella Breve
Isabella Breve

Graduanda em Jornalismo, leitora voraz, amante da Sétima Arte e eternamente fã.

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