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10 álbuns essenciais de pop punk para conhecer mais do gênero musical
Neste momento de revival de um dos gêneros musicais que lideravam as paradas nos anos 2000, venha conhecer alguns dos álbuns mais marcantes de pop punk.
Em outubro do ano passado, Willow Smith lançou o seu quinto álbum de estúdio, Coping Mechanism, sequência do aclamado lately I feel EVERYTHING, de 2021. Com estas duas obras, a cantora se insere no atual cenário de revival do pop punk, gênero musical que, junto ao pop, dominou as paradas, os Discman e os sofridos aparelhos de MP3 dos anos 2000.
Caso você não tenha vivido a época e não consiga entender o frisson por trabalhos recentes como o de Willow, o de artistas como Maggie Lindemann e Olivia O’Brien, ou até mesmo o último álbum de Halsey, If I Can’t Have Love, I Want Power (que, segundo a cantora, é um álbum de punk rock), nada tema: trago aqui uma lista com alguns dos álbuns que consideramos essenciais para conhecer (e entender) o pop punk e o seu retorno.
10) Sugarcult – Start Static (2001)
Um pouco menos mainstream do que a maioria dos citados nesta lista, o álbum de estreia da banda californiana Sugarcult também trata, de forma geral, de temas mais maduros e menos adolescentes do que a maioria dos discos que estavam em alta à época de seu lançamento, tendo o liricismo e a veia experimental do vocalista e guitarrista Tim Pagnotta como seu maior trunfo – trunfo este que os rendeu, ainda, mais dois álbuns fantásticos, Palm Trees and Power Lines (2004) e Lights Out (2006), antes do fim da banda, em 2010.
9) Yellowcard – Ocean Avenue (2003)
Originalmente talvez mais próxima do hardcore do que do emo ou do pop punk, Yellowcard era uma banda bem prolífica: nos primeiros seis anos de sua existência, lançaram quatro álbuns. Os três primeiros não fizeram sucesso algum – inclusive, nem singles foram lançados para promover nenhum deles. Ao assinarem com a Capitol Records em 2002, após o lançamento e a turnê de One For The Kids (2001), o Yellowcard finalmente recebeu o investimento necessário para se fazer destacar, e deixou sua marca no cenário do pop punk com Ocean Avenue (2003) – um álbum cheio de letras incisivas (“Empty Apartment” dói lá no fundo até hoje) e composições marcantes, especialmente devido ao uso de um violino como peça central da composição das melodias – tudo isso bem antes de Florence + The Machine se destacar como uma banda de rock com uma harpa.
8) Sum 41 – All Killer, No Filler (2001)
Talvez menos conhecida hoje em dia, mas não menos importante do que as demais bandas desta lista, o Sum 41 trouxe frescor para a cena do pop punk com seu primeiro álbum: recheado de referências a grandes bandas do punk, como Rancid, Pennywise e NOFX (e, vá lá, Green Day), se inspiraram também no metal (“Pain For Pleasure” é uma homenagem ao Iron Maiden) e no rap, como visto em “Fat Lip”, com uma inventividade e uma criatividade poucas vezes vista no pop punk, que fez com que alcançassem o Top 20 da Billboard 200 já em sua estreia, e com que influenciassem diversos artistas – dentre eles, Avril Lavigne, ex-esposa de Deryck Whibley, vocalista da banda, que trabalhou com ele em seu icônico álbum The Best Damn Thing.
7) Say Anything – …is a Real Boy (2004)
Misturando o liricismo comumente associado ao emo com o ritmo intenso do pop punk e do hardcore, o segundo álbum da banda estadunidense Say Anything trata das angústias existenciais do vocalista Max Bemis – em especial a penúria de crescer e tornar-se adulto. Levantando também temas diversos, mas universais, como identidade (principalmente a religiosa – Bemis é judeu, neto de sobreviventes do Holocausto, e a forma como este evento afeta a vida dele e sua percepção sobre si transparece bastante em canções como “Alive With The Glory of Love”), sexo, rejeição, amor e depressão, …is a Real Boy é considerado um marco do pop punk dos anos 2000, e tomou outras proporções quando, em agosto de 2018, Bemis anunciou o fim da banda, o lançamento de um último álbum: Oliver Appropriate, uma “resposta” a este álbum em forma de rock opera, com ecos de American Idiot, do Green Day.
6) Tonight Alive – The Other Side (2013)
Sempre alvo de comparações infundadas com o Paramore pelo simples fato de ter uma mulher nos vocais, a banda australiana Tonight Alive entregou tudo no seu segundo álbum. Com canções que variam entre o hardcore (“Lonely Girl”) e o pop (“Come Home”), The Other Side é um álbum cheio de personalidade e, através da voz potente de Jenna McDougall, aborda questões diversas como saúde (“The Ocean” é sobre a vivência de McDougall com a doença celíaca por anos sem ser diagnosticada) e amor (a faixa-título, “The Other Side”, é sobre se apaixonar pela melhor amiga), sob um ponto de vista menos macho-hétero-reclamão do que os apresentados na maioria dos álbuns dessa lista.
5) Fall Out Boy – Infinity on High (2007)
Talvez não seja o melhor álbum do Fall Out Boy (para esta colunista que vos fala, é o Folie à Deux; para o Metacritic, é um empate entre este e o Save Rock and Roll), mas com certeza elevou a banda de forma definitiva ao mainstream, de onde nunca mais saíram. Começando já na primeira faixa com um freestyle de Jay-Z, Infinity on High foi o primeiro álbum do FOB a pegar #1 na Billboard 200, consolidando o som da banda como algo característico e inconfundível e comprovando que o Fall Out Boy não era – e nem pretendia ser – uma banda de pop punk “como todas as outras”.
4) Paramore – Brand New Eyes (2009)
Vindo após o relativo sucesso de Riot! (e o quase término da banda durante a turnê no Reino Unido), Brand New Eyes é quase a descrença em forma de álbum. Menos nervosas e incisivas que as de seu antecessor, as letras do Brand New Eyes giram em torno da falta de fé – tanto na religião em si, quanto em si mesmo e em nos outros. Responsável pela segunda indicação da banda ao Grammy (na categoria de Melhor Performance Vocal Pop de Duo ou Grupo pela canção “The Only Exception”, que perderam para “Hey, Soul Sister”, do Train) e pela primeira entrada da banda no top 10 da Billboard 200, Brand New Eyes certamente foi um marco, e levou a carreira da banda a um novo nível.
3) Taking Back Sunday – Louder Now (2006)
Nem tão emo quanto o primeiro álbum (Tell All Your Friends, de 2022), nem tão divisivo quanto o segundo (Where You Want To Be, de 2004), esta terceira aventura de um dos maiores nomes da cena do pop punk trouxe algumas de suas melhores composições (as três primeiras faixas, em sequência, são um deleite, e algumas das músicas mais marcantes da banda), e foi o maior sucesso comercial do grupo de Long Island, chegando à segunda posição da Billboard 200, e com “MakeDamnSure” entrando no top 50 da Billboard Hot 100. O sucesso foi tanto, inclusive, que até o NXZero quis tirar uma casquinha.
2) Jimmy Eat World – Bleed American (2001)
Apesar de já serem titãs do mundinho emo, o Jimmy Eat World quase debandou após o lançamento de seu terceiro álbum de estúdio, o clássico e atemporal Clarity (1999). Dando a volta por cima, lançaram em 2001 Bleed American, com uma sonoridade um pouco menos emo e mais voltada para o pop punk. É um trabalho tão sublime que os levou ao topo das paradas, os colocou de forma definitiva no panteão dos grandes nomes do pop punk, e inspirou diversos artistas dos mais diversos gêneros musicais: desde Taylor Swift até Paramore. Ainda hoje, vinte anos depois do lançamento de Bleed American, a banda segue sendo uma das mais reverenciadas do emo e do pop punk.
1) blink-182 – blink-182 (2003)
É difícil (se não impossível) falar de pop punk nos anos 2000 sem falar de blink-182. A banda, formada em 1992 em San Diego, na Califórnia, bateu ponto na MTV e marcou época no fim dos anos 90 com seu humor bobalhão e seus riffs rápidos e icônicos. Mas, para essa listagem, trago aqui o quinto álbum de estúdio da banda, apropriadamente lançado sem um título definido (deixando assim, para os fãs e para a mídia, a tarefa de encarar – ou não – o nome do álbum como sendo o mesmo da banda). Em meio a turbulências pessoais (todos os membros da banda haviam se tornado pais recentemente) e profissionais (Tom DeLonge e Travis Barker seguiram com um projeto paralelo, Box Car Racer, após o lançamento de Take Off Your Pants and Jacket, o que causou tensão entre eles e o baixista e vocalista Mark Hoppus), o blink-182 saiu completamente da zona de conforto com seu quinto álbum e entregou um trabalho magnífico, totalmente experimental, e que se tornaria parâmetro para os seus projetos seguintes – sempre que estão para lançar alguma coisa, a pergunta inevitável é “mas será que é melhor do que o self-titled?” (e a resposta, também inevitável, sempre é: “não”).
Neste ano, a banda fará sua primeira apresentação em solo brasileiro no Lollapalooza 2023, no dia 25 de março, mesma data em que Tame Impala, Jane’s Addiction, The 1975, Wallows, Yungblud e Pitty também se apresentarão. Os ingressos para esta data já estão esgotados, mas ingressos do tipo Lolla Pass (para todos os três dias de festival) ainda estão disponíveis.
Bônus: Guaranteed to Disagree (We Are The In Crowd, 2010) e Beneath It All (Hey Monday, 2010)
Esta é uma lista de álbuns, mas eu não poderia deixar de aproveitar para destacar dois dos meus EPs favoritos: Guaranteed to Disagree, do We Are The In Crowd; e Beneath It All, do Hey Monday, ambos de 2010. Enquanto o We Are The In Crowd se destacava pela dinâmica divertida e pelo contraste apresentado nos vocais divididos por Taylor Jardine e Jordan Eckes; o Hey Monday fazia seu nome graças às suas letras e à potência dos vocais de Cassadee Pope (tendo chegado, inclusive, a ter uma música apresentada em Glee – o que era basicamente o auge do sucesso para uma banda pequena, na época). Ambas as bandas eventualmente entraram em “hiato eterno”, mas o Hey Monday se reuniu para um show em Nashville em 2019 e Cassadee está desde o começo do ano passado insinuando o lançamento de um álbum de pop punk; e o WATIC se reuniu para um show no festival Slam Dunk em 2021. Quem sabe não venha aí?